Pablo Neruda

Pablo Neruda foi um poeta chileno, integrante da geração de 1920. Sua poesia apresenta temática amorosa e política. Neruda recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1971.

Pablo Neruda é o pseudônimo do poeta chileno Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto.[1]

Pablo Neruda é o mais famoso poeta chileno, ganhador do prêmio Nobel de literatura. Ele nasceu em Parral, no dia 12 de julho de 1904. Mais tarde, estudou francês na capital do Chile, se tornou diplomata, ingressou no Partido Comunista e foi eleito senador. Porém, teve que se exilar por sofrer perseguição política.

O poeta, que faleceu em 23 de setembro de 1973, em Santiago do Chile, é um representante da geração de 1920. E produziu poemas com temática amorosa, mas também utilizou a poesia para se expressar politicamente e fazer crítica social. Suas obras mais conhecidas são Canto geral e Cem sonetos de amor.

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Resumo sobre Pablo Neruda

  • O escritor chileno Pablo Neruda nasceu em 1904 e morreu em 1973.

  • Seu nome verdadeiro era Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto.

  • Neruda foi diplomata, membro do Partido Comunista e senador.

  • Suas obras apresentam, principalmente, temática amorosa e política.

  • Canto geral e Cem sonetos de amor são suas obras mais famosas.

  • No ano de 1971, o poeta ganhou o prêmio Nobel de literatura.

Biografia de Pablo Neruda

Pablo Neruda nasceu em 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile. Contudo, o nome verdadeiro do escritor era Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto. Portanto, “Pablo Neruda” é um pseudônimo.

No ano de seu nascimento, sua mãe faleceu devido à tuberculose. Pouco tempo depois, o pai do pequeno Ricardo não viu com bons olhos o interesse do filho pela poesia, muito associada ao universo feminino. Então, o pai, que era maquinista, passou a levar o menino com ele para o trabalho de vez em quando. O jovem poeta tinha cerca de seis anos quando começou a frequentar a escola em 1910.

Nessa época, a família vivia em Temuco e ali permaneceu até 1920. E foi lá que Neruda escreveu seus primeiros poemas. No ano seguinte, estava morando em Santiago, capital do país, onde estudava francês na Universidade do Chile. Já em 1923, publicou seu primeiro livro, iniciando de fato sua carreira como poeta.

Em 1927, passou a trabalhar como diplomata. A partir daí, conheceu vários países, como Espanha e França, por exemplo. No ano de 1930, decidiu se casar com María Antonieta Hagenaar Vogelzang (1900-1965). Mas, em 1936, o casal se separou. Nessa época, Neruda estava envolvido com a pintora argentina Delia del Carril (1884-1989).

Neruda já era um escritor conhecido quando, em 1945, se tornou membro do Partido Comunista do Chile. Nesse mesmo ano, conseguiu se eleger senador. Três anos depois, em 1948, vítima de perseguição política, foi condenado à prisão. Ficou foragido e conseguiu fugir do país no ano seguinte. Permaneceu exilado até 1952, quando finalmente retornou a seu país natal. Seu relacionamento com Carril teve fim em 1955, quando o poeta passou a morar com Matilde Urrutia (1912-1985).

O envolvimento de Neruda com a política foi intenso, de forma que, em 1969, recebeu indicação para ocupar a presidência do país. No entanto, recusou em benefício de Salvador Allende (1908-1973). E, em 1971, ganhou o prêmio Nobel de literatura. Agora, era conhecido no mundo inteiro. Mas morreu em 23 de setembro de 1973, em Santiago do Chile.

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Principais características literárias de Pablo Neruda

As obras de Pablo Neruda, autor da geração de 1920 da literatura chilena, apresenta estas características:

  • melancolia;

  • aspecto intimista;

  • caráter nostálgico;

  • erotismo;

  • temática amorosa;

  • valorização do cotidiano;

  • ausência de idealizações;

  • crítica social e política;

  • enaltecimento da cultura latino-americana.

Obras de Pablo Neruda

Capa do livro Confesso que vivi, de Pablo Neruda, publicado pela editora Bertrand Brasil.[2]
  • Crepusculário (1923)

  • Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924)

  • Tentativa do homem infinito (1926)

  • O habitante e sua esperança (1926)

  • Residência na terra (1933)

  • Espanha no coração: hino às glórias do povo na guerra (1937)

  • Terceira residência (1947)

  • Canto geral (1950)

  • Os versos do capitão (1952)

  • Todo o amor (1953)

  • Odes elementais (1954)

  • As uvas e o vento (1954)

  • Novas odes elementais (1955)

  • Terceiro livro das odes (1957)

  • Estravagário (1958)

  • Cem sonetos de amor (1959)

  • Navegações e regressos (1959)

  • As pedras do Chile (1960)

  • Cantos cerimoniais (1961)

  • Memorial de Ilha Negra (1964)

  • Arte de pássaros (1966)

  • Fulgor e morte de Joaquín Murieta (1967)

  • A barcarola (1967)

  • As mãos do dia (1968)

  • Fim de mundo (1969)

  • Maremoto (1970)

  • A espada acesa (1970)

  • Discurso de Estocolmo (1972)

  • Incitação ao nixonicídio e louvor da revolução chilena (1973)

  • Livro das perguntas (1974)

  • Jardim de inverno (1974)

  • Confesso que vivi (1974)

  • Para nascer, nasci (1977)

Poemas de Pablo Neruda

No soneto XLVI, do livro Cem sonetos de amor, o eu lírico fala, metaforicamente, da pessoa amada. Assim, entre muitas “estrelas”, escolheu a que ele amava. Das ondas, escolheu a “onda indivisível” do corpo dessa pessoa. A atmosfera criada no poema remete a um ambiente natural e noturno. Por fim, ele diz ter desejado a “cabeleira” e o “coração selvagem” do ser amado:

Das estrelas que admirei, molhadas
por rios e rocios diferentes,
eu não escolhi senão a que eu amava
e desde então durmo com a noite.

Da onda, uma onda e outra onda,
verde mar, verde frio, ramo verde,
eu não escolhi senão uma só onda:
a onda indivisível de teu corpo.

Todas as gotas, todas as raízes,
todos os fios da luz vieram,
vieram-me ver tarde ou cedo.

Eu quis para mim tua cabeleira.
E de todos os dons de minha pátria
só escolhi teu coração selvagem.

no soneto LXII, do mesmo livro, o eu lírico se dirige a uma pessoa do gênero feminino, sua “bem-amada”. Afirma que só quiseram amor, e se amavam “eternamente simples”. Até que “o ódio entrou pela janela”. Ele se refere ao ódio daqueles “desventurados” que “não amaram [...] nenhum amor”, contrários, portanto, ao amor entre o eu lírico e a bem-amada:

Ai de mim, ai de nós, bem-amada,
só quisemos apenas amor, amar-nos,
e entre tantas dores se dispôs
somente a nós dois ser malferidos.

Quisemos o tu e o eu para nós,
o tu do beijo, o eu do pão secreto,
e assim era tudo, eternamente simples,
até que o ódio entrou pela janela.

Odeiam os que não amaram nosso amor,
nem outro nenhum amor, desventurados
como as cadeiras de um salão perdido,

até que em cinza se enredaram
e o rosto ameaçante que tiveram
se apagou no crepúsculo apagado.

Saiba mais: Entenda a diferença entre poema, poesia e soneto

Frases de Pablo Neruda

  • A seguir, vamos ler algumas frases de Pablo Neruda, retiradas de seu livro Cem sonetos de amor. Portanto, fizemos uma adaptação e transformamos seus versos em prosa:

  • “Fui como um ferido pelas ruas até que compreendi que havia encontrado amor, meu território de beijos e vulcões.”

  • “Ninguém viu em minha boca a lua que sangrava, ninguém viu aquele sangue que subia ao silêncio.”

  • “Amar é uma viagem com água e com estrelas, um combate de relâmpagos e dois corpos por um só mel derrotados.”

  • “Os papéis escondem vogais enrugadas, e na garrafa o vinho quer continuar seu ontem.”

  • “O amor não pode voar sem deter-se.”

  • “A palavra é uma asa do silêncio, o fogo tem uma metade de frio.”

Créditos das imagens

[1] Biblioteca do Congresso Nacional/ Wikimedia Commons

[2] Bertrand Brasil (reprodução)

Fontes

BIBLIOTECA NACIONAL DE CHILE. Generación literaria de 1920. Disponível em: http://www.memoriachilena.gob.cl/602/w3-article-3432.html.

BIBLIOTECA NACIONAL DE CHILE. Pablo Neruda (1904-1973). Disponível em: http://www.memoriachilena.gob.cl/602/w3-article-3638.html.

CRUZ, Ilza Mendes da. Pablo Neruda: o “poeta malacólogo”, um diálogo entre a Arte Literária e a Ciência à luz da História da Ciência. 2010. Dissertação (Mestrado em História da Ciência) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.

FUNDACIÓN PABLO NERUDA. Biography. Disponível em: https://fundacionneruda.org/en/biography/.

NERUDA, Pablo. Cem sonetos de amor. Tradução de Carlos Nejar. Porto Alegre: L&PM, 1997.

UNIVERSIDAD DE CHILE. Neruda: la vida del poeta, cronología. Disponível em: https://neruda.uchile.cl/cronologia/index.html.

Por: Warley Souza

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