Nem sempre podemos conceber o aprendizado que fazemos dos fatos gramaticais como algo estático, haja vista que em uma determinada situação o que antes era determinado como tal, passa a se divergir. Por que estamos afirmando isso?
Muitas vezes o contexto é a chave principal para atribuirmos esta ou aquela função a uma determinada palavra, como é o que ocorre com os chamados verbos de ligação. Eles, por sua vez, desempenham o papel de ligar o sujeito a uma qualidade - representada sintaticamente pelo predicativo do sujeito. Senão, vejamos:
O dia está belo.
Temos que o verbo estar (está) se concebe como tal (de ligação).
Agora comparemos ambos os exemplos para fazermos a distinção da qual necessitamos:
A barca virou.
Temos aqui um verbo intransitivo, o qual não requer nenhum complemento para que seja constituído de sentido. Virou, não importa onde e nem quando.
A professora virou uma fera.
Agora sim, o sentido é totalmente outro, pois em vez de representar uma ação, como o que ocorreu no primeiro enunciado, denota um estado de ser do próprio sujeito, ou seja, o modo como a professora se encontrava num determinado momento.
Como pôde perceber, o contexto serve para determinarmos se o verbo se classifica como sendo realmente de ligação. Portanto, mostre-se hábil para realizar uma análise mais atenta e apurada de determinadas questões.