Oração

A oração é um enunciado caracterizado pela presença de um verbo ou locução verbal. Pode ser classificada como principal, coordenada, subordinada ou intercalada.

Expressamos ideias por meio de uma frase ou oração.

Oração é um enunciado que possui verbo ou locução verbal. Ela pode ser classificada como principal, coordenada, subordinada ou intercalada.

Com relação às diferenças entre oração, frase e período, podemos dizer que a frase é um enunciado que pode apresentar verbo ou não. Já o período se inicia com letra maiúscula e é finalizado com ponto-final, ponto de exclamação ou de interrogação, podendo ser simples (formado por apenas uma oração) ou composto (formado por mais de uma oração).

Leia também: Oração sem sujeito ou sujeito inexistente

O que é oração?

A oração é um enunciado que possui um verbo ou uma locução verbal:

A vida é mesmo uma loucura!

Finalmente, ela podia dizer tudo que pensava.

Nesse segundo exemplo, temos duas orações: “Ela podia dizer tudo” e “que pensava”.

Tipos de oração

  • Oração principal

Em um período, a oração principal é aquela que não depende de outra oração, ou seja, ela não exerce uma função sintática. No entanto, ela vem sempre acompanhada de oração que completa o seu sentido:

Sonhei que estava em Paris.

Nesse exemplo, a oração principal é: “Sonhei”. Já “que estava em Paris” é uma oração subordinada, pois completa o sentido da principal.

  • Oração coordenada

A oração coordenada é independente:

O lápis caiu, o caderno ficou sobre a mesa.

Nesse enunciado, temos duas orações coordenadas: “O lápis caiu” e “o caderno ficou sobre a mesa”. Afinal, uma não depende da outra para fazer sentido. No entanto, a oração coordenada também será principal se houver outra oração coordenada que complete o seu sentido:

Ficamos tristes, mas não desistimos.

Nesse caso, temos duas orações coordenadas: “Ficamos tristes” e “mas não desistimos”. Contudo, o uso da conjunção adversativa “mas” abala levemente a independência entre elas. Assim, “mas não desistimos” também é oração principal. Afinal, a ideia principal do enunciado é que “não desistimos”, apesar do fato de que “ficamos tristes”.

Portanto, a oração coordenada pode ser assindética ou sindética (aditiva, adversativa, alternativa, conclusiva ou explicativa).

  • Oração subordinada

A oração subordinada possui total dependência em relação à principal, pois só existe para completar sintaticamente o seu sentido:

Esqueceu-se de que zombava de mim na escola.

Nesse exemplo, a oração principal é “Esqueceu-se”, enquanto a oração subordinada “de que zombava de mim na escola” exerce a função de objeto indireto da principal. No mais, a oração subordinada pode ser substantiva, adjetiva ou adverbial.

  • Oração intercalada ou interferente

Como o próprio nome diz, essa oração aparece no meio de outra oração ou entre orações. Ela assume o caráter de uma opinião, esclarecimento, explicação, observação etc. Ela não exerce uma função sintática no período:

Frequentemente — aconteceu diversas vezes na minha vida — caminho dormindo pelo meu bairro.

Edson comprou uma impressora (a outra tinha estragado definitivamente) e estava esperando ansiosamente a entrega.

Ela é tão bonita, pensava Maria, que chego a sentir vergonha de minha aparência.

Como identificar uma oração

É necessário saber o que é um verbo para identificar uma oração.

Para identificar uma oração, é preciso localizar os verbos ou locuções verbais de um período. Assim, vamos ver quantas orações encontramos no trecho abaixo da obra Noite na taverna, de Álvares de Azevedo:

Eu me encostei à aresta de um palácio. A visão desapareceu no escuro da janela... e daí um canto se derramava. Não era só uma voz melodiosa: havia naquele cantar um como choro de frenesi, um como gemer de insânia: aquela voz era sombria como a do vento à noite nos cemitérios cantando a nênia das flores murchas da morte.

Portanto, o parágrafo apresenta sete orações distintas:

1. “Eu me encostei à aresta de um palácio.”

2. “A visão desapareceu no escuro da janela...”

3. “[...] um canto se derramava.”

4. “Não era só uma voz melodiosa: [...].”

5. “[...]: havia naquele cantar um como choro de frenesi, [...].”

6. “[...]: aquela voz era sombria [...].”

7. “[...] cantando a nênia das flores murchas da morte.”

Frase, oração e período

A frase é qualquer enunciado capaz de transmitir ideias, emoções, ordens etc. Diferentemente da oração, a frase pode ser composta por um verbo ou não:

Perfeito!

Quem você pensa que é?

Já a oração é uma frase (ou parte de uma frase) que, obrigatoriamente, apresenta um verbo ou locução verbal:

Todo mundo diz isso.

Eles sabem que você mentiu.

Por fim, consideramos período o trecho que vai do início de um enunciado (cuja primeira palavra é escrita com letra maiúscula) até a sua conclusão (marcada pelo ponto-final, ponto de exclamação ou de interrogação). Para exemplificar, retomemos o parágrafo de Noite na taverna:

Eu me encostei à aresta de um palácio. A visão desapareceu no escuro da janela... e daí um canto se derramava. Não era só uma voz melodiosa: havia naquele cantar um como choro de frenesi, um como gemer de insânia: aquela voz era sombria como a do vento à noite nos cemitérios cantando a nênia das flores murchas da morte.

Nesse parágrafo, podemos apontar três períodos:

1. “Eu me encostei à aresta de um palácio.”

2. “A visão desapareceu no escuro da janela... e daí um canto se derramava.”

3. “Não era só uma voz melodiosa: havia naquele cantar um como choro de frenesi, um como gemer de insânia: aquela voz era sombria como a do vento à noite nos cemitérios cantando a nênia das flores murchas da morte.”

Assim, existe o período simples (com apenas uma oração) e o composto (com mais de uma oração).

Leia também: Termos constituintes da oração — essenciais, integrantes e acessórios

Exercícios resolvidos sobre oração

Questão 01

(Uenp) O educador e filósofo brasileiro Mario Sérgio Cortella faz uso de uma definição interessante para que as pessoas possam entender um pouco melhor a diferença entre ética e moral. Segundo ele, ética “é o conjunto de valores e princípios que se utiliza para responder às três grandes questões da vida: quero?; devo?; posso?”. Já a moral, é “a prática de uma ética. A concepção ética é o princípio, moral é a prática”. Mas nem tudo que quero posso; nem tudo que posso devo; e nem tudo que devo quero. “Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve”, dispara o filósofo. Sendo assim, não é difícil constatar que o Brasil vive atualmente uma crise moral. As pessoas que ocupam os mais altos níveis de poder “querem”, “não devem” e “não podem” cometer determinados atos. Mas o que vem ocorrendo é que, infelizmente, a maioria leva em consideração o “querem” e acabam fazendo tudo o que podem e o que não podem — ou não deveriam. E as ações impensadas resultaram no cenário que se vê hoje, o que leva, inevitavelmente, a uma crise na economia e a um sentimento de descrença na população em geral.

Adaptado de: ANDRICH, M. O que quero, devo e posso fazer? Revista Brasileira de Administração, n. 112, p. 25, maio/ jun. 2016.

No trecho “Mas o que vem ocorrendo é que, infelizmente, a maioria leva em consideração o ‘querem’ e acabam fazendo tudo o que podem”, a partícula sublinhada estabelece

a) oposição entre orações, indicando uma ideia contrária à anterior.

b) conclusão, ou seja, a segunda oração exprime conclusão ou consequência lógica da anterior.

c) explicação, ou seja, a segunda oração explica ou justifica a ideia expressa na primeira.

d) alternância entre orações, pois dois fatos não podem acontecer ao mesmo tempo.

e) soma entre orações de função idêntica, estabelecendo uma relação de adição.

Resolução:

Alternativa A

As orações “Mas o que vem ocorrendo é que, infelizmente, a maioria leva em consideração o ‘querem’ e acabam fazendo tudo o que podem” estão em clara oposição com estas orações anteriores: “As pessoas que ocupam os mais altos níveis de poder ‘querem’, ‘não devem’ e ‘não podem’ cometer determinados atos”.

Questão 02

Leia, a seguir, um trecho da crônica “Bala de estalo”, de Machado de Assis:

Ocorreu-me compor umas certas regras para uso dos que frequentam bondes. O desenvolvimento que tem tido entre nós esse meio de locomoção, essencialmente democrático, exige que ele não seja deixado ao puro capricho dos passageiros. […].

É CORRETO afirmar que esse fragmento apresenta:

a) seis períodos, quatro verbos e duas locuções verbais.

b) seis orações, quatro verbos e duas locuções verbais.

c) a seguinte oração intercalada: “essencialmente democrático”.

d) dois períodos, que compartilham uma mesma oração principal.

e) dois períodos, e cada um deles possui uma oração coordenada.

Resolução:

Alternativa B

O fragmento em questão apresenta dois períodos: “Ocorreu-me [...] bondes.” e “O desenvolvimento [...] passageiros.” Ele também possui quatro verbos (“ocorreu”, “compor”, “frequentam”, “exige”) e duas locuções verbais (“tem tido”, “seja deixado”). No primeiro período, “Ocorreu-me” é a oração principal; já “O desenvolvimento exige” é a oração principal do segundo período. Assim, todas as outras quatro orações são subordinadas.

Por: Warley Souza

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