Ao compreendermos acerca das características relacionadas aos muitos fatos linguísticos, devemos nos atentar a um importante aspecto: o fato de elas, na maioria das vezes, estarem ligadas a fatores de ordem semântica.
Não raro ocorreu com o pronome “todo”, visto que sua utilização tanto pode se dar acompanhada do artigo ou não. Portanto, assinalarmos “todo o” ou simplesmente “todo” é analisarmos o significado retratado por ambas as expressões. Dessa forma, consideremos alguns pressupostos:
Cumprimentava toda pessoa que encontrasse pela frente.
Nesse exemplo, constatamos que a ideia se refere a qualquer pessoa, representando um conjunto de seres sem distinção específica.
Eis o motivo pelo qual o referido pronome não aparece acompanhado do artigo.
Agora, quando analisamos o enunciado expresso por:
Toda a classe saiu para assistir aos jogos estudantis.
A noção expressa refere-se a uma totalidade, visto que foi a classe toda, de modo geral. Dessa forma, o recomendável é utilizarmos o pronome precedido do artigo.
Contudo, há que se mencionar que tal regra se constitui também de algumas exceções. Por isso, vejamo-las:
* No caso de o pronome aparecer antecedido de um numeral substantivo, o correto é empregá-lo sem o artigo.
Ex.: Todos três saíram antes do término da aula.
* Se o numeral aparecer seguido de um substantivo é obrigatório o uso do artigo.
Ex.: Todos os três alunos saíram antes do término da aula.
* O pronome todo poderá ser utilizado na função de advérbio, quando seu sentido se referir a “completamente”. No entanto, exercendo a função de adjetivo, será flexionado.
Exs.: O recipiente estava todo cheio. (completamente)
Estávamos todos felizes. (adjetivo)