O plural dos substantivos compostos

Tal ocorrência linguística perfaz-se de traços específicos

Eis que nos deparamos com um assunto que denota singular importância. Trata-se de uma particularidade inerente à classe gramatical representada pelos substantivos, ora demarcada por alguns questionamentos por parte de muitos usuários da língua, a respeito de sua forma composta.

Questionamentos estes que se devem ao fato de na maioria das vezes não se saber ao certo qual termo será flexionado: será o primeiro? Talvez o segundo? Ou ambos? Mediante tal pressuposto, as elucidações expressas a seguir têm por objetivo sanar estes e outros impasses, bem como retratar alguns pontos relevantes inerentes às mudanças ocorridas mediante a nova reforma ortográfica, uma vez que se trata de casos nos quais o hífen se manifesta. Para tanto, consideremo-las:


1) No caso de ambos os elementos serem formados por palavras variáveis, ou seja, passíveis de flexão, estes também poderão ir para o plural. Perceba:

couve-flor (considerada como uma espécie botânica, por isso permanece com hífen) = couves-flores

amor-perfeito – amores-perfeitos

segunda-feira (palavra que também permanece inalterada) = segundas-feiras


2) Em compostos ligados por preposição, somente o primeiro elemento é flexionado. Constate:

água-de-colônia = águas-de-colônia

camisa-de-força = camisas-de-força

erva-de-bicho = ervas-de-bicho    


Observação relevante: apesar de algumas composições, também conhecidas por locuções, terem perdido o hífen, estas aqui representadas permanecem inalteradas.


3) Nos compostos em que o segundo elemento indica a finalidade, forma ou semelhança do primeiro, recomenda-se flexionar somente o primeiro elemento. Como bem nos demonstram os exemplos abaixo:

decreto-lei = decretos-lei

navio-escola = navios-escola

manga-rosa = mangas-rosa

Observação:

Há autores que apontam a flexão de ambos os elementos:

decreto-lei = decretos-leis

navio-escola = navios-escolas

manga-rosa = mangas-rosas


4) Em se tratando de compostos nos quais o primeiro elemento é uma palavra invariável ou um verbo, recomenda-se flexionar somente o último. Vejamos alguns casos representativos:

ex-esposa = ex-esposas

vice-reitor = vice-reitores

guarda-roupa = guarda-roupas


Nota: de acordo com os postulados inerentes à nova reforma ortográfica, tais compostos permanecem inalterados, portanto, ligados por hífen.


5) No caso de palavras onomatopaicas ou repetidas, recomenda-se flexionar somente o último elemento, assim representados:

tique-taque = tique-taques

reco-reco = reco-recos

corre-corre = corre-corres 

Observação:

Nas formas verbais repetidas também pode haver a flexão de ambos os elementos, demarcadas por:

pisca-pisca = piscas-piscas

corre-corre = corres-corres 


6) Nos casos de compostos em que o primeiro elemento é formado por “grã”, “grão” e “bel”, somente o último elemento é flexionado, assim expressos:

bel-prazer = bel-prazeres

grão-duque = grão-duques...


7) Nos casos de compostos formados por verbos de significado oposto, ambos os elementos permanecem invariáveis. Como podemos perceber em:

o perde-ganha – os perde-ganha.

Constatamos que a flexão somente se deu por intermédio do determinante (artigo).


8) As expressões substantivadas também permanecem sem flexão, como é o caso de:

o louva-a-deus = os louva-a-deus...

Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:

Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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