A metonímia é uma figura de linguagem que possibilita uma série de associações e significações por meio de uma relação semântica na substituição de termos.
A metonímia é classificada como uma figura de palavra por permitir uma associação e substituição de um termo por outro utilizando um sentido parecido, aproximado. Ela é muito utilizada não só na literatura, mas em nosso cotidiano. As constantes associações e substituições feitas entre marcas e produtos (Bombril, a marca; esponja de aço, o produto) em situações corriqueiras comprovam a presença da metonímia na vida das pessoas.
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Resumo sobre metonímia
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A metonímia é uma figura de linguagem que se baseia em uma relação lógica entre os termos.
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Os tipos mais comuns de metonímia são a causa pelo efeito, o autor pela obra, o singular pelo plural, a matéria pelo objeto, a marca pelo produto e a espécie pelo indivíduo.
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A diferença entre metáfora e metonímia é que na primeira, há uma transposição de significado por meio de traços de semelhança. Na segunda, a transposição é feita por meio do uso de termos que se aproximam semanticamente e são capazes de substituírem os outros.
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Alguns autores distinguem metonímia e sinédoque. A primeira é entendida pelas relações qualitativas enquanto a segunda é vista sob uma perspectiva quantitativa. Em geral, os autores consideram ambas como metonímia.
O que é metonímia?
A metonímia pode ser entendida como uma figura de linguagem que permite associar e substituir semanticamente um termo por outro com sentido parecido. O uso da metonímia ocorre, portanto, na transposição de significados (uma palavra que usualmente possui um significado passa a designar outro).
Assim, há uma relação lógica que estabelece proximidade entre os termos. Vejamos um exemplo:
O Bento caiu como um touro
No terreiro
E o médico veio de Chevrolé
Trazendo o prognóstico
E toda a minha infância nos olhos
“A laçada”, de Oswald de Andrade
No poema acima, é possível perceber que no terceiro verso o autor utiliza a palavra Chevrolé. Pode-se dizer que este é um caso de metonímia, visto que o autor substitui uma palavra (carro) por outra (Chevrolé) por meio de uma ideia de proximidade. A palavra Chevrolé se refere a uma marca de carros muito conhecida e que é facilmente identificada pelo leitor. O exemplo acima corresponde a uma troca do objeto pela marca.
Veja outro exemplo:
Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto.
Machado de Assis
Acima, há mais um exemplo de uso da metonímia. A palavra “pão” refere-se ao alimento de maneira geral, e “suor” faz referência ao trabalho. O que temos, no primeiro caso, é a troca do particular pelo geral (pão = particular; alimento = geral). No segundo caso, troca-se o efeito pela causa (suor = efeito; trabalho = causa).
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Quais são os tipos de metonímia?
Há diversas formas e situações de uso da metonímia. Ela é comum não apenas na literatura, mas no cotidiano das pessoas. Assim, a metonímia apresenta os seguintes tipos:
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A causa pelo efeito
Dei o meu suor para comprar esse computador.
O suor é caracterizado como efeito de quem trabalhou e se esforçou. Nesse sentido, a substituição de trabalho por suor estabelece uma relação de proximidade e consequente compreensão.
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O autor pela obra
Li George R. R. Martin ontem cedo.
No trecho acima, a expressão “li George R. R. Martin” não é literal. Em outras palavras, quem proferiu a frase acima está dizendo que leu “a obra do autor George R. R. Martin”. Nesse processo, ocorreu uma troca da obra pelo seu autor.
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O singular pelo plural
O brasileiro ainda não aprendeu a votar.
“O brasileiro” está no singular, mas a expressão faz referência a um plural, “os brasileiros”.
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A matéria pelo objeto
Gastei muita prata nessa compra.
No exemplo acima, a palavra “prata” substitui o termo “dinheiro”. O autor da frase, portanto, quer dizer que gastou muito dinheiro em sua compra.
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A marca pelo produto
Tomei Novalgina para ver se a dor passava.
Novalgina é uma marca de dipirona sódica. Muitas vezes, opta-se por um nome mais conhecido, associado a um produto. Dentre outros exemplos de substituição da marca pelo produto temos Bombril no lugar de esponja de aço, Quiboa no lugar de água sanitária, Chevrolé no lugar de carro e Maisena no lugar de amido de milho.
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A espécie pelo indivíduo
O homem é o lobo do homem. (Thomas Hobbes)
Acima, vemos a troca da palavra “ser humano” por “homem”. O filósofo trata de um indivíduo dentro de uma espécie, mas o seu intuito é se referir aos demais integrantes da espécie (mulheres, crianças etc).
Diferença entre metonímia e metáfora
A metonímia e a metáfora são figuras de palavras, isto é, possuem seus significados ligados por meio de critérios semânticos. No entanto, elas se diferem conceitualmente e na forma. Enquanto a metáfora estabelece uma relação de semelhança ou analogia entre dois termos (comparação implícita), a metonímia estabelece uma relação lógica e de proximidade.
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Exemplo de metáfora: A minha vida é um filme de terror.
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Exemplo de metonímia: Assisti ao aterrorizante Hitchcock.
No primeiro exemplo, há uma comparação implícita entre a vida do autor da frase com um filme de terror. Em outros termos, diz-se sobre a vida ser uma sucessão de tragédias e acontecimentos que incomodam o indivíduo (a vida é como se fosse um filme de terror). Já no segundo exemplo, o autor da frase utiliza um termo (Hitchcock) para dizer que assistiu a um filme desse diretor. No último exemplo, há uma relação de proximidade enquanto no primeiro, há uma relação de semelhança e comparação.
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Diferença entre metonímia e sinédoque
De acordo com o gramático Ernani Terra, a distinção entre metonímia e sinédoque se faz a partir de critérios qualitativos e quantitativos. Em outras palavras, quando há uma relação quantitativa entre os termos, trata-se de uma sinédoque. Porém, quando a relação for qualitativa, trata-se de uma metonímia.
Assim, as relações quantitativas são as seguintes: a parte pelo todo, o singular pelo plural, o gênero pela espécie, o particular pelo geral etc. Quando ocorrerem essas relações, alguns autores as chamam de sinédoque. Já as relações qualitativas são: a causa pelo efeito, o autor pela obra, a marca pelo produto, a matéria pelo objeto etc. Nesse caso, há uma metonímia.
Porém, esclarece Terra, por se tratar de uma diferença bastante sutil, muitos autores e pesquisadores da área não fazem distinção e consideram tanto o aspecto qualitativo quanto o quantitativo como pertencentes à metonímia.
Videoaula sobre figuras de palavras
Exercícios resolvidos sobre metonímia
Questão 1
(Fuvest) Metonímia é a figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, havendo sempre uma relação entre os dois. A relação pode ser de causa e efeito, de continente e conteúdo, de autor e obra ou da parte pelo todo. Assinale a alternativa em que essa figura ocorre:
a) Achando aquilo um desaforo.
b) Miquelina ficou abobada com o olhar parado.
c) E as mãos batendo nas bocas.
d) Calções negros corriam, pulavam.
e) Palhetas subiram no ar.
Resolução:
Alternativa D
Conforme estudamos anteriormente, a metonímia é uma figura de linguagem que consiste em trocar uma palavra por outra por meio de uma relação de afinidade entre ambas. Assim sendo, a metonímia pode substituir um termo por outro (o autor pela obra, a parte pelo todo etc). Dentro das alternativas disponíveis acima, a que mais se encaixa nesse conceito é a alternativa D. Na frase “calções negros corriam, pulavam”, podemos substituir “calções negros” por pessoas que corriam e pulavam. Ocorreu a troca de uma palavra (pessoas) por outra (calções) por causa da afinidade entre ambas. Quando “calções pulam”, entende-se que são pessoas, e não simplesmente calções.
Questão 2
Que país é este?
Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
(“Que país é este?”, Legião Urbana)
Com relação ao trecho acima, podemos afirmar que
a) os termos “favelas” e “senado” caracterizam metonímia, pois estabelecem uma relação entre a parte (senado e favelas) e o todo (nação).
b) a segunda estrofe usa metonímia ao substituir “corrupção” por “sujeira”.
c) a expressão “Que país é este?” caracteriza-se como uma antítese ao Brasil sugerido na canção.
d) o uso do “pra” na segunda estrofe é considerado vício de linguagem chamado barbarismo.
e) o termo “mas” na última estrofe estabelece uma relação de causalidade.
Resolução:
Alternativa B
Ao analisarmos a canção, identificamos que os termos “favela” e “senado” não substituem nação. Sendo assim, a alternativa A não está correta. O uso da expressão “Que país é este?” não configura uma antítese por se tratar de uma pergunta e não apresentar termos contrários em sua construção. O temo “pra” é típico da linguagem coloquial, utilizado muitas vezes em canções para levar a arte para a realidade das pessoas. Sendo assim, não é possível caracterizar o termo como vício de linguagem e menos ainda considerá-lo como barbarismo. Não há erro de grafia, mas sim supressão de letra. Dessa forma, as alternativas C e D também não estão corretas.
O uso da palavra “mas” transmite uma ideia de oposição e adversidade, e não uma relação de causalidade. Portanto, a alternativa E também está incorreta. A alternativa B é a correta, pois a música aproxima dois termos de significados distintos, associando sujeira com corrupção.