Marcel Proust

Marcel Proust (1871-1922) foi um dos escritores mais conhecidos do século XX e ficou famoso por Em busca do tempo perdido, uma série de sete obras publicadas de 1913 a 1927.

Marcel Proust é o autor de “Em busca do tempo perdido”, uma série de sete obras publicadas de 1913 a 1927. [1]

Marcel Proust foi um dos escritores mais conhecidos do século XX. O francês ganhou notoriedade por sua obra Em busca do tempo perdido, publicada em sete partes de 1913 a 1927. Sua obra é estimada pelo aprofundamento psicológico, caráter intimista e teor autobiográfico, e pela presença de fluxos de consciência. O parisiense usou sua escrita como forma de crítica à sociedade francesa da época e valorizou a presença da arte e a passagem do tempo.

Leia também: George Orwell — autor cujas obras apresentam uma crítica sociopolítica e uma visão pessimista da humanidade

Resumo sobre Marcel Proust

  • Marcel Proust nasceu em 10 de julho de 1871, em Paris.

  • Teve asma desde os nove anos.

  • Estudou Direito e Ciências Políticas.

  • Colaborou em jornais e revistas, nos quais publicou os primeiros trabalhos.

  • Os prazeres e os dias (1896) foi seu livro de estreia, uma coleção de vários tipos de texto.

  • Sua obra-prima, Em busca do tempo perdido, é uma série de sete livros publicada de 1913 a 1927.

  • Ganhou o Prêmio Goncourt com o segundo livro da série, À sombra das moças em flor (1918).

  • Morreu em 18 de novembro de 1922, com bronquite e pneumonia.

  • Sua obra é conhecida pelo aprofundamento psicológico, caráter intimista e teor autobiográfico, além da presença de fluxos de consciência.

Biografia de Marcel Proust

Marcel Proust nasceu em Paris, em 10 de julho de 1871. Era filho do médico Adrien Proust e de Jeanne Weil, e tinha origem judaica. Teve uma infância um pouco mais isolada pela asma, que desenvolveu aos nove anos.

Entre 1882 e 1889, estudou no Liceu Condorcet e, logo depois, passou a estudar Direito e Ciências Políticas. Também colaborou no jornal da primeira escola, Revue Lilas (Revista Lilás), porém seus primeiros trabalhos literários só foram publicados em 1892, nas revistas Le Banquet (O Banquete), da qual foi um dos fundadores, e Littérature et Critique (Literatura e Crítica). No ano de 1895, conquistou a licenciatura em Letras pela Universidade de Sorbonne.

Seu primeiro livro foi publicado em 1896, Les plaisirs et les jours (Os prazeres e os dias). Foi uma reunião de diversos tipos de texto curtos, como contos, crônicas, poemas e novelas. O título foi inspirado no clássico Os trabalhos e os dias, do poeta grego Hesíodo (aprox. séc. VIII a.C.).

Proust usou o período de 1895 a 1899 para trabalhar no longo romance Jean Santeuil, que só foi publicado em 1952. Entre 1905 e 1907, escreveu Contre Sainte-Beuve, que só foi publicado em 1954. Nesse ponto, o estilo de escrita de Proust estava mais maduro.

Foi com esse estilo mais maduro de escrita que ele iniciou sua obra-prima, Em Busca do tempo perdido, uma série de livros que seria publicada nos anos seguintes. O primeiro, No caminho de Swann, foi publicado em 1913, mesmo tendo sido recusado previamente por quatro editoras. No ano seguinte, sofreu com a morte de seu secretário, Alfred Agostinelli, por quem era apaixonado.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, publicou a segunda parte, À sombra das moças em flor (1918), com a qual ganhou o Prêmio Goncourt. Continuou a série com No caminho de Guermantes, em dois volumes (1920 e 1921) e Sodoma e Gomorra, em dois volumes (1921 e 1922).

Nesse ponto, já estava no seu último ano de vida, pois adoeceu com uma bronquite seguida de pneumonia e ficou recluso em casa. Ele morreu em 18 de novembro de 1922.

As três últimas partes de Em busca do tempo perdido foram publicadas postumamente: A prisioneira (1923), A fugitiva (1925) e O tempo reencontrado (1927).

Características literárias de Marcel Proust

Os principais elementos presentes nas obras de Marcel Proust são:

  • Análise do ciúme masculino

  • Representação de relações homoafetivas

  • Fluxo de consciência

  • Aprofundamento psicológico

  • Crítica social

  • Caráter autobiográfico

  • Valorização da arte em suas várias formas

Obras de Marcel Proust

  • Os prazeres e os dias (1896)

  • A morte das catedrais (1904)

  • Em busca do tempo perdido:

    • No caminho de Swann (1913)

    • À sombra das moças em flor (1918)

    • No caminho de Guermantes, em dois volumes (1920 e 1921)

    • Sodoma e Gomorra, em dois volumes (1921 e 1922)

    • A prisioneira (1923) (póstuma)

    • A fugitiva (1925) (póstuma)

    • O tempo reencontrado (1927) (póstuma)

  • Crônicas (1927) (póstuma)

  • Jean Santeuil (1952) (póstuma)

  • Contra Sainte-Beuve (1954) (póstuma)

Análise da série Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

O tempo reencontrado, último livro da série Em busca do tempo perdido, traz o encerramento da narrativa e as reflexões sobre o tempo passado.

A obra-prima de Proust, Em busca do tempo perdido, é um longo romance publicado em sete volumes de 1913 a 1927 (os últimos três de forma póstuma). Foi escrita em uma fase muito mais madura do autor e inclui alguns de seus temas fundamentais, como o ciúme masculino e as relações homoafetivas, além de temas gerais, como amor, ciúmes e inveja.

A história tem como plano de fundo a burguesia francesa e suas relações com a nobreza, mas também mostra acontecimentos mundiais. A narrativa em primeira pessoa é contada por Marcél. Ela é considerada uma ruptura em relação ao realismo de sua época e tem certo teor autobiográfico. Contudo, mesmo tendo algumas relações com a vida de Proust, a obra não é uma autobiografia. A obra também possui características tanto do simbolismo como do impressionismo.

No caminho de Swann, primeiro livro de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

Marcél conta sobre sua infância no povoado parisiense de Combray. As lembranças são despertadas de forma cinestésica. Há oposição entre os dois caminhos que saem de sua casa, o de Swann e o de Guermantes. O narrador analisa o ciúmes com base em seu vizinho, Charles Swann, que é possessivo com a esposa. A voz narrativa mostra uma fascinação pela filha do casal, Gilberte.

À sombra das moças em flor, segundo livro de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

Muito mais lírico, passa-se nas férias da adolescência de Marcél, quando sofre uma desilusão amorosa com Gilberte. Ele se integra a um grupo de meninas por estar apaixonado por uma delas, Albertine.

No caminho de Guermantes, terceiro livro de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

Um pouco mais velho, Marcél entra no ambiente da aristocracia parisiense, mas logo se decepciona com a sua superficialidade. Mais uma vez, tem uma decepção amorosa ao se apaixonar pela duquesa de Guermantes. Os personagens aumentam ainda mais, principalmente com a aparição do barão de Charlus, porque é por meio da relação dos dois que Marcél entenderá sua homossexualidade.

Sodoma e Gomorra, quarto livro de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

O centro da obra é ocupado pela homoafetividade. Enquanto o barão de Charlus relaciona-se com o violinista Morei, Marcél segue apaixonado por Albertine, mas preocupa-se com algumas experiências lésbicas que ela pode ter tido. Para tentar “cuidar” dela e afastá-la desses assuntos, decide morar com ela para se casarem.

A prisioneira, quinto livro de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

A obra mostra como a relação de Marcél com Albertine é muito possessiva, e Marcél experimenta um grande sofrimento. Ele reflete muito sobre o amor e tem medo de que ele acabe. Ao superar esse sentimento, decide abandoná-la, mas ela foge de casa antes disso.

A fugitiva, sexto livro de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

Ao contrário do que se espera, o protagonista é que é abandonado. Quando descobre que Albertine fugiu, sua paixão volta e aumenta. Além disso, uma grande tristeza o domina ao descobrir que a amada tinha morrido. Com o tempo, supera essa dor e reencontra Gilberte, que está casada com um descendente dos Guermantes. Entretanto, Marcél descobre que o marido é homossexual.

O tempo reencontrado, sétimo livro de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

Marcél e Gilberte refletem sobre a passagem do tempo e como ela afetou a vida e as pessoas à sua volta. A filha de Gilberte e seu marido são a personificação de uma crítica social, pois representam a junção da burguesia e aristocracia francesas. A arte aparece como o modo de recriação e rememoração por meio das coisas mais cotidianas. Dessa forma, o narrador decide reconstruir o passado pela escrita.

Veja também: Émile Zola — autor cujas obras apresentam um olhar objetivo, científico, realista e determinista sobre a sociedade francesa do século XIX

Frases de Marcel Proust

Veja, a seguir, algumas frases de Marcel Proust, retiradas de Em busca do tempo perdido:

  • “Não é apenas a arte que põe encanto e mistério nas coisas mais insignificantes; esse mesmo poder de relacioná-las intimamente conosco é reservado também à dor.”

  • “Por mais tranquilos que nos julguemos quando amamos, o amor está sempre em equilíbrio instável dentro do nosso coração.”

  • “Não se ama a ninguém mais quando se ama.”

  • “A beleza não é senão uma série de hipóteses, e a fealdade a reduz.”

  • “Talvez algumas obras-primas tenham sido compostas entre bocejos.”

  • “A verdadeira beleza é tão peculiar, tão nova, que não a reconhecemos como beleza.”

  • “Toda invenção de que jamais se cogitou excita o espírito, mesmo das pessoas que não saibam aproveitá-la.”

  • “Saber nem sempre permite evitar.”

Crédito de imagem

[1] Julien Jean Zayatz / Shutterstock

Por: Luiza Pezzotti Pugles

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