Manuel Bandeira foi um famoso autor pernambucano que fez parte da primeira geração do modernismo brasileiro. Libertinagem é uma das obras mais famosas de Bandeira.
Manuel Bandeira foi um escritor pernambucano. Ele nasceu no dia 19 de abril de 1886, na cidade de Recife. Mais tarde, foi professor de Literatura no Colégio Pedro II e na Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro. O autor também escreveu para diversos periódicos e foi membro da Academia Brasileira de Letras.
O poeta, que faleceu em 13 de outubro de 1968, no Rio de Janeiro, foi um dos principais autores da primeira fase do modernismo brasileiro. Seus poemas, portanto, são caracterizados pela liberdade formal, pelo nacionalismo crítico e pela ironia. Isso é possível observar em uma de suas principais obras, o livro Libertinagem.
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Resumo sobre Manuel Bandeira
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O escritor brasileiro Manuel Bandeira nasceu em 1886 e faleceu em 1968.
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Foi um poeta da primeira geração do modernismo brasileiro.
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Além de escritor, atuou como professor de Literatura.
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A sua poesia apresenta ironia e valoriza elementos cotidianos.
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Uma de suas obras mais famosas é o livro Libertinagem.
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Biografia de Manuel Bandeira
Manuel Bandeira nasceu no dia 19 de abril de 1886, na cidade de Recife. Anos depois, em 1896, o poeta foi matriculado no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, onde estudou até 1902. Em São Paulo, no ano de 1903, passou a estudar Arquitetura na Escola Politécnica. Contudo, no ano seguinte, precisou voltar ao Rio de Janeiro para fazer tratamento contra a tuberculose.
Nos próximos anos, esteve sempre sob tratamento. Assim, em 1913, viajou para a Suíça para se tratar no sanatório de Clavadel. Em 1917, Bandeira publicou seu primeiro livro — A cinza das horas. Não participou da Semana de Arte Moderna de 1922, mas seu poema “Os sapos” foi lido por Ronald de Carvalho (1893-1935), sob vaias da plateia conservadora.
Dois anos depois, o poeta fazia crítica musical para as revistas A Ideia Ilustrada e Ariel. Em 1925, começou a escrever para o jornal A Noite. Nos próximos anos, também escreveu para o Diário Nacional, de São Paulo, e A Província, de Recife. No ano de 1935, assumiu o cargo de inspetor de ensino secundário.
Em 1938, foi nomeado professor de Literatura do Colégio Pedro II. Nesse mesmo ano, passou a fazer parte do conselho consultivo do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Já em 1941, fazia crítica de artes plásticas no jornal carioca A Manhã. Passou a fazer parte da Sociedade Felipe d’Oliveira em 1942.
No ano seguinte, deixou o Pedro II para lecionar Literatura Hispano-Americana na Faculdade Nacional de Filosofia. No ano de 1951, foi candidato a deputado pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), mas não foi eleito. Quatro anos depois, começou a escrever para o Jornal do Brasil e para a Folha da Manhã.
Bandeira se aposentou pela Faculdade Nacional de Filosofia, em 1956. No ano seguinte, viajou para a França, Holanda e Inglaterra. Já em 1966, recebeu a Ordem do Mérito Nacional, além do título de Cidadão Carioca e do prêmio Moinho Santista. Morreu em 13 de outubro de 1968, no Rio de Janeiro.
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Manuel Bandeira na Academia Brasileira de Letras
O poeta foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 29 de agosto de 1940, e tomou posse em 30 de novembro desse ano, quando ocupou a cadeira 24.
Características das obras de Manuel Bandeira
Manuel Bandeira foi um dos principais autores da primeira geração modernista. Suas obras apresentam elementos nacionalistas, visão crítica e antiacademicismo. O poeta valorizava a linguagem coloquial, a simplicidade e os versos livres. A poesia de Bandeira é marcada por temas do cotidiano e pela ironia.
Obras de Manuel Bandeira
Suas principais obras em prosa são:
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Crônicas da província do Brasil (1937)
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Guia de Ouro Preto (1938)
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Noções de história das literaturas (1940)
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Literatura hispano-americana (1949)
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Gonçalves Dias (1952)
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Itinerário de Pasárgada (1954)
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De poetas e de poesia (1954)
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Flauta de papel (1957)
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Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966)
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Andorinha, andorinha (1966)
Escreveu uma antologia:
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Antologia poética (1961)
Suas principais obras em poesia são:
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A cinza das horas (1917)
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Carnaval (1919)
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O ritmo dissoluto (1924)
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Libertinagem (1930)
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Estrela da manhã (1936)
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Lira dos cinquent’anos (1940)
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Belo belo (1948)
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Mafuá do Malungo (1948)
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Opus 10 (1952)
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Estrela da tarde (1963)
Alguns de seus poemas mais famosos são:
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“Os sapos” (1919)
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“Os sinos” (1924)
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“Poética” (1930)
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“Vou-me embora pra Pasárgada” (1930)
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Libertinagem, obra de Manuel Bandeira
O livro Libertinagem, publicado pela primeira vez em 1930, é uma das principais obras da primeira fase do modernismo brasileiro. Nessa obra, Bandeira utiliza os elementos caracterizadores do movimento, como o verso livre e a ironia. Faz parte desse livro um de seus poemas mais famosos — “Vou-me embora pra Pasárgada”.
Nesse poema, o eu lírico ironiza o romantismo. Assim, cria uma realidade perfeita, a de Pasárgada, lugar propício para a fuga romântica. Bandeira emprega redondilhas maiores (versos de sete sílabas), à moda romântica, mas também utiliza o coloquial “pra” e evidencia os elementos nacionais:
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau de sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Outro poema desse livro é “Pneumotórax”. Escrito em versos livres, ele mostra, com simplicidade e ironia, um fato cotidiano na vida do poeta, já que Bandeira lutou contra a tuberculose por muitos anos:
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
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— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Créditos da imagem
[1]Global Editora (reprodução)
Fontes
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2015.
BANDEIRA, Manuel. Cronologia. In: BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. 6. ed. São Paulo: Global, 2013.
BANDEIRA, Manuel. Pneumotórax. In: BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. 6. ed. São Paulo: Global, 2013.
BANDEIRA, Manuel. Vou-me embora pra Pasárgada. In: BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. 6. ed. São Paulo: Global, 2013.
ENDO, Jucimeire Ramos de Souza. A poetização do cotidiano na poesia de Manuel Bandeira. 2006. Dissertação (Mestrado em Literatura e Crítica Literária) – Faculdade de Letras, Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2006.
FLORES JR., Wilson José. Ambivalências em Pasárgada: a poesia de Manuel Bandeira em suas tensões. 2013. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.