Lord Byron

Lord Byron foi um escritor inglês nascido no século XVIII. Foi um dos principais autores do romantismo. Sua obra mais conhecida é o poema narrativo “Don Juan”.

Retrato de Lord Byron, obra de Thomas Phillips (1770-1845).

Lord Byron, como ficou conhecido George Gordon Noel Byron, nasceu em 22 de janeiro de 1788, em Londres, na Inglaterra. Mais tarde, assumiu um lugar na Câmara dos Lordes e ficou famoso como poeta. Viveu uma vida de prazeres e liberdade, além de inspirar poetas no mundo inteiro.

O autor, que faleceu em 19 de abril de 1824, na Grécia, fez parte do romantismo inglês. É conhecido, principalmente, pela sua poesia de cunho satírico, como a narrativa em versos Don Juan. Em sua obra, também são marcantes características como melancolia, sentimento de culpa e pessimismo.

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Resumo sobre Lord Byron

  • Nasceu em 1788 e faleceu em 1824.
  • Além de escritor, foi membro da Câmara dos Lordes.
  • Fez parte do romantismo inglês e inspirou poetas no mundo inteiro.
  • Além de poesia confessional, produziu poema narrativo e sátira sociopolítica.
  • Uma de suas obras mais famosas é a inacabada narrativa em versos Don Juan.

Biografia de Lord Byron

Lord Byron (George Gordon Noel Byron) nasceu em 22 de janeiro de 1788, na cidade de Londres, na Inglaterra. Aquele, que seria um dos maiores símbolos do romantismo, nasceu com um pé torto, mas se tornou um homem bonito, sedutor e defensor da liberdade.

Perdeu o pai, que vivia na França, em 1791, e foi criado pela mãe, a orgulhosa Catherine Gordon of Gight (1764-1811). Anos depois, em 1798, George se transformou em barão, título herdado de seu tio-avô. Ao se apaixonar por sua prima Margaret Parker, Byron escreveu seus primeiros versos, em 1800.

No ano seguinte, começou a estudar na Harrow School. Em 1805, transferiu-se para o Trinity College. Um ano antes, estreitou relações com sua meia-irmã Augusta Maria Leigh (1783-1851). Byron teve duas grandes paixões durante seu período escolar: a prima Mary Chaworth de Annesley Hall (1785-1832) e o amigo John Edleston.

Na agitada vida londrina, Byron tinha aulas de esgrima e boxe, e era adepto dos jogos de azar. A busca pelo prazer acabou lhe trazendo muitas dívidas, mas a poesia lhe trouxe fama e admiração. Tudo começou em 1806, quando publicou seu primeiro livro: Fugitive pieces.

Foi a partir de 1808, após seu livro Horas de ociosidade receber duras críticas de Henry Brougham (1778-1868), na Edinburgh Review, que o poeta, ofendido, resolveu se entregar aos versos satíricos. Além disso, ao atingir a maioridade, assumiu seu lugar na Câmara dos Lordes, em 1809.

Apesar de endividado, viajou à Grécia, em 1809, onde conheceu a “donzela de Atenas”, uma jovem de 12 anos por quem se apaixonou. Depois, foi para a Turquia, retornou à Grécia e voltou à Inglaterra em 1811. Nesse ano, morreram a mãe do poeta e também John Edleston, perdas que abalaram o escritor. Em homenagem a Edleston, ele escreveu o poema “To Thyrza”.

No ano seguinte, em 1812, retornou à Câmara dos Lordes e apoiou os liberais. Nesse ano, ficou definitivamente famoso com a publicação de sua obra A peregrinação de Childe Harold, que também tem versos em homenagem ao amigo morto.

A partir de então, teve alguns relacionamentos amorosos que merecem destaque. Um deles foi com a escritora Caroline Lamb (1785-1828), a qual publicou o romance Glenarvon (1816), inspirado na relação vivida com o poeta. Ele também se relacionou com a condessa Jane Elizabeth Scott (1774-1824). O mais escandaloso dos seus casos foi com sua meia-irmã Augusta, a partir de 1813.

Byron se casou, em 1815, com a jovem Annabella (1792-1860), que o deixou no ano seguinte, levando a filha do casal. Nesse ano, o poeta decidiu abandonar seu país e morar na Suíça. Já em 1817, Byron teve uma filha com Claire Clairmont (1798-1879), irmã da escritora Mary Shelley (1797-1851).

O escritor foi para a Itália em 1817, onde, dois anos depois, iniciou um caso amoroso com uma mulher casada, a condessa Teresa Guiccioli. O relacionamento acabou em 1823, ano em que Byron retornou à Grécia, onde lutou na guerra de independência, adoeceu e faleceu em 19 de abril de 1824.

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Obras de Lord Byron

  • Fugitive pieces (1806)
  • Horas de ociosidade (1807)
  • Bardos ingleses e críticos escoceses (1809)
  • A peregrinação de Childe Harold (1812)
  • Valsa: um hino apostrófico (1813)
  • The Giaour (1813)
  • A noiva de Abydos (1813)
  • O corsário (1814)
  • Ode a Napoleão Bonaparte (1814)
  • Lara (1814)
  • A maldição de Minerva (1815)
  • O cerco de Corinto (1816)
  • Poemas (1816)
  • Monodia sobre a morte do honorável R. B. Sheridan (1816)
  • O prisioneiro de Chillon e outros poemas (1817)
  • Manfredo (1817)
  • O lamento de Tasso (1817)
  • Beppo (1818)
  • Mazeppa (1819)
  • Don Juan (1819)
  • Marino Faliero (1821)
  • Sardanapalus (1821)
  • A idade do bronze (1823)
  • A ilha (1823)
  • Werner (1823)

Análise de Don Juan

Capa do livro “Don Juan”, de Lord Byron, publicado pela Penguin Editora. [1]

Don Juan, um dos livros mais famosos de Byron, é uma obra inacabada do autor. Nesse poema narrativo e de cunho satírico, Byron trabalha o mito de Don Juan. O clássico personagem é retratado pelo narrador byroniano como sendo um jovem amante que se envolve em situações perigosas ou desfavoráveis para viver suas aventuras amorosas.

O rapaz tem 16 anos quando se envolve com uma mulher casada, a Donna Júlia. O romance não acaba bem, pois Juan se vê obrigado a fugir do marido da mulher. Para complicar, o navio em que o jovem embarca acaba naufragando. Sobrevivente do naufrágio, ele se torna amante de Haidée, a filha de um pirata.

Lambro, o pai da jovem, vende Juan como escravo. Assim, em Constantinopla, a sultana Gulbeyaz faz dele um amante. Mais tarde, ele pratica um ato heroico quando é soldado no exército russo, e conhece Catarina, a Grande (1729-1796). Após adoecer, ele volta para a Inglaterra.

Novamente, Juan se torna amante de uma mulher casada, seu nome é Adeline, e também inicia um romance com a jovem Aurora. Dessa forma, essa narrativa em versos traz não só amor e aventura, mas também crítica social:

E não há a religião e a reforma,
Paz, guerra, imposto, e o que se diz “nação”?
E pra guiar na tormenta briga formam?
Financeira e imobiliária especulação?
A alegria do ódio mútuo que os amorna,
Ao invés de amor, mera alucinação?|1|

Poemas de Lord Byron

No poema “A uma taça feita de um crânio humano”, traduzido pelo escritor romântico Castro Alves (1847-1871), o eu lírico é um crânio humano. Ele afirma que é o único crânio que só “derrama alegria”. Afinal, é usado como taça de vinho. Na sequência, o crânio diz que viveu, amou e bebeu, assim como o interlocutor, ou seja, o leitor ou a leitora.

Ele incita o interlocutor a empiná-lo, já que, para ele, mais “val [vale] guardar o sumo da parreira [o vinho]/ Do que ao verme do chão ser pasto vil”. E nos lembra de que a vida passa rápido. Assim, com muita ironia, o eu lírico sugere que o crânio de seu interlocutor um dia também pode ser usado como uma taça:

Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás — pobre caveira fria —
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais val guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
— Taça — levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do reptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor aí repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim pra alguma cousa!...

“Parisina”, obra de Thomas Jones Barker (1813-1882).

Já no começo do longo poema “Parisina”, com tradução do romântico Álvares de Azevedo (1831-1852), o eu lírico descreve bucólica e melancolicamente a noite:

É a hora em que dentre as ramagens
Rouxinóis cantam nênias sentidas;
É a hora em que juras de amores
Serão doces nas vozes tremidas;
E auras brandas e as águas vizinhas,
Murmuriam no ouvido silente.
Cada flor à noitinha de leve,
Com o orvalho se inclina tremente,
E se encontram nos céus as estrelas,
São as águas d’azul mais escuro,
Têm mais negras as cores as folhas,
Desse escuro o céu vai-se envolvendo,
Docemente tão negro e tão puro
Que o dia acompanha — nas nuvens morrendo
Qual finda o crepúsculo — a lua nascendo.

[…]

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Características das obras de Lord Byron

Lord Byron foi um poeta do romantismo inglês. Seus textos, portanto, são caracterizados pelo sentimentalismo exagerado, ou seja, a supervalorização da emoção em detrimento da razão. Além disso, a poesia byroniana é marcada pelo aspecto heroico e pelo culto à liberdade e ao amor.

O poeta, além de escrever poesia confessional, enveredou pela narrativa em verso e fez sátira sociopolítica. Sua poesia, assim como sua vida, tem um caráter revolucionário, associado a ideais de liberdade. Também são perceptíveis na obra do autor a melancolia, o sentimento de culpa, o pessimismo e a temática da morte.

Frases de Lord Byron

Vamos ler, a seguir, algumas frases de Lord Byron extraídas de suas obras A peregrinação de Childe Harold e Don Juan:

“E afinal o que é uma mentira? A verdade debaixo da máscara.”

“O dinheiro é a lâmpada de Aladim.”

“O ódio é certamente o mais duradouro dos prazeres.”

“A fama é a sede da juventude.”

“Amamos às pressas, o ódio é lazer.”

Nota

|1| Tradução de Lucas Zaparolli de Agustini.

Créditos da imagem

[1] Penguin Editora (reprodução)

Por: Warley Souza

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