José Lins do Rego foi um escritor brasileiro do século XX. Ele fez parte da geração de 30 do modernismo brasileiro. Sua obra mais famosa é o romance “Fogo morto”.
José Lins do Rego foi um importante escritor brasileiro que nasceu em 03 de junho de 1901, em Pilar, no estado da Paraíba. Foi criado no engenho Corredor, de propriedade de seu avô materno. Mais tarde, fez faculdade de Direito, foi promotor e escreveu para diversos periódicos nacionais. Publicou seu primeiro romance — Menino de engenho — em 1932.
O escritor, que faleceu em 12 de setembro de 1957, no Rio de Janeiro, fez parte da geração de 30 do modernismo brasileiro. Suas obras, portanto, apresentam caráter regionalista e crítica sociopolítica. O livro mais famoso do autor é o romance Fogo morto, que fala sobre a decadência dos engenhos nordestinos.
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Resumo sobre José Lins do Rego
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O escritor brasileiro nasceu em 1901 e faleceu em 1957.
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Além de romancista, foi promotor, fiscal e membro da ABL.
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Foi um autor pertencente à geração de 30 do modernismo brasileiro.
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Suas obras, de caráter regionalista, são marcadas pela crítica sociopolítica.
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Um dos livros mais famosos do escritor é o romance Fogo morto. Sua primeira obra publicada foi Menino de Engenho.
Biografia de José Lins do Rego
José Lins do Rego nasceu em 03 de junho de 1901, na cidade de Pilar, no estado da Paraíba. No ano seguinte, ficou órfão de mãe, e, assim, foi criado pelos avós. Passou sua infância no engenho Corredor, de propriedade de seu avô materno. Mais tarde, estudou no Instituto Nossa Senhora do Carmo em regime de internato.
Também estudou no Colégio Diocesano Pio X, em João Pessoa, no Instituto Carneiro Leão e no Colégio Osvaldo Cruz, ambos em Recife. No Ginásio Pernambucano, concluiu o secundário. Então, em 1919, passou a escrever para o Diário do Estado da Paraíba.
Começou a estudar na Faculdade de Direito do Recife em 1920. Dois anos depois, criou o semanário Dom Casmurro. Já em 1924, casou-se com Filomena Massa. No ano seguinte, assumiu o cargo de promotor em Manhuaçu, em Minas Gerais. Em 1926, agora em Alagoas, trabalhou como fiscal de bancos.
Em 1928, passou a escrever para o jornal A Província. Quatro anos depois, em 1932, publicou seu primeiro romance — Menino de engenho. Por esse livro, em 1933, o autor recebeu um prêmio da Fundação Graça Aranha. No Rio de Janeiro, ocupou o cargo de fiscal do imposto de consumo, em 1935.
No ano de 1940, passou a escrever para o jornal A Manhã. Em 1941, ganhou um prêmio da Sociedade Felipe d’Oliveira pelo livro Água-mãe. Em 1943, começou a escrever para O Globo e O Jornal, e se tornou secretário da Confederação Brasileira de Desportos. No ano seguinte, viajou ao Uruguai e à Argentina.
Começou a escrever para o Jornal dos Sports a partir de 1945. Dois anos depois, em 1947, publicou Eurídice, livro que recebeu o Prêmio Fábio Prado. Em 1950, o escritor conheceu a cidade francesa de Paris. Faleceu sete anos depois, em 12 de setembro de 1957, no Rio de Janeiro.
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José Lins do Rego e a Academia Brasileira de Letras
José Lins do Rego foi o quarto ocupante da cadeira 25 da Academia Brasileira de Letras. O escritor, eleito em 15 de setembro de 1955, tomou posse em 15 de dezembro de 1956, quando foi recebido por Austregésilo de Athayde (1898-1993).
Características da obra de José Lins do Rego
O escritor José Lins do Rego fez parte da geração de 1930 do modernismo brasileiro. Suas obras apresentam as seguintes características:
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elementos autobiográficos ou memorialísticos;
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crítica social e política;
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regionalismo ou neorregionalismo;
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Nordeste brasileiro como espaço da ação;
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linguagem simples e objetiva;
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realismo ou neorrealismo;
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influência determinista do meio;
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linguagem coloquial em destaque;
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valorização da cultura regional e nacional;
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patriarcalismo e autoritarismo em evidência;
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denúncia de privilégios e injustiças sociais.
Obras de José Lins do Rego
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Menino de engenho (1932)
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Doidinho (1933)
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Banguê (1934)
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O moleque Ricardo (1935)
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Usina (1936)
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Histórias da velha Totônia (1936)
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Pureza (1937)
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Pedra bonita (1938)
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Riacho doce (1939)
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Água-mãe (1941)
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Gordos e magros (1942)
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Fogo morto (1943)
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Poesia e vida (1945)
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Eurídice (1947)
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Bota de sete léguas (1951)
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Homens, seres e coisas (1952)
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Cangaceiros (1953)
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A casa e o homem (1954)
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Roteiro de Israel (1955)
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Meus verdes anos (1956)
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Gregos e troianos (1957)
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Presença do Nordeste na literatura brasileira (1957)
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O vulcão e a fonte (1958)
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Flamengo é puro amor (2002)
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O cravo de Mozart é eterno (2004)
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Ligeiros traços: escritos da juventude (2007)
Fogo morto
O romance Fogo morto é dividido em três partes. A primeira centra-se no personagem Mestre José Amaro. Ele, a esposa e a filha moram nas terras que pertencem ao Seu Lula, dono do engenho Santa Fé. José Amaro é um homem amargurado devido à sua situação social e ao fato de não ter tido um filho.
A segunda parte conta a história do engenho Santa Fé, herdado pelo Seu Lula, após se casar com Amélia, filha do capitão Tomás Cabral de Melo, antigo proprietário das terras. Incompetente para cuidar dos negócios, Seu Lula assiste à decadência do engenho da família, que se transforma em “fogo morto”, ou seja, inativo.
De um lado, temos o autoritário e decadente senhor de engenho, e, de outro, um humilde mas indignado seleiro. Ao se revoltar contra Seu Lula, José Amaro é expulso de sua casa. Assim, na terceira parte, o foco da narrativa está sobre o capitão Vitorino, que tenta ajudar seu compadre José Amaro.
O seleiro é abandonado por sua esposa, que acredita que ele se transforma em lobisomem. Já Marta, sua filha, é internada em um hospício. Ainda assim, José Amaro, um personagem trágico e infeliz, tem esperança de que o cangaceiro Antônio Silvino possa lhe fazer justiça. Desse modo, a obra Fogo morto discute questões culturais, sociais e políticas.
Videoaula sobre Menino de Engenho, de José Lins do Rego
Créditos de imagem
[1] Domínio Público / Arquivo Nacional
[2] Grupo Editorial Global (reprodução)