José de Alencar

José de Alencar é um escritor brasileiro, nascido em 1º de maio de 1829, em Fortaleza, no estado do Ceará. Em 1839, ele e sua família se mudaram para a cidade do Rio de Janeiro. Advogado desde 1850, o escritor também se envolveu em política: foi deputado pelo Ceará, além de ministro da Justiça nos anos de 1868 a 1870.

Publicou seu primeiro romance — Cinco minutos — em 1856, mas foi com O guarani, livro publicado um ano depois, que o autor atraiu a atenção dos críticos e se tornou o principal nome da prosa romântica brasileira. Escreveu, portanto, romances indianistas, urbanos, regionalistas e históricos.

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Biografia de José de Alencar

José de Alencar foi o maior nome da prosa romântica brasileira.

José de Alencar nasceu em 1º de maio de 1829, em Fortaleza, Ceará. Seu pai, José Martiniano Pereira de Alencar (1794-1860), era padre, mas abandonou o sacerdócio para se casar com sua prima Ana Josefina de Alencar (1796-1887). Além disso, o escritor é neto de Bárbara de Alencar (1760-1832), considerada uma heroína da Revolução Pernambucana de 1817. Assim, a avó e o pai do romancista ficaram presos durante quatro anos por participarem dessa revolução.

Entre os anos de 1837 e 1838, o pequeno Alencar e seus pais fizeram uma viagem pelo interior do Ceará e da Bahia. Esse fato possivelmente serviu de inspiração para o autor em alguns de seus romances. Após essa viagem, em 1839, ele se mudou com a família para a cidade do Rio de Janeiro. Ali, com 11 anos de idade, José de Alencar lia, em sua casa, romances para ouvintes atentas, o que, segundo ele, fez com que preferisse, como escritor, esse gênero de texto.

Em 1843, ele se mudou para São Paulo, onde fez faculdade de Direito, mas, em 1850, voltou para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como advogado. Também escrevia para o Correio Mercantil e o Jornal do Comércio. Em 1855, tornou-se redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro. E, em 1856, publicou seu primeiro romance — Cinco minutos. Porém, começou a chamar atenção como escritor ao publicar o romance indianista O guarani, em 1857.

Foi no ano de 1868 que apresentou o poeta Castro Alves (1847-1871) aos cariocas. Além da literatura, José de Alencar se envolveu também com a política nacional. Membro do Partido Conservador, foi eleito deputado pelo Ceará, além de ser ministro da Justiça de 1868 a 1870.

Alencar lutava contra a tuberculose desde os 18 anos. Então, em 1876, foi viver na Europa com a esposa e filhos. Buscava ali um tratamento eficaz contra a doença, mas retornou depois de oito meses e faleceu em 12 de dezembro de 1877, na cidade do Rio de Janeiro. Vinte anos depois, na fundação da Academia Brasileira de Letras, em 1897, Machado de Assis (1839-1908), declarado admirador da literatura de Alencar, escolheu o romancista para ser o patrono da cadeira número 23.

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Características da obra de José de Alencar

José de Alencar é um autor do Romantismo brasileiro. Ele é conhecido, principalmente, pelos seus romances. Alguns deles são protagonizados por personagens femininas fortes e determinadas.

Ele escreveu os seguintes tipos de romance, que, além de apresentarem amor e mulher idealizados, são assim caracterizados:

Indianista

  • Busca da identidade brasileira

  • Índio como herói nacional

  • Reconstituição do passado histórico

  • Defesa dos valores burgueses

  • Bucolismo

  • Vassalagem amorosa

Urbano ou de costumes

  • Heróis burgueses

  • Representação dos costumes da elite brasileira

  • Espaço da narrativa: Rio de Janeiro

Regionalista

  • Paisagens e personagens regionais típicas do Brasil

  • Apresentação dos valores da sociedade rural e patriarcal

  • Sertanejo como herói nacional

Histórico

  • Caráter histórico (fatos reais)

  • Distanciamento histórico (narração de fatos passados)

  • Personagens históricos (existiram de fato)

  • Característica ficcional: ficção e realidade se misturam.

Obras de José de Alencar

Capa do livro Senhora, uma das obras mais polêmicas de José de Alencar, publicado pela editora L&PM. [1]

Romances

  • Cinco minutos (1856)

  • A viuvinha (1857)

  • O guarani (1857)

  • Lucíola (1862)

  • Diva (1864)

  • Iracema (1865)

  • As minas de prata (1865-1866)

  • O gaúcho (1870)

  • A pata da gazela (1870)

  • O tronco do ipê (1871)

  • Guerra dos mascates (1871 e 1873)

  • Til (1871)

  • Sonhos d’ouro (1872)

  • Alfarrábios (1873)

  • Ubirajara (1874)

  • O sertanejo (1875)

  • Senhora (1875)

  • Encarnação (1893)

Teatro

  • Verso e reverso (1857)

  • O crédito (1857)

  • A noite de São João (1857)

  • O demônio familiar (1857)

  • As asas de um anjo (1858)

  • Mãe (1860)

  • A expiação (1867)

  • O jesuíta (1875)

Crônica

  • Ao correr da pena (1874)

Crítica

  • Cartas de Erasmo (1865)

  • Cartas sobre a Confederação dos Tamoios (1865)

  • Novas cartas políticas de Erasmo (1867)

  • O sistema representativo (1868)

  • O nosso cancioneiro (1874)

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Homenagens a José de Alencar

  • Estátua, no Largo do Catete, Rio de Janeiro (1897).

  • Praça José de Alencar, antigo Largo do Catete, Rio de Janeiro (1897).

  • Patrono da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras (1897).

  • Teatro José de Alencar, em Fortaleza (1910).

  • Distrito José de Alencar, em Iguatu, Ceará.

  • Exposição Comemorativa do Centenário da Morte de José de Alencar, na Biblioteca Nacional (1977).

Crédito da imagem

[1] L&PM Editores (reprodução)

Por: Warley Souza

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