Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna, no estado da Bahia. Passou sua infância em Ilhéus e sua adolescência em Salvador. Mais tarde, em 1935, formou-se em Direito, profissão que nunca exerceu. No mais, foi deputado federal, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, e exilado político.
O autor, que faleceu em 6 de agosto de 2001, em Salvador, tomou posse na Academia Brasileira de Letras em 1961. Escreveu livros caracterizados pela crítica sociopolítica atrelada a elementos regionalistas. Assim, apontou os problemas brasileiros causados pelo autoritarismo e pela desigualdade social.
Leia também: Lima Barreto – autor do início do século XX cuja obra traz crítica social
Biografia de Jorge Amado
Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna, Bahia. Durante a infância, viveu em Ilhéus, mas passou a adolescência em Salvador. Mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou Direito (profissão que nunca exerceu), além de ser redator-chefe da revista Dom Casmurro.
Durante o Estado Novo, o escritor se exilou na Argentina e no Uruguai nos anos de 1941 e 1942. De volta ao Brasil, em 1945, o romancista se casou com a escritora Zélia Gattai (1916-2008) e, membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo. Contudo, seu mandato durou apenas um ano, pois, em 1947, seu partido caiu na ilegalidade.
Novamente, Jorge Amado buscou o exílio. Assim, morou na França e em Praga, mas, em 1952, decidiu voltar ao Brasil. A partir daí, passou a se dedicar totalmente à sua bem-sucedida carreira de escritor e se tornou um fenômeno de vendas em todo o Brasil.
Em 1960, quando os escritores Simone de Beauvoir (1908-1986) e Jean-Paul Sartre (1905-1980) vieram ao Brasil, Jorge Amado e Zélia Gattai foram seus anfitriões. O casal brasileiro mostrou ao casal francês a cultura e os contrastes de nosso país. Mais tarde, Simone de Beauvoir relatou essa viagem em seu livro de memórias A força das coisas.
A partir do golpe de 1964, a postura política de Jorge Amado, em relação ao regime militar, mostrou-se um tanto ambígua. Segundo a doutora em história Carolina Fernandes Calixto, “a postura de Amado é vista entre o desinteresse, a alienação, a cooptação pelos meios midiáticos, e a colaboração com o regime”.
De acordo com a mesma fonte, o “único posicionamento identificado de oposição ao regime é a participação de Amado em alguns movimentos contra a censura prévia de livros”. No entanto, o autor também é visto como um cidadão disposto ao diálogo, espírito democrático que ele conservou até a sua morte, em 6 de agosto de 2001, em Salvador.
Leia também: Guimarães Rosa – importante representante da terceira fase modernista no Brasil
Características da obra de Jorge Amado
Jorge Amado foi um escritor da geração de 1930 do modernismo brasileiro. Suas obras, portanto, têm caráter regionalista ou neorregionalista, pois possuem uma perspectiva diferente daquela do regionalismo romântico, uma vez que o romance de 1930 não recorre a nenhum tipo de idealização.
Assim, as obras do autor são realistas ou neorrealistas, já que o narrador é parcial, diferentemente daquele do realismo do século XIX. Desse modo, o engajamento político do escritor acabou influenciando sua obra, a qual, por meio da crítica sociopolítica, busca combater o autoritarismo e a desigualdade social.
Os livros da geração de 1930 também dialogam com o naturalismo do século XIX, pois a narrativa é construída com base em uma visão determinista, especialmente no que se refere à influência do meio sobre os personagens. Nessa perspectiva, há uma valorização do espaço narrativo.
Principais obras de Jorge Amado
-
O país do carnaval (1931)
-
Cacau (1933)
-
Suor (1934)
-
Jubiabá (1935)
-
Mar morto (1936)
-
Capitães da areia (1937)
-
A estrada do mar (1938)
-
ABC de Castro Alves (1941)
-
O Cavaleiro da Esperança (1942)
-
Terras do sem fim (1943)
-
São Jorge dos Ilhéus (1944)
-
Bahia de Todos os Santos (1945)
-
Seara vermelha (1946)
-
O amor do soldado (1947)
-
O mundo da paz (1951)
-
Os subterrâneos da liberdade I: os ásperos tempos (1954)
-
Os subterrâneos da liberdade II: agonia da noite (1954)
-
Os subterrâneos da liberdade III: a luz no túnel (1954)
-
Gabriela, cravo e canela (1958)
-
A morte e a morte de Quincas Berro d’Água (1961)
-
Os velhos marinheiros ou O capitão de longo curso (1961)
-
Os pastores da noite (1964)
-
Dona Flor e seus dois maridos (1966)
-
Tenda dos milagres (1969)
-
Teresa Batista cansada de guerra (1972)
-
O gato Malhado e a andorinha Sinhá (1976)
-
Tieta do Agreste (1977)
-
Farda, fardão, camisola de dormir (1979)
-
Do recente milagre dos pássaros (1979)
-
O menino grapiúna (1982)
-
A bola e o goleiro (1984)
-
Tocaia grande (1984)
-
O sumiço da santa (1988)
-
Navegação de cabotagem (1992)
-
A descoberta da América pelos turcos (1994)
-
O milagre dos pássaros (1997)
-
Hora da guerra (2008)
Gabriela, cravo e canela
A história do romance se passa na cidade de Ilhéus, grande produtora de cacau. O árabe Nacib é o dono do bar Vesúvio. Quando sua cozinheira Filomena vai embora, ele contrata a bela Gabriela, uma pobre retirante: “Morena e tanto, essa sua empregada. Uns olhos, meu Deus... E da cor queimada que ele gostava”.
Gabriela e Nacib iniciam um relacionamento sexual, pois a jovem tem um espírito livre, busca prazer na vida e não exige nada de seu “moço bonito”, como ela chama Nacib. No entanto, muitos homens a desejam, e Nacib tem medo de ficar sem a amada. Então, ele decide se casar com Gabriela. Assim, como mulher casada, ela se vê obrigada a se comportar de acordo com sua nova posição e perde seu direito de viver livremente:
“Era ruim ser casada, gostava não... Vestido bonito, o armário cheio. Sapato apertado, mais de três pares. Até joias lhe dava. Um anel valia dinheiro, dona Arminda soubera: custara quase dois contos de réis. Que ia fazer com esse mundo de coisas? Do que gostava, nada podia fazer. Roda na praça com Rosinha e Tuísca, não podia fazer. Ir ao bar, levando a marmita, não podia fazer. Rir pra seu Tonico, pra Josué, pra seu Ari, seu Epaminondas? Não podia fazer. Andar descalça no passeio da casa, não podia fazer. Correr pela praia, todos os ventos em seus cabelos, descabelada, os pés dentro d’água? Não podia fazer. Rir quando tinha vontade, fosse onde fosse, na frente dos outros, não podia fazer. Dizer o que lhe vinha na boca, não podia fazer. Tudo quanto gostava, nada disso podia fazer. Era a senhora Saad. Podia, não. Era ruim ser casada.”
Quando Mundinho Falcão, exportador de cacau, chega a Ilhéus, o coronel Ramiro Bastos, cacique político da região, mostra-se incomodado com a sua influência sobre os cidadãos ilheenses, pois Mundinho se envolve em todos os assuntos da cidade e, também, torna-se sócio de Nacib em um restaurante.
A felicidade de Nacib, no entanto, chega ao fim, pois Gabriela, insatisfeita com o casamento, acaba traindo o marido com o mulherengo Tonico Bastos, filho do coronel Ramiro. Entretanto, ao surpreender os amantes, Nacib não consegue matar a esposa. Em vez disso, dá-lhe uma surra:
“Nacib nem se lembrou do revólver, estendeu a mão pesada e ofendida, Tonico rolou da borda do leito, para logo pôr-se de pé num salto, arrebanhar suas coisas de uma cadeira e sumir. Tempo de sobra para atirar e não havia perigo de erro. Por que não o fizera? Por que, em vez de matá-la, apenas a surrou, silenciosamente, sem uma palavra, pancada de criar bicho, deixando manchas de um roxo-escuro quase violeta, em sua carne cor de canela?”
Então, Nacib consegue anular o casamento sob a alegação de que os documentos da esposa são falsos. Gabriela vai morar na casa de dona Arminda e passa a trabalhar como costureira no atelier de Dora. Contudo, no final, sem conseguirem se esquecer um do outro, Nacib e Gabriela voltam a se encontrar.
Desse modo, a história de amor entre Gabriela e Nacib serve também para o narrador fazer crítica sociopolítica, além de mostrar os costumes regionais e o fim da República Velha, “em Ilhéus, naqueles idos de 1925, quando floresciam as roças nas terras adubadas com cadáveres e sangue e multiplicavam-se as fortunas, quando o progresso se estabelecia e transformava-se a fisionomia da cidade”.
Poema de Jorge Amado
O escritor Jorge Amado publicou apenas um livro de poesias: A estrada do mar. Essa obra é raríssima, portanto, pouco se sabe sobre as poesias que a compõem. No entanto, o poema mais conhecido do autor — “Canção da judia de Varsóvia” — foi escrito depois. Nele, o poeta dá voz a uma judia que mostra sua vida antes e durante o Holocausto, como podemos ver nos trechos a seguir:
Meu nome, já não o sei...
Só de Judia me chamam.
Meu rosto já foi bonito, na primavera em Varsóvia.
Um dia, chegou o inverno,
Trazido pelos nazistas;
E nunca mais quis ir embora.
Um dia já fui bonita,
Tive noivo, e tive sonhos.
Trazidos pelos nazistas
Veio o terror, veio a morte.
As flores se acabaram...
As criancinhas também.
Meu noivo foi fuzilado na madrugada do inverno.
Alegres jardins de outrora hoje já não existem.
Nunca mais verei as flores.
As criancinhas morreram de fome, pelas sarjetas,
Furadas de baionetas, nas diversões dos nazistas...
Morreram as flores também.
[...]
Em campo de concentração
São mil judias comigo, mas nenhuma nome tem.
Só, sobre o peito, uma marca feita com ferro em brasa,
Como um rebanho de gado
Para os açougues dos nazis.
[...]
Veja também: 5 poemas de Carlos Drummond de Andrade
Frases de Jorge Amado
A seguir, vamos ler algumas frases de Jorge Amado, retiradas de seu texto Carta a uma leitora sobre romance e personagens, escrito em 1970:
-
“Se algo fiz e realizei, eu o devo ao povo da Bahia.”
-
“Para recriar a vida é preciso tê-la vivido.”
-
“Sou materialista, mas o meu materialismo não me reduz.”
-
“Sou livre exatamente porque tenho ‘régua e compasso’.”
-
“Zumbi é o herói nascido do escravo rebelde e do livre orixá.”
-
“Não se trata de crer ou de não crer e, sim, de ser ou de não ser.”
-
“Nossa força reside em sermos parte de um todo.”
Prêmios, títulos e homenagens a Jorge Amado
Durante sua longa vida, Jorge Amado foi reverenciado por leitoras e leitores em todo o mundo. Foi eleito, em 1961, para a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras. Além disso, recebeu os seguintes prêmios, títulos e homenagens:
-
Título de Ogan de Oxossi (1927)
-
Prêmio Graça Aranha (1936)
-
Medalha do Centenário de Castro Alves (1947)
-
Prêmio Internacional Stalin (1951) - Moscou
-
Prêmio Machado de Assis (1959)
-
Prêmio Jornal do Comércio (1959)
-
Prêmio Luísa Cláudio de Souza (1959)
-
Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1959)
-
Títuto de Obá Otum Arolu (1959)
-
Prêmio Paula Brito (1959)
-
Prêmio Jabuti (1959)
-
Cidadão Carioca (1959)
-
Medalha Comemorativa do Centenário de João Ribeiro (1960)
-
Medalha Ordem dos Trovadores do Grêmio Brasileiro de Trovadores (1960)
-
Cidadão Paulistano (1961)
-
Diploma e Medalha de Bronze pelos serviços prestados ao desenvolvimento da Radiodifusão Educativa Cultural (1961)
-
Diploma do Amigo do Livro (1961)
-
Diploma de Reconhecimento e Medalha de Prata da Editora Italiana - Belo Horizonte (1962)
-
Carta de Cidadania Honorária da República do Livro (1962)
-
Cidadão da Cidade de Estância (1963)
-
Diploma de Honra ao Mérito da Organização de Pesquisas de Opinião Pública (1967)
-
Prêmio Juca Pato (1970)
-
Diploma no grau de Cavaleiro do Clube da Madrugada (1971)
-
Prêmio da Latinidade da Academia do Mundo Latino (1971)
-
Cidadão Sergipano (1973)
-
Título de Benemérito da Cidade de Ilhéus (1975)
-
Prêmio IILA (1976) - Itália
-
Título Cavaleiro Benemérito da Ordem da Literatura de Cordel (1976)
-
Diploma de Cavaleiro Benemérito da Ordem dos Cantadores (1976)
-
Diploma de Honra ao Mérito do Culto Afro-Brasileiro Xangô das Pedrinhas (1977)
-
Homenagem da Câmara de Vereadores de Itabuna (1978)
-
Comendador da Ordem das Artes e Letras (1979) - França
-
Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada (1980) - Portugal
-
Doutor honoris causa pela Universidade Federal da Bahia (1980)
-
Doutor honoris causa pela Universidade Federal do Ceará (1981)
-
Comenda de Grande Oficial da Ordem do Mérito da Bahia (1981)
-
Prêmio Fernando Chinaglia (1982)
-
Medalha de Prata de Mérito Turístico (1982) - Portugal
-
Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira (1982)
-
Diploma de Comendador da Cultura Popular da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel (1982)
-
Presidente Honorário da Academia Antero de Quental (1982)
-
Comendador da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho (1983)
-
Prêmio Brasília de Literatura (1983)
-
Diploma e Medalha do Mérito Cultural Castro Alves (1983)
-
Prêmio Internacional Dag Hammarskjöld (1983) - Portugal
-
Diploma de Membro da The Hispanic of America (1983)
-
Prêmio Moinho Santista de Literatura (1984)
-
Prêmio Personalidade Literária do Ano (1984)
-
Medalha Tomé de Souza (1984)
-
Cidadão da Cidade de Salvador (1984)
-
Prêmio Nonino (1984) - Itália
-
Commandeur de la Légion d’Honneur (1984) - Paris
-
Cidadão Honorário da Cidade de Guimarães (1985)
-
Prêmio BNB de Literatura (1985)
-
Medalha Anchieta (1985)
-
Diploma de Cidadão da Cidade de São Paulo (1985)
-
Medalha Ipiranga (1985)
-
Medalha da Cidade de São Paulo (1985)
-
Grão-Mestre da Ordem do Rio Branco (1985)
-
Cidadão de Honra da Comunidade de Mirabeau (1985) - França
-
Prêmio Dimitrof (1986) - Bulgária
-
Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1986) - Portugal
-
Comendador da Ordem do Congresso Nacional (1986)
-
Diploma de Honra ao Mérito da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel (1986)
-
Cavaleiro e Comendador da Ordem dos Cantadores (1986)
-
Comenda da Ordem do Congresso Nacional (1987)
-
Doutor honoris causa pela Universidade Lumiére Lyon II (1987) - França
-
Ordem Carlos Manuel de Céspedes (1988) - Cuba
-
Prêmio Pablo Picasso (1988) - Unesco
-
Medalha de Vermeil (1988) - França
-
Prêmio Pablo Neruda (1989) - Moscou
-
Prêmio Etruria de Literatura (1989) - Itália
-
Título de Chevalier de Beaugolais (1989) - França
-
Diploma de Honra ao Mérito da Associação Internacional dos Amigos de Ferreira de Castro (1989)
-
Doutor honoris causa pela Universidade de Israel (1990) - Israel
-
Doutor honoris causa em Língua e Literatura da Universidade Dagli Studi de Bari (1990)
-
Prêmio Mundial Cino del Duca (1990)
-
Medalha da Cidade de Cassis (1991) - França
-
Medalha e Troféu das Terras d’Ouro (1992)
-
Ordem de Maio ao Mérito no grau de Comendador (1992) - Argentina
-
Troféu Gabriela de Ouro (1992)
-
Comenda de Ordem do Mérito de São Jorge dos Ilhéus (1992)
-
Doutor honoris causa pela Universidade do Sudoeste (1992)
-
Prêmio Agogô de Ouro (1992)
-
Medalha de Ouro da cidade de Coimbra (1993)
-
Certificado especial de reconhecimento do Congresso dos Estados Unidos (1993) - Filadélfia
-
Ordem Bernardo O’Higgins (1993) - Chile
-
Troféu Roda Rotária (1993)
-
Título de Cidadão de Fortaleza (1994)
-
Título de Cidadão de Ipiaú (1994)
-
Troféu Axé de Turismo (1994)
-
Prêmio Vitaliano Brancatti (1995) - Itália
-
Prêmio Luís de Camões (1995) - Portugal
-
Doutor honoris causa pela Universidade de Pádua (1995) - Itália
-
Prêmio Dai Grandi (1995) - Itália
-
Título de Cidadão Cachoeirano (1995)
-
Medalha da Ordem de São Jorge dos Ilhéus (1995)
-
Doutor honoris causa pela Université de Sorbonne, Paris III (1996)
-
Doutor honoris causa pela Universidade de Pádua (1996) - Itália
-
Ordem do Mérito Cultural (1996)
-
Título de Cidadão Honorário de Cascais (1996) - Portugal
-
Medalha do Mérito Jornalístico (1996)
-
Título de Cidadão de Ilhéus (1997)
-
Medalha de Ouro Simon Bolívar (1997) - Unesco
-
Título de Cidadão Honorário de Brasília (1997)
-
Troféu Filme de Ouro (1997)
-
Prêmio Ministério da Cultura (1997)
-
Troféu Primeira Página (1998)
-
Diploma e Medalha da Cidade de Paris (1998)
-
Doutor honoris causa pela Universidade Moderna de Lisboa (1998) - Portugal
-
Doutor honoris causa pela Universidade de Bolonha (1998) - Itália
-
Comenda do Mérito da Ordem de São Jorge dos Ilhéus (1998)
-
Doutor honoris causa pela Universidade de Brasília (1999)
-
Cidadão Honorário do Concelho de Cascais (2000) - Portugal
Crédito da imagem:
[1] Companhia das Letras (reprodução)