Joaquim Manuel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo é um autor de romances urbanos do século XIX. Ele faz parte do Romantismo brasileiro e sua obra mais famosa e bem-sucedida é o romance “A Moreninha”.

Joaquim Manuel de Macedo, em 1866.

Joaquim Manuel de Macedo nasceu em 24 de junho de 1820, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Mais tarde, fez faculdade de medicina no Rio de Janeiro e, logo no início de sua carreira como escritor, obteve grande sucesso com o romance A Moreninha. Além disso, o romancista também foi professor e deputado.

O autor, que faleceu em 11 de abril de 1882, em Itaboraí, é um dos principais nomes do Romantismo brasileiro. Apesar de também ter escrito peças de teatro, ele é mais valorizado pelos seus romances urbanos, que apresentam caráter melodramático e finais felizes. Porém, o escritor também possui narrativas satíricas, como A luneta mágica.

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Resumo sobre Joaquim Manuel de Macedo

  • O escritor Joaquim Manuel de Macedo nasceu em 1820 e faleceu em 1882.

  • Além de ser escritor, foi também médico e deputado pelo Partido Liberal.

  • Ele faz parte do Romantismo e é mais conhecido por seus romances urbanos, apesar de também escrever manuais de cunho didático, além de poesia e teatro.

  • Suas obras são melodramáticas e apresentam os costumes burgueses.

  • O livro mais famoso e de grande sucesso de Joaquim Manuel de Macedo é o romance A Moreninha.

Biografia de Joaquim Manuel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo nasceu em 24 de junho de 1820, em Itaboraí, no Rio de Janeiro. Com 11 anos de idade, escreveu seu primeiro texto literário, cujo título era O sete de abril. Mais tarde, fez faculdade de Medicina, no Rio de Janeiro, e se formou em 1844, ano em que publicou seu livro mais famoso: A Moreninha.

Retornou à sua cidade natal, onde exerceu a profissão de médico. Ficou romanticamente conhecido como “médico dos pobres”. Em 1845, se filiou ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Nessa época, se casou, após dez anos de namoro, com Maria Catarina de Abreu Sodré, prima do escritor Álvares de Azevedo (1831–1852).

Já em 1847, recebeu o título de cavaleiro da Ordem da Rosa. Em 1849, foi um dos fundadores da revista Guanabara e começou a trabalhar como professor de História e Corografia no colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Além disso, passou a se dedicar à política. Membro do Partido Liberal, foi deputado nos anos de 1854 a 1859, de 1864 a 1868 e, por fim, de 1878 a 1881.

De 1852 a 1854, escreveu para o jornal de cunho político A Nação, associado à ideologia do Partido Liberal. No entanto, possuía certa proximidade com o imperador D. Pedro II. Assim, nos anos 1870, escreveu manuais de História — obras de caráter didático solicitadas pelo governo — para serem usados no Ensino Básico.

No ano de 1866, se tornou membro do Conselho Diretor da Instrução Pública da Corte. Já em 1874, recebeu a Ordem de Cristo. Dois anos depois, se tornou vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em 11 de abril de 1882, em Itaboraí, faleceu após uma carreira de grande sucesso como escritor.

Joaquim Manuel de Macedo e a Academia Brasileira de Letras

Joaquim Manuel de Macedo é o patrono da cadeira número 20 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do escritor Salvador de Mendonça (1841–1913), um dos fundadores da ABL.

Obras de Joaquim Manuel de Macedo

  • A Moreninha (1844)

  • O moço louro (1845)

  • Os dois amores (1848)

  • O cego (1849)

  • Rosa (1849)

  • Cobé (1854)

  • Vicentina (1854)

  • O forasteiro (1855)

  • A carteira de meu tio (1855)

  • A nebulosa (1857)

  • O primo da Califórnia (1858)

  • Amor e pátria (1859)

  • O sacrifício de Isaac (1859)

  • Luxo e vaidade (1860)

  • Os romances da semana (1861)

  • Cântico (1862)

  • Labirinto (1862)

  • Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro (1863)

  • Lusbela (1863)

  • O novo Otelo (1863)

  • A torre em concurso (1863)

  • Questão Janrard (1864)

  • O culto do dever (1865)

  • Mazelas da atualidade (1867)

  • Memórias do sobrinho de meu tio (1868)

  • A luneta mágica (1869)

  • Nina (1869)

  • O rio do quarto (1869)

  • As vítimas-algozes (1869)

  • As mulheres de mantilha (1870)

  • A namoradeira (1870)

  • Remissão de pecados (1870)

  • Um noivo, duas noivas (1871)

  • Os quatro pontos cardeais (1872)

  • Misteriosa (1872)

  • Cincinato Quebra-Louça (1873)

  • A baronesa do amor (1876)

  • Vingança por vingança (1877)

  • Memórias da rua do Ouvidor (1878)

  • Mulheres célebres (1878)

  • Antonica da Silva (1880)

Veja também: José de Alencar — o principal nome da prosa romântica brasileira

A Moreninha

Capa do livro “A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, publicado pela editora FTD.[1]

O romance urbano A Moreninha, grande sucesso no século XIX, traz a história de amor entre os jovens Augusto e Carolina (a Moreninha). Tudo começa quando Filipe convida os amigos Leopoldo, Fabrício e Augusto, estudantes de Medicina, para passarem “a véspera e dia de Sant’Ana [...] na ilha de...”, na casa da avó de Filipe.

Antes de partirem, porém, Filipe e Augusto fazem uma aposta, escrita em um papel:

No dia 20 de julho de 18... na sala parlamentar da casa no... da rua de... sendo testemunhas os seguintes estudantes Fabrício e Leopoldo, acordaram Filipe e Augusto, também estudantes, que, se até o dia 20 de agosto do corrente ano, o segundo acordante tiver amado a uma só mulher durante quinze dias ou mais, será obrigado a escrever um romance em que tal acontecimento confesse; e, no caso contrário, igual pena sofrerá o primeiro acordante. Sala parlamentar, 20 de julho de 18... Salva a redação.”

Na ilha, Augusto conhece a irmã de Filipe, ou seja, Carolina, por quem se apaixona. Ali, ele também conta uma história para a avó de Filipe, D. Ana. Quando ele tinha 13 anos de idade, conheceu, na praia, uma menina que tinha aproximadamente oito anos. Eles ficaram amigos e brincaram juntos naquele dia.

Na ocasião, eles conheceram um homem doente e pobre, cujos filhos passavam fome. A menina tinha uma moeda de ouro e Augusto uma nota de certo valor. Eles doaram isso ao homem, que, emocionado com o gesto de ajuda, deu a Augusto um botão de esmeralda cosido em um breve verde, que era pertencente à menina.

Já a menina recebeu um camafeu cosido em um breve branco, que era pertencente a Augusto. Depois, as crianças se separaram, sem nem saber o nome uma da outra. Assim, no fim do romance, Augusto descobre que Carolina é a menina de sua infância e, por fim, paga a aposta: escreve o livro A Moreninha.

Acesse também: Guimarães Rosa — importante autor da terceira fase do modernismo brasileiro

Características da obra de Joaquim Manuel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo é um autor do Romantismo brasileiro, estilo que possui as seguintes características:

  • subjetividade;

  • exagero sentimental;

  • sofrimento amoroso;

  • idealização da mulher.

Além de apresentarem sátira de costumes, as narrativas desse autor possuem, também, elementos próprios do romance urbano:

  • caráter melodramático;

  • presença de um herói e uma heroína;

  • representação dos costumes burgueses;

  • espaço da ação urbano (Rio de Janeiro);

  • obstáculos ao amor;

  • final feliz.

Já a sua poesia está vinculada à segunda geração romântica ou Ultrarromantismo, como é possível verificar em seu poema narrativo A nebulosa, de 1857. Essa obra, de caráter melodramático, conta uma trágica história que mistura amor e morte. No entanto, o escritor ainda é mais valorizado por sua prosa, já que é considerado o autor do primeiro romance romântico brasileiro.

Videoaula sobre a prosa no romantismo brasileiro

Frases de Joaquim Manuel de Macedo

A seguir, vamos ler algumas frases de Joaquim Manuel de Macedo, extraídas de seu livro A luneta mágica:

  • Sou míope; pior do que isso, duplamente míope, míope física e moralmente.”

  • Um juiz de direito não pode julgar de modo torto.”

  • O bom senso é senso raro.”

  • A simplicidade de um pobre de espírito está sempre exposta às falsas interpretações dos maliciosos.”

  • A educação, os exemplos, as lições da família formam o caráter do menino e preparam o seu futuro.”

  • A luz da noite, se a dá a lua, é emprestada, se a dá a arte dos homens, é artificial.”

  • Um homem que espera pela luz, espera pela vida.”

  • Ver demais é um castigo.”

Créditos de imagem

[1] Editora FTD (Reprodução)

Por: Warley Souza

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