Entre as seis funções de linguagem definidas pelo linguista Roman Jakobson, está a função referencial, recurso bastante utilizado em textos informativos e técnicos.
Você já reparou na quantidade de situações comunicativas nas quais estamos envolvidos diariamente? O homem é um ser social e, como tal, comunica-se o tempo todo, criando situações discursivas e diferentes linguagens.
A linguagem pode ter diferentes funções e, dessa maneira, o linguista russo Roman Jakobson compôs um modelo que aborda seis fatores de comunicação. São eles:
· Função referencial ou denotativa;
· Função expressiva ou emotiva;
· Função apelativa ou conativa;
· Função poética;
· Função fática,
· Função metalinguística.
Entre as seis funções propostas por Roman Jakobson, falaremos detidamente sobre a função referencial da linguagem. A função referencial é a mais comum das funções e tem como objetivo transmitir uma mensagem de caráter informativo. O emissor da linguagem referencial buscará termos objetivos para expressar o que quer dizer, fazendo uso de uma linguagem direta, cujo conteúdo está centrado no referente, ou seja, naquilo de que se fala. Como tem por finalidade traduzir a realidade para o destinatário, não deve manisfestar opiniões explícitas para o receptor da mensagem. Sendo assim, há a predominância do discurso na terceira pessoa com prioridade para a ordem direta, ou seja, sujeito + predicado + complemento.
A função referencial pode ser encontrada em textos informativos, especialmente os textos concernentes ao gênero jornalístico, e em textos técnicos. Observe o exemplo:
Cultura na tela O portal domínio público, biblioteca digital do Ministério da Educação, recebeu 6,2 milhões de acessos em pouco mais de um mês de funcionamento. Nela, o internauta pode ler gratuitamente 699 obras literárias com mais de 70 anos de existência, ou seja, já de domínio público; 166 publicações de ciências sociais e uma de exatas. Há também partituras de Beethoven, pinturas de Van Gogh e de Leonardo da Vinci, como a Monalisa, hinos e músicas clássicas contemporâneas. (Isto É, São Paulo, 29 de dez. de 2005.) |
A função referencial também pode ser reconhecida na linguagem não verbal. Nesses casos, a mensagem estará centrada na intenção de representar de modo claro o mundo das coisas concretas e reais. Os mapas são um bom exemplo da função referencial presente na linguagem não verbal, assim como outros recursos de representação. Observe o exemplo:
A linguagem referencial não verbal está presente em representações da realidade, um exemplo disso são os mapas.
As imagens de anatomia, elementos bastante utilizados nas aulas de biologia, são um exemplo de linguagem referencial não verbal.
É importante ressaltar que nem sempre existe a predominância de um único tipo de linguagem em um texto, sendo que a participação adicional de outras funções da linguagem deve ser levada em consideração por nós, leitores atentos.
Aproveite para conferir nossa videoaula relacionada ao assunto: