A elipse é uma figura de linguagem que ocorre quando certo termo é omitido num dado enunciado, mas é possível identificá-lo pelo contexto mesmo assim.
A elipse é uma figura de linguagem, mais especificamente uma figura de construção que ocorre quando determinado termo fica omitido num enunciado e, mesmo assim, é possível identificá-lo pelo contexto.
Leia também: Metáfora — a figura de linguagem caracterizada pela analogia não explícita entre termos de um enunciado
Resumo sobre elipse
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A elipse é uma figura de linguagem caracterizada pela omissão intencional de termos gramaticais que podem ser identificados com base no contexto.
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Diferentemente da elipse, o zeugma consiste na omissão de um termo que já apareceu antes.
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A elipse é uma figura de construção, isto é, uma construção frasal que se desvia propositalmente da norma-padrão do português.
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Além da elipse, existem várias outras figuras de construção, como zeugma, polissíndetos, inversão, silepse, anacoluto, pleonasmo, anáfora, quiasmo e hipálage.
O que é elipse?
A elipse é considerada uma figura de construção caracterizada pela omissão intencional de um termo facilmente identificável no contexto. Ela é um recurso muito comum em ditados populares e falas do cotidiano.
Exemplos de elipse
Na sala, apenas quatro ou cinco convidados (Machado de Assis)
(omissão de havia)
Ela estava em choque e eu: “Como isso é possível?”.
(omissão de disse/falei)
Ando meio desligado (Mutantes)
(omissão de eu)
Um besta, meu pai.
(omissão de é)
O dia seria agradável, não houvesse tantos problemas.
(omissão de se)
Nos exemplos podemos observar, em termos práticos, a presença da elipse. Em todas as sentenças, há a omissão de um termo (havia, disse, eu, é e se), mas é possível identificar o termo e em que lugar da sentença ele se encaixa.
Quais as diferenças entre elipse e zeugma?
Ambas são figuras de construção, porém se diferem em relação ao uso. A elipse, como apresentado, é a omissão intencional de um termo facilmente encontrado com base no contexto. Por sua vez, o zeugma é omissão de um termo que já apareceu antes. Vejamos os exemplos a seguir:
Ganhei na loteria.
Nem ele entende a nós, nem nós a ele (Camões)
No primeiro caso, temos uma elipse. O termo eu é omitido, mas conseguimos identificá-lo. Já no segundo caso, omite-se o termo entendemos. Trata-se do zeugma, pois o termo já foi mencionado antes.
Quais outras figuras de construção além da elipse?
A elipse, enquanto figura de construção, consiste em uma construção frasal que se desvia da norma-padrão da gramática. No entanto, ela não é a única figura de construção. Entre as mais conhecidas, temos:
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zeugma;
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inversão;
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silepse;
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quiasmo;
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hipálage.
Veja também: Antítese — a figura de linguagem caracterizada pela aproximação de termos de sentidos contrários entre si
Exercícios resolvidos sobre elipse
Questão 1
(Vunesp)
“Na laranja e na couve picada – as cores brasileiras da feijoada. (…)” (Luiz Bacellar)
No excerto acima, ocorre a figura de sintaxe a que se denomina:
A) zeugma
B) pleonasmo
C) anáfora
D) elipse
E) anacoluto
Resolução:
Alternativa B
Se observarmos a sentença, é possível perceber que ocorre a omissão de um verbo (estar). A frase, sem a omissão, ficaria da seguinte forma: “Na laranja e na couve picada estão as cores brasileiras da feijoada”. Sendo assim, trata-se de um caso de elipse.
Questão 2
(Enem)
Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES, S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.
Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:
A) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”
B) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe […]”.
C) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os homens’.”
D) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper […]”.
E) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”
Resolução:
Alternativa E
A elipse pode ocorrer na omissão, por exemplo, de um sujeito ou de um verbo. A questão pede que encontremos a elipse de sujeito. Assim, ao lermos o texto, vemos que a alternativa E retoma o termo relacionado ao vocábulo “viral”.