As conjugações de alguns verbos no futuro do subjuntivo e no infinitivo pessoal podem provocar erros quase imperceptíveis na fala e na escrita.
Você já deve saber que o verbo é uma classe de palavras complexa, cujo entendimento depende muito de nossa dedicação e estudos. Utilizado como unidade que expressa uma ação ou um processo, o verbo flexiona-se em modo, tempo, pessoa e número.
Divididos em modo indicativo, subjuntivo e imperativo, os modos verbais servem para indicar atitudes diferentes de quem fala ou escreve. O modo indicativo é utilizado quando a intenção é exprimir ideia de certeza. O modo imperativo é empregado quando a intenção é exprimir ordem ou pedido. O modo subjuntivo, sobre o qual faremos uma análise mais elaborada, exprime ideia de dúvida ou desejo e, diferentemente dos demais, expressa conteúdos emocionais. Talvez você não soubesse as definições (eis aí uma construção onde o subjuntivo fez-se necessário!), mas certamente sabe utilizar os modos verbais de maneira correta, de acordo com a situação de uso.
Apesar de estar bem delimitado, visto que seu uso está condicionado a expressões que transmitem ideia de dúvida (talvez, se, espero, duvido etc.), o que facilita sua identificação, o subjuntivo, quando flexionado no futuro, provoca algumas dúvidas que se refletem na escrita e na fala. Essas dúvidas são mais corriqueiras do que imaginamos e muitas vezes sequer notamos que não estamos empregando o futuro do subjuntivo de maneira adequada. Observe como acontece a sua formação:
→ O futuro do subjuntivo é formado a partir da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, eliminando a terminação -am e adicionando o sufixo adequado. Observe o exemplo:
Pretérito perfeito do indicativo |
Futuro do subjuntivo |
Eu cheguei Tu chegaste Ele chegou Nós chegamos Vós chegastes Eles chegaram |
Quando eu chegar Quando tu chegares Quando ele chegar Quando nós chegarmos Quando vós chegardes Quando eles chegarem |
A semelhança entre a terceira pessoa do singular do subjuntivo e o infinitivo pessoal, que é uma forma nominal do verbo, causa algumas dúvidas pontuais em determinados verbos que são constantemente empregados de maneira incorreta, até mesmo entre pessoas que privilegiam em suas relações cotidianas a modalidade padrão da língua. Observe:
1. Manterem em vez de mantiverem:
Se os alunos manterem a rotina de estudo, serão aprovados com louvor
Se os alunos mantiverem a rotina de estudo, serão aprovados com louvor.
2. Ver em vez de vir:
Se ele ver o filme, provavelmente irá se surpreender.
Se ele vir o filme, provavelmente irá se surpreender.
3. Depor em vez de depuser:
Se você depor a favor dele, certamente ele será absolvido.
Se você depuser a favor dele, certamente ele será absolvido.
4. Propor em vez de propuser:
Se o patrão propor um acordo razoável, os funcionários aceitarão a proposta.
Se o patrão propuser um acordo razoável, os funcionários aceitarão a proposta.
5. Obter em vez de obtiver:
Se ele não obter êxito na avaliação de matemática, será reprovado.
Se ele não obtiver êxito na avaliação de matemática, será reprovado.
Para acabar de vez com a dúvida, observe as principais diferenças entre o futuro do subjuntivo e o infinitivo pessoal:
→ O futuro do subjuntivo marca a eventualidade no futuro, por isso as conjunções condicionais e temporais (se e quando) estarão vinculadas a ele:
Só falarei se ela me perguntar.
Entregarei a prova quando faltar um minuto.
Quando estiver com Alice, diga que mandei lembranças.
→ Já o infinitivo pessoal não exprime sozinho o tempo e o modo, pois dependerá do contexto da oração. Está condicionado ao uso das preposições
Entregou a prova antes de faltar um minuto.
Ao estar com Alice, diga que mandei lembranças.
Deram um telefonema para congratular o aniversariante.
Caso haja dúvidas, lembre-se de que o futuro do subjuntivo está relacionado com as conjunções, enquanto o infinitivo pessoal relaciona-se com preposições. Bons estudos!