Dias Gomes

Dias Gomes é um dramaturgo brasileiro. Apesar de ser mais conhecido por suas telenovelas, ele fez muito sucesso com peças de teatro, como “O pagador de promessas”.

Dias Gomes, no centro da foto, ao lado do escritor Jorge Amado e do pintor Floriano Teixeira.

 Dias Gomes (Alfredo de Freitas Dias Gomes) nasceu em 19 de outubro de 1922, em Salvador, Bahia. Teve uma bem-sucedida carreira como dramaturgo, apesar de seus textos serem censurados pela ditadura brasileira. Escreveu para as rádios Panamericana, Tupi, América, Bandeirantes, Clube e Nacional, além de ser um dos principais autores de telenovelas da TV Globo.

O escritor, que faleceu em 18 de maio de 1999, em São Paulo, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1991, e deixou obras caracterizadas pela crítica sociopolítica, além de apresentarem ironia, humor, defesa da liberdade e combate ao autoritarismo. Entre elas, são destaques os sucessos O pagador de promessas, Saramandaia e Roque Santeiro.

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Biografia de Dias Gomes

Dias Gomes (Alfredo de Freitas Dias Gomes) nasceu em 19 de outubro de 1922, em Salvador, no estado da Bahia. Com 10 anos de idade, escreveu seu primeiro texto literário, o conto As aventuras de Rompe-Rasga. Com 13 anos, o autor se mudou, em companhia da família, para o Rio de Janeiro.

Seu primeiro texto para o teatro — A comédia dos moralistas — foi escrito quando o dramaturgo tinha 15 anos. Sua primeira peça encenada profissionalmente foi o texto dramático Pé de cabra, em 1942. No ano seguinte, Dias Gomes se tornou estudante da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, mas não concluiu o curso.

Em 1944, passou a escrever para o Grande Teatro Panamericano, programa da Rádio Panamericana, em São Paulo. No ano seguinte, para o programa A Vida das Palavras, da Rádio Tupi, na mesma cidade. A partir de 1948, trabalhou na Rádio América e na Rádio Bandeirantes.

Após o casamento, em 1950, com a escritora Janete Clair (1925-1983), Dias Gomes trabalhou nas rádios Tupi, Tamoio e Clube, do Rio de Janeiro. Mas o fato de ser filiado ao Partido Comunista Brasileiro o fez perder o emprego duas vezes — primeiro, na Rádio Tupi de São Paulo, e, em 1953, na Rádio Clube, após fazer uma viagem à União Soviética.

No ano de 1956, começou a escrever para a Rádio Nacional. Anos depois, após o Golpe Militar de 1964, passou a trabalhar na editora Civilização Brasileira. Durante a ditadura militar, foi perseguido e censurado pelo regime. Começou a escrever telenovelas para a TV Globo a partir de 1969 e se tornou o autor da primeira telenovela em cores do Brasil — O bem-amado.

O dramaturgo, que morreu em 18 de maio de 1999, em São Paulo, devido a um acidente de automóvel, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 11 de abril de 1991. Tomou posse em 16 de julho de 1991, quando foi recebido pelo escritor Jorge Amado (1912-2001), e se tornou o sexto ocupante da cadeira 21.

Características da obra de Dias Gomes

As obras de Dias Gomes apresentam crítica sociopolítica e religiosa por meio de uma linguagem irônica. Além disso, possuem temática regional e folclórica, de maneira a valorizar a cultura popular. Demonstram, portanto, um nacionalismo crítico ao evidenciar a realidade brasileira. Assim, apresentam um caráter de denúncia social quando retratam a cultura brasileira sem idealizações e destituída de personagens heroicos.

Por meio de alegorias ou do realismo fantástico, os textos do autor mostram as peculiaridades e os diversos problemas da sociedade brasileira, cujos integrantes são retratados de forma caricatural, portanto cômica. No entanto, algumas de suas obras estão centradas na defesa da liberdade e no combate ao autoritarismo.

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Obras de Dias Gomes

Capa do livro O santo inquérito, de Dias Gomes, publicado pela editora Bertrand Brasil, do Grupo Editorial Record. [1]

Literatura

  • Duas sombras apenas (1945)

  • Um amor e sete pecados (1946)

  • A dama da noite (1947)

  • Quando é amanhã (1948)

  • A tarefa ou Onde estás, Castro Alves? (1967)

  • Sucupira, ame-a ou deixe-a (1982)

  • Odorico na cabeça (1983)

  • Derrocada (1994)

  • Decadência (1995)

Teatro

  • A comédia dos moralistas (1939)

  • Esperidião (1939)

  • Ludovico (1940)

  • Amanhã será outro dia (1941)

  • Pé de cabra (1942)

  • João Cambão (1942)

  • O homem que não era seu (1942)

  • Sinhazinha (1943)

  • Zeca Diabo (1943)

  • Eu acuso o céu (1943)

  • Um pobre gênio (1943)

  • Doutor Ninguém (1943)

  • Beco sem saída (1944)

  • O existencialismo (1944)

  • O bom ladrão (1951)

  • Os cinco fugitivos do juízo final (1954)

  • O pagador de promessas (1959)

  • A invasão (1960)

  • A revolução dos beatos (1961)

  • O bem-amado (1962)

  • O berço do herói (1963)

  • O santo inquérito (1966)

  • O túnel (1968)

  • Amor em campo minado (1969)

  • As primícias (1977)

  • O rei de Ramos (1978)

  • Campeões do mundo (1979)

  • Olho no olho (1986)

  • Meu reino por um cavalo (1988)

Televisão

  • A ponte dos suspiros (1969)

  • Verão vermelho (1969-1970)

  • Assim na terra como no céu (1970-1971)

  • Um grito no escuro (1971)

  • Bandeira 2 (1971-1972)

  • O espigão (1974)

  • Saramandaia (1976)

  • Sinal de alerta (1978-1979)

  • Expresso Brasil (1987)

  • O boi santo (1988)

  • Noivas de Copacabana (1993)

  • O fim do mundo (1996)

Adaptações

  • O pagador de promessas — cinema (1962)

  • O bem-amado — telenovela (1973)

  • O bem-amado — seriado (1979-1984)

  • O rei do Rio (adaptação de O rei de Ramos) — cinema (1985)

  • Roque Santeiro (adaptação de O berço do herói) — telenovela (1985-1986)

  • O pagador de promessas — minissérie (1988)

  • Amor em campo minado — cinema (1988)

  • Decadência — minissérie (1994)

Créditos da imagem

[1] Grupo editorial Record (reprodução) 

Por: Warley Souza

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