18 de abril — Dia Nacional do Livro Infantil

18 de abril, Dia Nacional do Livro Infantil, é também o aniversário do escritor Monteiro Lobato (1882-1948), o maior nome da literatura infantojuvenil nacional. Em homenagem a ele, essa data foi escolhida para celebrar o livro infantil. Nesse dia, escolas, editoras e bibliotecas são responsáveis por divulgar esse tipo de literatura e mostrar sua importância para a formação de novos(as) leitores(as).

Afinal, a literatura infantil brasileira conta com grandes autoras e autores. Seus livros, além de divertir e/ou provocar reflexões e sonhos, introduzem as crianças no universo da leitura literária. Assim, a literatura para crianças, no Brasil, desde a época de Lobato, vem produzindo inúmeros clássicos, como A bolsa amarela e O menino maluquinho.

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Por que 18 de abril é o Dia Nacional do Livro Infantil?

Antes de aprender a ler, as crianças são apresentadas à literatura infantil por adultos que leem para elas.

O escritor Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882. Apesar de escrever obras para adultos, como Urupês (1918), Cidades mortas (1919), Negrinha (1920) e o polêmico O presidente negro (1926), foram os seus livros direcionados às crianças que lhe deram grande fama.

Dessa forma, o autor da famosa coleção Sítio do Picapau Amarelo é considerado pelos estudiosos o pai da literatura infantil brasileira. Portanto, nada mais justo do que escolher o dia de seu aniversário para celebrar o livro infantil nacional. E isso ocorreu em 8 de janeiro de 2002, quando foi aprovada a Lei no 10.402, que criou o Dia Nacional do Livro Infantil.

Qual a importância e o que se comemora no Dia Nacional do Livro Infantil?

A literatura infantil é extremamente importante, já que a maioria dos(as) leitores(as) inicia sua experiência de leitura literária por meio dela. Dessa forma, o livro infantil se torna crucial na formação de tais leitores(as). Por isso, um dia nacional para celebrar esse tipo de livro é igualmente importante.

No dia 18 de abril, além de comemorarmos o nascimento de Monteiro Lobato, também reverenciamos as obras nacionais cujo público-alvo são as crianças. Nessa data, esse tipo de livro se transforma no personagem principal da literatura brasileira. E todos aqueles que estão envolvidos na produção e divulgação dessas obras se juntam com um só objetivo, isto é, a valorização do livro infantil nacional.

É também um dia para homenagear autoras e autores nacionais que contribuem para a formação de indivíduos sensíveis e críticos. Assim, por meio da fantasia, do lirismo e/ou da reflexão, nossas crianças leitoras caminham para a idade adulta mais conscientes e prontas para lidar com a diversidade e as possibilidades do mundo real.

As comemorações ficam a cargo das editoras, escolas e bibliotecas do país. Elas têm a função não só de divulgar os livros infantis, mas também de promover o debate acerca da qualidade das obras que vêm sendo publicadas, além de buscar estratégias para fazer com que elas cheguem a mais e mais leitores(as).

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Monteiro Lobato

O escritor Monteiro Lobato.

Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté, no estado de São Paulo. Além de escritor, foi promotor de justiça, fazendeiro e tradutor. Também foi proprietário da Revista do Brasil e criou a Editora Nacional. Além disso, ele foi adido comercial em Nova Iorque e, também, fundador do Sindicato Nacional de Indústria e Comércio e da Companhia de Petróleos do Brasil.

Em sua campanha em prol do petróleo brasileiro, criticou o governo de Getúlio Vargas (1882-1954), já que ele, segundo Lobato, não perfurava e nem permitia que outros perfurassem em busca de poços de petróleo. O texto de 1936 — O escândalo do petróleo —, em que o autor fazia tais denúncias, foi censurado pelo governo.

Anos mais tarde, em 1941, o escritor fez críticas ao Conselho Nacional de Petróleo, o qual, segundo ele, impedia empresas nacionais de explorar o subsolo. Essa sua atitude de revolta nacionalista, pois ele não queria que o petróleo brasileiro fosse explorado por empresas estrangeiras, fez com que fosse condenado à prisão, onde permaneceu por três meses.

Nos últimos anos de vida, o autor, que faleceu em 4 de julho de 1948, perdeu dois filhos, recusou uma indicação à Academia Brasileira de Letras, fez parte da delegação do I Congresso Brasileiro de Escritores — que se pronunciou em defesa da redemocratização do país e da liberdade de expressão — e, também, apoiou a campanha “O petróleo é nosso!”.

Seis obras da literatura infantojuvenil brasileira que você não pode perder

1. O Minotauro, de Monteiro Lobato

Capa do livro O Minotauro, de Monteiro Lobato, publicado pela editora Companhia das Letras. [1]

Livro da coleção Sítio do Picapau Amarelo, a obra relata mais uma aventura do pessoal do sítio. Agora, na Grécia Antiga, a turma encontra personagens históricos, como Sócrates (470-399 a. C.).

É lá que Tia Nastácia vai parar depois de ser sequestrada e levada para o labirinto do mitológico Minotauro (criatura que é metade homem e metade touro). Assim, enquanto Emília e seus amigos tentam salvar Tia Nastácia, o(a) leitor(a) também aprende algo de História.

2. A bolsa amarela, de Lygia Bojunga

A tia Brunilda não quer mais certa bolsa amarela. Raquel, então, fica com a bolsa. Dentro dela, a menina coloca seus três maiores desejos: crescer, ser homem e escrever. A pequena narradora relata o seu cotidiano e as suas fantasias, como, por exemplo, a existência de um galo que usa uma máscara preta. No final, duas de suas três vontades desaparecem, ficando apenas uma.

3. O menino maluquinho, de Ziraldo

O menino maluquinho conta, de forma poética, a infância de um garoto. Ele gosta de usar uma panela na cabeça. Como tantos outros meninos, faz bagunça e molecagens. Tem muitos amigos, é esperto e conhece o companheirismo. Sua imaginação é fértil e, apesar de ser bagunceiro, consegue tirar boas notas.

4. O gênio do crime, de João Carlos Marinho

Bolachão, Edmundo, Berenice e Pituca decidem descobrir quem comanda uma fábrica clandestina de figurinhas de futebol. Essa fábrica está prejudicando o Seu Tomé, que produz as figurinhas originais. Uma vez que os bandidos estão fazendo e vendendo as figurinhas difíceis, muitas crianças conseguem completar seus álbuns. Porém, o Seu Tomé não pode dar prêmios a todas elas. Então, os jovens investigadores vão enfrentar muitos perigos para encontrar e vencer o gênio do crime.

5. Meninos sem pátria, de Luiz Puntel

Durante a ditadura militar (1964-1985), o jornalista Zé Maria, após receber ameaças, decide fugir do país. Assim, ele, a esposa grávida e seus dois filhos passam um tempo na Bolívia; depois, no Chile; e, por fim, vão para a França. A história é narrada por Marcão, um dos filhos do jornalista, e mostra as dificuldades e angústias dele e de seus irmãos, Ricardo, Pablo e Nicole — os dois últimos, nascidos fora do Brasil —, que passam pela experiência de serem crianças e adolescentes exilados em um país estrangeiro.

6. O escaravelho do diabo, de Lúcia Machado de Almeida

Em O escaravelho do diabo, Lúcia Machado de Almeida introduz o(a) leitor(a) infantojuvenil na leitura de romances policiais. Nessa obra, as vítimas de assassinato recebem, antes, um aviso, isto é, um escaravelho (um tipo de besouro).

Assim, o jovem Alberto, o protagonista da história, precisa desvendar o mistério e descobrir a identidade do assassino ou assassina em série, que mata apenas pessoas ruivas.

Crédito da imagem

[1] Companhia das Letras (reprodução)

Por: Warley Souza

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