Conto é um gênero literário caracterizado por ser uma narrativa breve, com os elementos narrativos (personagens, tempo e espaço) apresentados de forma reduzida.
O conto é um texto predominantemente narrativo pertencente ao gênero literário. Ele, juntamente de outros, como a novela, o romance e a crônica, se propõe a contar uma história com personagens, espaço e tempo indicados. No entanto, o conto difere por se tratar de uma narrativa breve.
Enquanto na novela e no romance há uma diversidade de cenário e tempo bem como personagens compondo vários núcleos narrativos, o conto se propõe a contar um único acontecimento. E, para isso, ele traz uma redução na sua composição estrutural da narrativa.
Veja também: O que é um texto injuntivo?
Resumo sobre conto
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O conto é uma modalidade textual que pertence ao gênero literário. A diferença do conto para outros textos narrativos (novela e romance, por exemplo) está em sua proposta de narrativa com personagens, tempo e espaço reduzidos.
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Seus elementos constituintes são: texto estruturado dentro de um enredo (apresentação, complicação, clímax e desfecho), narrativa breve e uso do foco narrativo (ponto de vista do autor, podendo ser 1ª pessoa ou 3ª pessoa do singular).
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O conto de fadas pode ser compreendido como um tipo de conto que trata de elementos folclóricos dentro de uma cultura com viés educativo para a população. Essa modalidade é muito utilizada nas escolas, principalmente nos anos iniciais.
Videoaula sobre conto
O que é conto?
O conto, assim como o romance e a novela, é um texto pertencente ao gênero literário em que prevalece a estrutura narrativa (apresentação, complicação, clímax e desfecho) em sua construção. Ele é entendido como uma produção literária com:
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número reduzido de personagens;
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esquema de tempo e espaço restritos;
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poucas ações ocorrendo no enredo (ausência de intrigas secundárias);
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unidade técnica e de tom (há uma fração dramática que, muitas vezes, converge personagens, tempo e espaço).
Características do conto
Por se tratar de um texto predominantemente narrativo, o conto deve apresentar:
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personagens (quem compõe a história?);
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espaço (onde a trama acontece?);
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tempo (quando ocorre?).
Além disso, a história deve ser conduzida por um narrador, responsável por estabelecer o foco narrativo. Em outros termos, ele deve contar a história sob um ponto de vista, podendo ser em:
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1ª pessoa do singular (mais subjetivo, pois a personagem participa da história como principal ou coadjuvante);
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3ª pessoa do singular (menos subjetivo, pois o narrador conta como alguém “de fora”).
O conto tem sua origem nos causos populares e, por isso, apresenta como principal característica uma limitação de extensão. No entanto, essa limitação não é necessariamente numérica (número de páginas), mas na composição das personagens, tempo e espaço. Assim, no conto, temos:
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Desenvolvimento dedicado a poucas personagens: não é característico do conto a presença de vários personagens, como no caso do romance ou da novela. Em alguns casos, por exemplo, é possível encontrarmos contos com apenas uma personagem em toda a obra.
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Limitação de espaço: enquanto em outros gêneros, como o romance e a novela, é possível encontrarmos cenários diversos (casas, ilhas, países etc.) onde as personagens transitam, o conto limita-se a um ou pouco mais de um espaço, com pouca ou nenhuma transição.
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Tempo reduzido: em outros termos, não há transições temporais muito longas (por exemplo, narrativa da infância passando, posteriormente, pela puberdade e vida adulta da personagem). No conto, há um recorte temporal bem reduzido, tratando de um período específico que contribui para a construção do enredo.
Tipos de conto
Como o conto tem suas origens ligadas a questões socioculturais, e as transformações da sociedade proporcionam algumas revisões sobre ele, originando novas formas. Podemos, até o momento, dividir os tipos de conto com base em dois aspectos.
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Quanto ao seu aspecto estrutural: com o advento das novas tecnologias e as necessidades de uma comunicação cada vez mais acelerada, os minicontos, nanocontos ou microcontos ganharam espaço. Todos eles apresentam a estrutura tradicional da narrativa (personagens, tempo e espaço), mas de maneira muito mais sintetizada e reduzida. Com as redes sociais, foi possível ter acesso a contos dentro do limite de 140 caracteres.
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Quanto ao conteúdo: hoje é possível encontrar vários tipos de contos. Cada um deles apresenta um conteúdo direcionado para um público distinto mas também comum, todos eles apresentam narrativas breves, com personagens, tempo e espaço reduzidos. São eles:
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contos de ficção científica (têm elementos que não existem na realidade);
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contos infantis juvenis (têm uma narrativa voltada para crianças e adolescentes);
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contos fantásticos (têm personagens e acontecimentos impossíveis na realidade);
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contos de fadas (têm uma série de elementos folclóricos).
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→ Conto de fadas
O conto de fadas é um dos tipos de conto mais antigos e conhecidos. Trata-se de uma história que apresenta uma série de elementos folclóricos, como dragões, fadas e gnomos. É característico desse tipo de conto ser iniciado com “Era uma vez”.
A proposta desse tipo de conto é a abordagem de uma história genérica que sirva como exemplo moralizante para as pessoas. Como essas histórias não expressam um lugar específico, há a ideia de que podem ocorrer em qualquer lugar, com qualquer pessoa.
Na atualidade, o conto de fadas é muito utilizado na educação de crianças, justamente por despertar o interesse delas pelo uso de elementos mágicos e fantasiosos e, ao mesmo tempo, oferecer conteúdos de valores e heroísmo na formação delas.
O conto de fadas teve seus primeiros registros na Idade Média, e algumas obras, como A Bela e a Fera e Chapeuzinho Vermelho, são reinterpretadas e adaptadas para diversas mídias ainda em nosso tempo. Isso é uma demonstração da importância que esse tipo de conto ainda tem para a sociedade atual.
Veja também: Fábula — outro tipo de texto que possui aspecto moralizante
Exemplos de conto
Quando acordou o dinossauro ainda estava lá. Augusto Monterroso |
O texto é um dos microcontos mais famosos escritos pelo guatemalteco Augusto Monterroso. Esse tipo de conto é caracterizado por apresentar os elementos básicos de uma narrativa sintetizados em uma única frase. Nele, há personagens (aquele que acordou e o dinossauro), um tempo e um lugar — os quais são imprecisos, e é justamente essa imprecisão que ajuda na construção dos significados do conto.
Era uma vez uma graciosa menina; quem a via ficava logo gostando dela, assim como ela gostava de todos; particularmente, amava a sua avó, que não sabia o que dar e o que fazer pela netinha. Certa vez, presenteou-a com um chapeuzinho de veludo vermelho e, porque lhe ficava muito bem, a menina não mais quis usar outro e acabou ficando com o apelido de Chapeuzinho Vermelho. Um dia, a mãe chamou-a e disse-lhe: — Vem cá, Chapeuzinho Vermelho; aqui tem um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho; leva tudo para a vovó; ela está doente e fraca e com isso se restabelecerá. Vá, antes que o sol esquente muito e, quando for, se comporte; não desvie do caminho, senão você pode cair e quebrar a garrafa e a vovó ficará sem nada. Quando entrar em seu quarto, não se esqueça de dizer “bom dia, vovó”, em vez de mexericar pelos cantos. — Farei tudo direitinho — disse Chapeuzinho Vermelho à mãe, e despediu-se. A avó morava à beira da floresta, a uma meia hora mais ou menos de caminho da aldeia. […] Chapeuzinho Vermelho, Irmãos Grimm |
O trecho foi retirado do conto de fadas Chapeuzinho Vermelho — a conhecida história de uma garotinha que vai visitar a avó doente e se depara com um lobo querendo devorá-la. Já no excerto, é possível identificarmos algumas características que formam o conto:
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a narrativa breve com apenas uma complicação (a vovó está doente e é preciso ajudá-la);
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a presença de poucas personagens (Chapeuzinho, sua mãe e sua avó e, posteriormente, o lobo e o caçador);
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um espaço reduzido (a casa da protagonista, a casa da avó e a floresta).
Além disso, por se tratar de um conto de fadas, a história tem algumas marcações específicas, como o início com “Era uma vez”, passando a ideia de algo longínquo e, ainda, a generalização sobre a identificação do espaço e das personagens (a mãe e a avó não recebem nome próprio, transformando-se em uma espécie de mãe e avó universal, e o espaço podendo ser qualquer casa ou floresta que o leitor quiser associar).