Cinco músicas sobre o amor de mãe

O amor de mãe é um sentimento universal, compreensível em qualquer cultura. O maior do mundo, o amor maternal, sempre é tema para as diversas manifestações artísticas.

Lembradas em versos e melodias, as mães também foram retratadas nas artes plásticas: Mãe e filho, tela da pintora americana Mary Cassat

O amor de mãe, universal e compreensível para a maioria dos seres — humanos ou não — é um dos sentimentos mais versados na literatura e na música. Tema recorrente que desperta interesse e simpatia de mães e filhos, a maternidade tem espaço garantido nas mais diversas manifestações artísticas.

Lembrando do dia delas, que são as donas da vida (e de nossos corações), o Alunos Online preparou para você uma lista com cinco canções da Música Popular Brasileira que transbordam em versos e melodia aquele que é, indubitavelmente, o maior amor do mundo. Para você celebrar a data, comemorada no segundo domingo de maio, cinco músicas sobre o amor de mãe e filhos. Boa leitura!

Mamãe, coragem

Mamãe, mamãe não chore 
A vida é assim mesmo eu fui embora 
Mamãe, mamãe não chore 
Eu nunca mais vou voltar por aí 
Mamãe, mamãe não chore 
A vida é assim mesmo eu quero mesmo é isto aqui 
Mamãe, mamãe não chore 
Pegue uns panos pra lavar, leia um romance 
Veja as contas do mercado, pague as prestações 
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra os corações dos filhos 
Seja feliz, seja feliz 
Mamãe, mamãe não chore 
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz, Mamãe, seja feliz 
Mamãe, mamãe não chore 
Não chore nunca mais, não adianta eu tenho um beijo preso na garganta 
Eu tenho um jeito de quem não se espanta (Braço de ouro vale 10 milhões) 
Eu tenho corações fora peito 
Mamãe, não chore, não tem jeito 
Pegue uns panos pra lavar leia um romance 
Leia "Elzira, a morta virgem", "O Grande Industrial" 
Eu por aqui vou indo muito bem, de vez em quando brinco Carnaval 
E vou vivendo assim: felicidade na cidade que eu plantei pra mim 
E que não tem mais fim, não tem mais fim, não tem mais fim.

(Torquato Neto e Caetano Veloso)


Mãe preta, tela do pintor brasileiro Lucílio de Albuquerque, em exposição no Museu de Belas Artes da Bahia

Amor de mãe

Nossa mãezinha querida
Palavra de puro amor
Só quem não tem coração
A ela não dá valor
A mãe por nós dá a vida
Para nos livrar da dor
Queria ter minha mãe
Pra amar com tanto fervor

Nossa mãe é a criatura
Mais pura que o mundo tem
Quem tiver sua mãezinha
Ame ela e trate bem
Perdendo como eu perdi
Nunca mais outra igual vem
Este puro amor de mãe
Não se encontra em mais ninguém

Crianças que estão me ouvindo, ouçam este conselho meu,
Tratem bem sua mãezinha pra não sofrer como eu.
Nove anos tive a minha, veio a morte e recolheu,
Amiguinhos sofri tanto depois que mamãe morreu.
Amor de mãe é tão puro, claro como a luz do dia,
Puro como o amor de Deus,
Filho da Virgem Maria,
Quem tem a sua mãezinha, cante com muita alegria,
Aqui cantarei com a tristeza, não tenho a mãe que eu queria.

A razão no nosso viver
É essa joia querida
Nos corações dos bons filhos
Mãe não serás esquecida

Seu santo nome ilumina
Nós na estrada na vida
Consola o filho aflito
Numa batalha perdida

Ao despedir-me cantando
Vou repetir novamente
Esse santo amor de mãe
Que o meu coração sente

Viverá dentro de mim
Amarei eternamente
Aceite minha querida mãezinha
Minha canção de presente.

(Teixeirinha)


Maternidade, tela de Emiliano Di Cavalcanti, um dos maiores pintores brasileiros

Mamãe (Mama)

Mamãe!
Quantas vezes distante eu fiquei a chamar-te:
Mamãe!
Com saudade de ti a chorar

Hoje aqui de pé em tua frente
O meu pranto é tão diferente
Pois estou feliz porque vou te abraçar
Como em criança eu fiz nas horas de ninar

Mamãe!
Quantas vezes distante eu fiquei a chamar-te:
Mamãe!
Com saudade de ti a chorar

Há quanto tempo de ti eu me afastei
Tu sofreste, eu sei e eu sofri também
Lembrando uma canção que para mim cantavas
Quando me embalavas junto ao teu coração.

(Clara Nunes)

Fogão de lenha

Espere minha mãe estou voltando
Que falta faz pra mim um beijo seu
O orvalho das manhãs cobrindo as flores
Um raio de luar que era tão meu
O sonho de grandeza, ó mãe querida
Um dia separou você e eu
Queria tanto ser alguém na vida
Apenas sou mais um que se perdeu

Pegue a viola, e a sanfona que eu tocava
Deixe um bule de café em cima do fogão
Fogão de lenha, e uma rede na varanda
Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar

Mãe eu lembro tanto a nossa casa
As coisas que falou quando eu saí
Lembro do meu pai que ficou triste
E nunca mais cantou depois que eu parti
Hoje eu já sei, ó mãe querida
Nas lições da vida eu aprendi
O que eu vim procurar aqui distante
eu sempre tive tudo e tudo está aí.

(Chitãozinho e Xororó)


Mãe, do pintor brasileiro Henrique Bernardelli, em exposição no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro

Comunhão

Sua barriga me deu a mãe
O pai me deu o seu braço forte
Os seios fartos me deu a mãe
O alimento, a luz, o norte

A vida é boa me diz o pai
A mãe me ensina que ela é bela
O mal não faço eu quero o bem
Na minha casa não entra a solidão

Todo o amor será comunhão
A alegria de pão e o vinho
Você bem pode me dar a mão
Você bem pode me dar carinho

Mulher e homem é o amor
Mais parecido com primavera
É dentro dele que mora a luz
Vida futura no ponto de explodir

Eu quero paz eu não quero guerra
Quero fartura, eu não quero fome
Quero justiça, não quero ódio
Quero a casa de bom tijolo
Quero a rua de gente boa
Quero a chuva na minha roça
Quero o sol na minha cabeça
Quero a vida, não quero a morte não

Quero o sonho, a fantasia
Quero o amor, e a poesia
Quero cantar, quero companhia
Eu quero sempre a utopia
O homem tem de ser comunhão
A vida tem de ser comunhão
O mundo tem de ser comunhão
A alegria do vinho e o pão
O pão e o vinho enfim repartidos

Sua barriga te deu a mãe
Eu pai te dou o meu amor e sorte
Os seios fartos te deu a mãe
O alimento, a luz, o norte

A vida é boa te digo eu
A mãe ensina que ela é sábia
O mal não faço, eu quero o bem
A nossa casa reflete comunhão.

(Milton Nascimento)

Por: Luana Castro Alves Perez

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