Artigo de opinião

Artigo de opinião é uma modalidade textual muito presente no meio jornalístico, de caráter dissertativo-argumentativo, em que o autor expressa sua opinião acerca de um tema.

O artigo de opinião é muito comum em jornais, revistas e, mais recente, nas mídias digitais.

O artigo de opinião é um gênero argumentativo e de extrema relevância social. Ele é uma das modalidades textuais responsáveis por colocar em discussão diversos temas de relevância para a nossa sociedade. Seu objetivo é, portanto, fomentar o debate, trazer a reflexão aos leitores e propor (se for o caso) sugestões significativas de transformação.

Tradicionalmente, os artigos de opinião estão presentes em jornais e revistas. No entanto, com o avanço das mídias digitais hoje, há uma série de portais, sites e blogs de diversas áreas que utilizam o artigo de opinião como seu principal gênero textual.

Leia também: Carta argumentativa — tipo de carta utilizado para expressar um ponto de vista

Resumo sobre artigo de opinião

  • O artigo de opinião é um texto de caráter dissertativo-argumentativo que pertence ao campo jornalístico.
  • Ele pode ser escrito em primeira pessoa, e seu objetivo é persuadir o leitor a um determinado ponto de vista ou ideia.
  • A estrutura do artigo de opinião consiste em introdução, desenvolvimento e conclusão.
  • Para desenvolver um artigo de opinião, é preciso atentar à sua finalidade, ter conhecimento do assunto abordado, utilizar linguagem clara ao leitor e ter atenção com o vocabulário utilizado.

Videoaula sobre artigo de opinião

O que é artigo de opinião?

O artigo de opinião é um gênero em que prevalece a opinião do autor sobre determinado tema ou assunto de relevância política, ambiental, cultural etc. É por ser tão personalista (voltado para o seu autor) que ele é assinado e pode ser escrito em primeira pessoa.

Ele tem como objetivo primordial proporcionar uma reflexão no leitor acerca do tema abordado. Assim, ele pode ser, por vezes, provocativo (não confundir provocativo com ofensivo) e trazer o leitor, de alguma forma, para o debate.

Leia também: Ensaio crítico — gênero muito comum no ambiente acadêmico

Características do artigo de opinião

Como mencionado, o artigo de opinião é um texto dissertativo-argumentativo. Sendo assim, por todo o texto, prevalece a argumentação, isto é, a apresentação de fatos e ideias e a conexão dessas informações na construção de um ponto de vista.

Por ser um texto publicado em jornais, revistas, portais ou blogs, o artigo de opinião segue as regras gramaticais, mas deve evitar o excesso de termos técnicos e linguagem rebuscada, considerando que o leitor é amplo e diverso.

Além disso, o artigo de opinião, diferentemente do texto dissertativo-argumentativo, pode ser escrito em primeira pessoa, e o autor assina ao final. Sabemos que o texto dissertativo-argumentativo tem como característica ser impessoal, prevalecendo uma ideia de neutralidade. No artigo de opinião, isso não acontece. O autor assina, escreve e desenvolve seus argumentos na primeira pessoa (plural ou singular), promovendo uma proximidade com o leitor.

Estrutura do artigo de opinião

Do ponto de vista estrutural, o artigo de opinião é organizado da seguinte forma:

  • Introdução: apresentação da temática abordada.
  • Desenvolvimento: explanação dos argumentos de forma crítica e no intuito de convencer o leitor de algo dentro do tema proposto.
  • Conclusão: trata-se das considerações finais, podendo haver sugestões ou a utilização de recursos para trazer o leitor à reflexão.

Leia também: Diferenças entre o texto dissertativo e o dissertativo-argumentativo

Passo a passo para fazer um artigo de opinião

A seguir, um conjunto de recomendações para a escrita do artigo de opinião.

1) Noção do conceito

É preciso entender a finalidade de um artigo de opinião. Em resumo, trata-se de um texto dissertativo-argumentativo pertencente ao campo jornalístico e que tem como objetivo expressar opinião acerca de um tema de relevância na sociedade.

2) Conhecimento do assunto abordado

Para que se tenha um artigo bem elaborado, é necessário pesquisar e conhecer a fundo o assunto a ser tratado. Isso ajuda no desenvolvimento da argumentação e evita generalizações e opiniões clichês que empobrecem o texto.

3) Linguagem clara ao leitor

Esse aspecto vale principalmente para o desenvolvimento textual. O articulista precisa deixar claro ao seu leitor qual é sua opinião. Não pode haver ruídos na comunicação, isto é, o leitor não pode ter dúvidas sobre qual é o seu ponto de vista acerca daquele assunto.

4) Atenção com o vocabulário

Na hora da escrita, é importante evitar termos difíceis e complexos para a audiência ampla. É claro que alguns termos podem ser essenciais na argumentação, e, nesse caso, o autor deve introduzir o seu uso e explicá-lo ao seu leitor.

Com essas etapas, temos os elementos essenciais na construção do artigo de opinião. Assim, com um planejamento de texto (definição dos argumentos a serem defendidos e as referências para fundamentá-los), aliado à noção do gênero, ao conhecimento do assunto e ao uso de linguagem clara e atenção com o vocábulo, temos a possibilidade de escrever um ótimo artigo de opinião.

Exemplo de artigo de opinião

Os alunos de escolas particulares, especialmente de países desenvolvidos, estão fazendo o movimento de mudança de maneira a se adaptar aos novos tempos de Covid-19, ou seja, passando de aulas presenciais para aulas mediadas por diferentes tecnologias. Mesmo na educação infantil, cujo desafio é ainda maior, as escolas têm conseguido, na medida do possível, superar dificuldades inerentes a essa fase escolar. Notícias que vêm da Itália mostram que os professores se conectam diariamente com as crianças e, com a ajuda dos pais, vêm procurando manter uma agenda de atividades escolares.

Mas não é essa a situação em países com baixos níveis educacionais e de grandes desigualdades como o Brasil, seja do ponto de vista de acesso aos insumos tecnológicos, seja por questão de nível de escolaridade dos próprios pais, sem falar no difícil clima familiar que as famílias mais pobres estão começando a viver por causa do desemprego e da falta de dinheiro para a própria alimentação.

Possivelmente, aqui no Brasil, a melhor solução para os alunos das redes públicas de ensino consistirá no uso de conteúdos transmitidos por meio dos celulares com internet. Exemplo dessa situação vem do estado de São Paulo, no qual a Secretaria de Educação negocia com as operadoras o patrocínio para bancar a conexão de Wi-Fi dos alunos que tenham ao menos um smartphone. Esse período vai exigir dos gestores que pensem fora da caixa.

No meu ponto de vista, essa será oportunidade para repensar o papel da escola e dos pais na vida escolar dos estudantes. Os pais, sobrecarregados pelos diferentes afazeres, estão cada vez mais terceirizando para a escola o seu dever de educar, na contramão do que apregoa o art. 205 da Constituição Federal, que afirma que educar é um dever do Estado e das famílias. Em uma de suas homilias, o papa Francisco afirmou, em tom preocupado: “Chegou a hora de os pais e as mães voltarem do seu exílio e recuperarem a sua função educativa. Oremos para que o Senhor conceda aos pais esta graça: a de não se autoexilarem da educação dos filhos”.

Outro aspecto que podemos tirar como lição: é preciso estudar como usar as novas tecnologias em harmonia com as aulas presenciais e como estabelecer um equilíbrio entre o ensino presencial e o ensino virtual. Hoje enfrentamos em nosso país árdua discussão sobre o uso do ensino mediado por tecnologias. Talvez esse período nos ensine que ambas as modalidades podem conviver em harmonia em prol de um projeto pedagógico que atenda às necessidades de uma educação voltada para o século 21. O não enfrentamento da questão talvez nos remeta à situação atual no que se refere às enormes desigualdades de acesso entre escolas públicas e particulares.

Outro ponto que podemos aprender com tudo isso se refere à oferta de uma educação plena para a vida, também como apregoa o art. 205 da Constituição Federal. Não basta oferecer qualquer educação. O país precisa de educação que promova o desenvolvimento de novas habilidades e competências para enfrentar os novos tempos, que não se restringem simplesmente a questões vinculadas às descontinuidades tecnológicas.

Uma das grandes preocupações dos especialistas em educação é com o impacto de tudo isso na vida das crianças e dos jovens a partir de agora. Jamais em nossa história nos sentimos tão fragilizados. Esse vírus que simplesmente paralisou o planeta, expondo a nossa fragilidade, também mostrou aos governantes a necessidade de investir fortemente em ciência e tecnologia. Felizmente, muitos deles estão conduzindo as decisões com base em evidências científicas, e não em achismos, até porque muita informação vem circulando nesse espaço de tempo.

Tudo isso que estamos enfrentando nos remete a uma coisa: é hora de começarmos a assumir compromissos para o bem-estar de todos, relegando o eu a uma segunda dimensão de interesse.

Mozart Neves Ramos, Correio Braziliense.

Por: Rafael Camargo de Oliveira

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