Anáfora é conhecida como uma figura de sintaxe marcada pela repetição proposital de termos da oração ou, ainda, como um elemento de coesão referencial.
A anáfora é o nome de uma figura de linguagem (ou figura de sintaxe) utilizada quando ocorre a repetição de uma mesma palavra ou sentença. Ela também pode ser conceituada como uma ferramenta de retomada que contribui na construção da coesão e coerência textuais.
Resumo sobre anáfora
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Pode ser compreendida como uma figura de linguagem ou como estratégia linguística na produção textual.
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Enquanto figura de linguagem (ou figura de sintaxe), ela é bastante utilizada em anúncios publicitários e textos literários (música, poemas etc.).
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No uso da coesão referencial, a anáfora consiste em referenciar um termo já mencionado na sentença.
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A catáfora é uma estratégia linguística que funciona de maneira prospectiva, isto é, o termo a ser referenciado aparece após a referência.
O que é anáfora?
A anáfora pode ser conceituada de duas formas:
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como figura de linguagem (ou figura de sintaxe) em que se usa a repetição de determinada palavra ou termo para reforçar uma ideia; e
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como elemento coesivo em que um termo é substituído pelo outro a fim de retomar o anterior.
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Videoaula sobre figuras de sintaxe
Usos da anáfora
A anáfora, enquanto figura de linguagem (ou figura de sintaxe), é muito utilizada em produções literárias, como poemas, ou mesmo em anúncios publicitários. A seguir, alguns exemplos do seu uso com uma breve análise de cada um deles.
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Anáfora como figura de linguagem em textos publicitários
A propaganda faz um uso da anáfora como figura de linguagem. A repetição da frase “peça baton” funciona como um recurso apelativo para que o consumidor compre o produto. A anáfora, portanto, visa a destacar ou ressaltar algum elemento importante em um texto. A seguir, temos o exemplo de uso da anáfora em um poema.
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Anáfora como figura de linguagem na arte (música, poema, literatura etc.)
Confira este trecho da música “Tempo de alegria”, interpretada por Ivete Sangalo.
É amor
É tanto amor que eu sinto esse momento
É tão bonito esse mar de mãos
No trecho, temos a repetição do verbo ser na terceira pessoal (ele/ela/a gente é). A repetição do verbo constitui o uso da anáfora como figura de linguagem.
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
O famoso poema de Carlos Drummond de Andrade (“No meio do caminho”) utiliza da anáfora em sua composição. Os versos “No meio do caminho tinha uma pedra/ Tinha uma pedra no meio do caminho” se repetem do começo ao fim do poema, passando justamente essa ideia de ciclo que a vida nos oferece. No poema, o ciclo em questão se refere aos desafios, ou melhor, à “pedra no meio do caminho”.
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A anáfora como elemento coesivo
A anáfora pode ser considera ainda um elemento coesivo pertencente ao que convencionamos chamar de coesão referencial — trata-se de utilizarmos um termo posterior (2) para nos referir ao anterior (1).
Exemplo: O homem (1) é o animal mais perigoso do mundo. Ele (2) é capaz de produzir armas de destruição em massa em questão de segundos.
Veja que (2) substitui (1), evitando que o termo se repita. Quando há essa troca do termo (2) pelo (1) sem que se perca o seu significado, temos uma anáfora.
Anáfora x catáfora
A diferenciação entre anáfora e catáfora ocorre dentro do uso da coesão referencial (anáfora como elemento coesivo) e não enquanto figura de linguagem. Nesses termos, a catáfora é quando utilizamos o termo substitutivo (2) antes do seu termo inicial e dotado de significado (1).
Exemplo: Ele (2) é capaz de destruir a humanidade em segundos, o homem (1).
Na afirmação, o significado de (2) aparece apenas ao final da oração (quem é capaz de destruir a humanidade em segundos? O homem).