A produção literária no Humanismo

Capa referente a uma das produções literárias de Fernão Lopes

Antes de falarmos sobre a produção literária humanista, torna-se necessário contextualizarmos como se dera as manifestações artísticas referentes à época anterior – demarcada pelo Trovadorismo. Sabe-se então que nele demarcou mais uma literatura voltada para a oralidade – representada pelas cantigas trovadorescas. Assim, o mesmo não se pode dizer do Humanismo, haja vista que no século XV, período em que se ele se manifestara, ganharam espaço a prosa e o teatro, ocupando posição secundária a poesia palaciana.

Como representante maior da prosa humanista cita-se o nome de Fernão Lopes, considerado o primeiro cronista e o primeiro historiador de Portugal. Ele, nomeado em 1418 por D. Duarte como guardador-mor da Torre do Tombo, tornou-se incumbido de escrever a crônica de antigos reis e se fez visto como um cronista bastante conceituado, de grande valor. Tal aspecto se dera em virtude do fato de que ele, diferenciando-se do trabalho desenvolvido pelos cronistas medievais (os quais centravam o movimento da história em atos individuais dos reis), soube, de forma ímpar, traçar um panorama histórico mais complexo, envolvendo múltiplos fatores, inclusive a movimentação das grandes massas populares, ou seja, a sociedade portuguesa vista de forma coletiva.

Todavia, ao lado dessa habilidade de trabalhar os aspectos históricos, pode-se dizer que Fernão Lopes desenvolvia outra, manifestada pelo veio literário que carregava consigo mesmo, e foi por meio desse instinto de coletividade que ele, entre outras conquistas, conseguiu:

* Fazendo uso não só desse espírito coletivo, mas também se apropriando do nacionalismo, conseguiu preparar o ambiente para o surgimento de “Os Lusíadas”, conhecida como a grande epopeia do século XVI;

*Tornar ampla a capacidade de expressão da língua portuguesa;

* Explorar de forma singular a tensão dramática gerada pelo confronto de personagens e de situações, como, também, caracterizá-los de forma definida;

* Conferir em suas narrativas toda a tradição da prosa anterior, representada ora pelas novelas de cavalaria, ora pela crônica histórica ou moralística.

Ocupando o cargo até o ano de 1449, deixou entre as obras que criara:

* Crônica del-Rei D. Pedro I , a qual se materializa por uma crítica aos principais fatos do reinado de D. Pedro I, inclusive a morte de Inês de Castro;

* Crônica del-Rei D. Fernando, reconstituindo o período do casamento de D. Fernando com Dona Leonor de Telles até o início da revolução de Avis;

* Crônica del-Rei D. João, dividida em duas partes, sendo a primeira caracterizada como uma reconstituição do período da morte de D. Fernando, em 1383, e a segunda relata sobre o governo de D. João até o ano de 1411.

Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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