A Linguagem Figurada

A subjetividade apresenta-se como fator preponderante

 No nosso dia a dia convivemos com uma diversidade de textos. Como a língua tem uma função social, todos os textos possuem em comum uma finalidade específica: estabelecer uma situação comunicativa.

Essa situação comunicativa é que difere uma reportagem de uma bula de remédio, ou seja, a finalidade implícita na linguagem, onde uma serve para informar e a outra para instruir.

Diante dessa diversidade de textos já mencionados, percebemos que existem alguns em que há a predominância de um sentimentalismo mais aguçado, convidando-nos a envolver mais com a linguagem, como é o caso da poesia.

E outros em que há a presença de imagens criativas no sentido de nos seduzir com o discurso, procurando nos convencer sobre determinado assunto. Essa é a chamada linguagem publicitária, muito presente nas propagandas televisivas, em outdoors e em folders de uma maneira geral.

A característica dessa linguagem é a subjetividade, a qual expressa um maior envolvimento por parte de quem a produz, permitindo que haja mais de uma interpretação por parte dos interlocutores.

Caso formos analisar tal característica em outra modalidade textual que não seja as citadas anteriormente, perceberemos que a objetividade, a imparcialidade são pontos de extrema relevância, pois trata-se de textos em que não se permite traços de pessoalidade por parte do autor.

Esses recursos usados tanto na linguagem literária quanto na publicitária denominam-se Linguagem Figurada ou Figuras de Linguagem, e servem para conferir maior expressividade, causar uma melhor impressão diante do leitor.

Dentre estes, destacam-se as Figuras de Sintaxe. Vejamos algumas:

Elipse - Consiste em omitir um termo, o qual deduz-se que já parte da inferência do próprio interlocutor, sendo facilmente identificado.

Cristina e Rafaela pareciam tristes.

Temos uma omissão do verbo “estar”, ou seja, Cristina e Rafaela pareciam estar tristes.

Zeugma - Muito semelhante à elipse, diferindo, portanto, somente na omissão de um termo que já vem expresso na própria oração:

Os alunos irão ao passeio, os professores não.

Notamos que houve a omissão do verbo “irão”, embora este já veio expresso anteriormente.

Pleonasmo - Consiste em reforçar uma ideia antes expressa, é como se fosse um termo desnecessário.

Via-a com olhos de encanto e sedução.
Pedro vive uma vida insignificante.


Lembrando, portanto, que há o pleonasmo vicioso, que é o emprego de certas expressões que empobrecem o discurso. Como por exemplo, subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro, entre outros.

Polissíndeto - É a repetição contundente de conectivos de maneira intencional.

O menino chorava, e gritava, e esperneava, e chamava incansavelmente pela sua mãe.

Assíndeto - Ocorre exatamente o contrário do que acontece com o polissíndeto, ou seja, o conectivo está omisso.

Vim, vi, venci.

Inversão - Como o próprio nome já diz, ocorre uma inversão na ordem direta dos termos expressos em uma oração:

Ao som de uma música instrumental, os formandos foram ocupando seus lugares.

Silepse
- Ocorre quando a concordância (de gênero, número ou pessoa) é feita com termos ou ideias subentendidas, e não expressas claramente:

Vossa Excelência parece estar nervoso. Percebemos que não houve a concordância do adjetivo com o sujeito.

Todos estávamos surpresos com a notícia. Percebemos que o emissor também se inclui, porém o verbo é empregado de forma divergente.

A multidão causou pânico: gritavam, pediam por socorro e choravam. Percebemos que o verbo não concorda com o sujeito que está no singular, e sim com o coletivo “multidão”.

Anáfora - Consiste na repetição de um termo para enfatizar uma ideia.

Seus cabelos são como a asa da graúna, seus cabelos me encantam, seus cabelos possuem o cheiro das mais perfumadas rosas.

Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:

 

Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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