Urna eletrônica

A urna eletrônica é o equipamento eletrônico utilizado no Brasil para computar os votos dos cidadãos durante as eleições que são realizadas no país.

A urna eletrônica foi utilizada pela primeira vez no Brasil nas eleições municipais de 1996. [1]

A urna eletrônica é como conhecemos o equipamento eletrônico que foi inventado com o propósito de computar os votos dos cidadãos durante as eleições que são realizadas no Brasil. Esse aparelho contém uma CPU, um software próprio, fonte de energia para funcionar com autonomia, um cartão de memória e uma impressora acoplada.

A informatização do sistema eleitoral brasileiro foi iniciada na década de 1980, e na década seguinte foi iniciado o projeto de criação da urna eletrônica. Esse aparelho foi utilizado pela primeira vez na eleição municipal de 1996, sendo implantado em mais de 50 cidades brasileiras. No ano 2000, a urna eletrônica foi utilizada em todas as cidades brasileiras pela primeira vez.

Leia também: Democracia — qual é a sua importância?

Resumo sobre urna eletrônica

  • A urna eletrônica é um aparelho que foi criado para digitalizar a computação e apuração dos votos.

  • Foi criada em 1995 e contém CPU e software próprios para seu funcionamento, fonte de energia, entre outros itens.

  • Foi modelada para ter um teclado numérico a fim de facilitar o voto dos analfabetos.

  • Foi utilizada pela primeira vez nas eleições municipais de 1996.

  • Testes de segurança são realizados com frequência pelo Tribunal Superior Eleitoral para garantir a segurança das urnas eletrônicas.

O que é e como funciona a urna eletrônica?

A urna eletrônica é um equipamento eletrônico utilizado na contabilização dos votos durante as eleições brasileiras. Cada um desses aparelhos contém um(a):

  • CPU própria;

  • fonte de energia para que ele tenha autonomia fora da tomada elétrica;

  • software para seu funcionamento;

  • pequeno visor, onde o eleitor pode conferir o seu voto;

  • teclado numérico para o cidadão digitar os números dos seus candidatos;

  • tecla de “confirma”, usada pelo eleitor para confirmar seu voto;

  • tecla “corrige”, para corrigir, caso ele tenha errado a digitação;

  • tecla “branco”, para votar em branco.

Os dados são armazenados dentro de um cartão de memória. O cartão de memória, que fica na urna, contabiliza os votos de maneira criptografada para garantir a segurança do processo eleitoral.

Os votos são contabilizados pelos Tribunais Regionais Eleitorais, e as informações são repassadas para o Tribunal Superior Eleitoral. Assim, o trabalho de contabilização é realizado com os dados de todas as seções abertas para os eleitores. Nessas seções eleitorais, o trabalho é conduzido pelos mesários.

A urna eletrônica é ligada ao terminal do mesário, um minicomputador que libera a urna para que o eleitor possa realizar sua votação. Isso só acontece depois que a identificação do eleitor é confirmada, o que se dá por meio da biometria. Além disso, a urna eletrônica possui uma impressora acoplada que emite a zerésima, antes de ser aberta a seção de votação, e o boletim da urna, quando a votação já está encerrada.

Quando a urna eletrônica foi criada?

A urna eletrônica surgiu no contexto da redemocratização do Brasil, e sua criação tem relação com a busca por reduzir ao máximo as fraudes eleitorais. A digitalização do processo de registro e apuração dos votos foi o caminho encontrado para que isso acontecesse. Vamos entender um pouco desse processo.

A Ditadura Militar se encerrou no Brasil em 1985, ano que o primeiro governo civil, desde 1960, tomou posse da presidência. A partir desse governo, o processo de redemocratização do Brasil foi realizado, e os dois grandes símbolos disso foram a promulgação da Constituição Federal, em 1988, e a realização de eleições presidenciais diretas, em 1989.

Já na década de 1980, havia um forte desejo pela informatização do processo eleitoral brasileiro, e essa mudança se iniciou por meio da criação de um banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral, a autoridade responsável por cuidar do processo eleitoral no Brasil. Nessa década foi criado esse banco de dados digital, com informações de 70 milhões de eleitores.

A informatização do próprio processo de votação e de apuração dos votos era algo cogitado em nosso país desde a década de 1930. No começo da década de 1990, o objetivo era fazer com que o processo de apuração dos votos passasse pelo menor número de mãos humanas possível, visando a diminuir a possibilidade de fraudes.

Em 1994, foram utilizados computadores para calcular o resultado das eleições realizadas naquele ano. De forma paralela a isso, foi iniciado o projeto de construção de um aparelho eletrônico para que os eleitores pudessem votar. Uma enorme equipe de especialistas em tecnologia foi formada para desenvolver o tal aparelho, e desse trabalho surgiu o coletor eletrônico de votos, conhecido como CEV.

O CEV nada mais é do que a urna eletrônica, e esse aparelho se desenvolveu com algumas ideias importantes. Primeiramente, o aparelho foi fabricado do zero, pois a ideia de utilizar um computador convencional foi descartada por não ser segura. A urna não possui entradas para conectores externos, e isso ocorre também como mecanismo de segurança.

Além disso, o registro do voto foi pensado para ser o mais simples possível a fim de permitir que eleitores analfabetos também pudessem votar. Daí a ideia que se concretizou foi a de utilizar um teclado numérico idêntico ao de um telefone.

A primeira vez que a urna eletrônica foi utilizada foi em 1996, ano que se realizaram eleições municipais no Brasil. Nesse ano, as urnas eletrônicas foram instaladas em apenas 57 cidades como forma de testar o desempenho desse aparelho, e estima-se que cerca de 32 milhões de pessoas tenham usado as urnas nesse ano.

Em 2000, a utilização da urna eletrônica foi realizada em todo o país, novamente ano de eleições municipais, sendo a primeira vez que esse feito aconteceu. Atualmente, o sistema eleitoral do Brasil é considerado um dos mais modernos do mundo, possuindo também uma das apurações mais eficientes.

Veja também: Eleição presidencial nos Estados Unidos — como funciona?

Segurança da urna eletrônica

Todo ano eleitoral o debate acerca da segurança das urnas eletrônicas ganha espaço no noticiário, e muitos se questionam se a utilização das urnas eletrônicas é segura ou não. O sistema eleitoral brasileiro nunca teve nenhum incidente em relação à confiabilidade das urnas eletrônicas.

Inclusive, foi o sucesso da utilização da urna eletrônica durante as eleições no Brasil que contribuiu para que esse sistema se consolidasse no nosso sistema eleitoral. Apesar disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza com frequência testes para garantir a segurança das urnas eletrônicas, sendo que esses testes são abertos para que a sociedade civil possa acompanhá-los.

Essas avaliações visam a encontrar possíveis falhas de segurança das urnas eletrônicas, garantindo que elas sejam corrigidas antes da realização de eleições. As auditorias públicas, como citado, são acompanhadas por instituições da sociedade civil, porque o resultado delas é do interesse de toda a sociedade brasileira.

Crédito de imagem

[1] rodrigo gavini / Shutterstock

Por: Daniel Neves Silva

Artigos Relacionados

Últimas Aulas

Dois irmãos, de Milton Hatoum
Fuga de cérebros no Brasil e no mundo
Zika vírus
Viagens no tempo: Mito ou verdade?
Todas as vídeo aulas

Versão completa