Sistemas lineares

Conhecemos como sistema linear um conjunto de equações lineares que estão relacionadas. Existem alguns métodos que utilizamos para encontrar as soluções de um sistema.

Para resolver sistemas lineares, há alguns métodos específicos.

Sistema linear é um conjunto de equações lineares que estão relacionadas entre si, ou seja, possuem as mesmas soluções. Dizemos que uma equação é linear quando as suas variáveis possuem grau 1.

Existem vários métodos para resolver um sistema de equações lineares, como a regra de Cramer, em que apresentamos uma matriz associada ao sistema e encontramos os valores possíveis da incógnita por meio do determinante. Há também o escalonamento da matriz, no qual isolamos a variável e assim conseguimos encontrar o conjunto de soluções desse sistema.

Os sistemas lineares são utilizados para resolver equações que possuem mais de uma incógnita. Vale dizer também que há três tipos de sistemas lineares:

  • sistema possível determinado;

  • sistema possível indeterminado;

  • sistema impossível.

Leia também: Classificação de sistemas lineares escalonados

Resumo sobre sistemas lineares

  • Um sistema linear é um conjunto de equações lineares.

  • Para encontrar as soluções de um sistema linear, podemos utilizar, dentre outros métodos, a regra de Cramer ou o escalonamento.

  • Existem três classificações possíveis para um sistema linear:

    • Sistema possível determinado (possui solução única);

    • Sistema possível indeterminado (possui infinitas soluções);

    • Sistema impossível (não possui soluções).

Videoaula sobre sistemas lineares

Equação linear

Para compreender o que são sistemas lineares, antes é importante rever o que é uma equação linear. Tem-se como equação linear qualquer equação que possui uma ou mais variáveis em que todas elas possuam grau 1. De forma geral, uma equação linear pode ser representada por:

a1x1 + a2x2 + a3x3 + … anxn = b

a1, a2, a3, … an → coeficientes das incógnitas

x1, x2, x3, … xn → incógnitas

b → termo independente

Exemplos:

a) x + 2y = 8

b) 3x – 2x + 3z = 0

c) x + y – z + 2w = 3

O que são sistemas lineares?

Conhecemos como sistema linear um conjunto de equações lineares que possuem as mesmas variáveis. A solução de um sistema linear é um conjunto de valores que é um resultado em comum de todas as equações envolvidas no sistema.

Exemplo:

Esse é um sistema linear 2x2, pois nele podemos identificar 2 equações e 2 incógnitas. Nesse sistema, podemos dizer que (5, 0) é a solução do sistema, pois satisfaz as duas equações ao mesmo tempo.

Dada a primeira equação 2x + 3y = 10, substituindo x = 5 e y = 0, temos que:

2 · 5 + 3 · 0 = 10 + 0 = 10

Na segunda equação, – x + y = – 5, substituindo também x = 5 e y = 0, temos que:

– 5 + 0 = – 5

Então, o par ordenado (5, 0) é a solução das duas equações, isto é, de todo o sistema de equações.

Leia também: Classificação de um sistema de equações

Matriz associada a um sistema linear

Podemos associar o sistema linear a uma matriz, prática comum dependendo do método de resolução que queremos adotar. Considere o sistema:

Nesse caso, podemos representar a matriz completa associada a esse sistema, expressa pelos coeficientes de cada uma das variáveis e do termo independente.

Há também a matriz incompleta, que é representada somente pelos coeficientes, excluindo a coluna dos termos independentes.

Classificação de sistemas lineares

Acontece que nem sempre um sistema possui uma única solução como o apresentado anteriormente. Existem, na verdade, três classificações possíveis para os sistemas lineares. Os sistemas classificam-se em: possível determinado, possível indeterminado e impossível.

  • Sistema possível determinando: possui uma única solução.

  • Sistema possível indeterminado: possui infinitas soluções.

  • Sistema impossível: não possui soluções.

O sistema apresentado anteriormente foi um sistema possível determinado. Vejamos, agora, um exemplo de sistema possível indeterminado:

Quando as equações são múltiplas uma da outra, o sistema é possível indeterminado. Note que se multiplicarmos todos os termos da segunda equação por 2, encontraremos a primeira equação. Qualquer par ordenado que satisfaça a primeira equação satisfará a segunda também. Por exemplo:

  • (10, 0) é solução das duas equações.

  • (0, 5) é solução das duas equações.

  • (6, 2) é solução das duas equações.

Como esse sistema é possível indeterminado, podemos listar infinitas soluções para ele.

Agora, vejamos um exemplo de sistema impossível:

Esse é um sistema impossível. Note que antes da igualdade, a segunda equação é o dobro da primeira. Porém, esse padrão não se repete no termo independente. Nesse caso, podemos dividir todos os termos da segunda equação por 2 e encontraremos o sistema:

É impossível que x + y seja igual a 10 e igual a 2 ao mesmo tempo. Logo, esse sistema de equações não possui solução, o que faz com que ele seja um sistema impossível.

Leia também: Método da substituição para solução de sistemas lineares

Como resolver um sistema linear?

Para resolver um sistema linear, existem vários métodos, porém faremos a apresentação de apenas dois deles: a regra de Cramer e o escalonamento.

  • Regra de Cramer

Para resolver um sistema 3x3 utilizando a regra de Cramer, é necessário calcular o determinante da matriz incompleta e suas variações. Temos que:

  • D → determinante da matriz incompleta;

  • Dx → determinante da matriz incompleta do sistema, substituindo a coluna de x pela coluna dos termos independentes;

  • Dy → determinante da matriz incompleta do sistema, substituindo a coluna de y pela coluna dos termos independentes;

  • Dz → determinante da matriz incompleta do sistema, substituindo a coluna de z pela coluna dos termos independentes.

Exemplo:

  • 1º passo: Calcularemos o determinante da matriz incompleta.

D = 2 ⋅ (−1) ⋅ (−2) + 1 ⋅ 1 ⋅ 1 + (−1) ⋅ 1 ⋅ 3 − 1 ⋅ (−1) ⋅ (−1) − 3 ⋅ 1 ⋅ 2 − (−2) ⋅ 1 ⋅ 1 = − 3

  • 2º passo: Em seguida, substituiremos a primeira coluna pelos termos independentes do sistema e novamente calcularemos o determinante (no caso, Dx).

Dx = 1 ⋅ (−1) ⋅ (−2) + 1 ⋅ 1 ⋅ 2 + (−1) ⋅ 2 ⋅ 3 − 2 ⋅ (−1) ⋅ (−1) − 3 ⋅ 1 ⋅ 1 − (−2) ⋅ 2 ⋅ 1 = −3

  • 3º passo: Na matriz incompleta, substituiremos a segunda coluna pelos termos independentes e calcularemos o determinante Dy.

Dy = 2 ⋅ 2 ⋅ (−2) + 1 ⋅ 1 ⋅ 1 + (−1) ⋅ 1 ⋅ 3 − 1 ⋅ 2 ⋅ (−1) − 3 ⋅ 1 ⋅ 2 − (−2) ⋅ 1 ⋅ 1 = −12

 

  • 4º passo: Substituiremos, na matriz incompleta, a terceira coluna pelos termos independentes e calcularemos o determinante Dz.

Dz = 2 ⋅ (−1) ⋅ 3 + 1 ⋅ 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 ⋅ 3 − 1 ⋅ (−1) ⋅ 1 − 3 ⋅ 2 ⋅ 2 − 3 ⋅ 1 ⋅ 1 = −15

Agora é possível encontrar os valores de x, y e z:

Descobrimos, assim, que o conjunto de soluções desse sistema é (1, 4, 5).

  • Escalonamento

O escalonamento é outro método comum utilizado para resolver sistemas lineares. Escalonar uma matriz consiste em realizar operações entre suas linhas de modo que os coeficientes do sistema resultem em zero.

Exemplo:

  • 1º passo: Listaremos a matriz completa associada ao sistema:

  • 2º passo: Faremos operações entre as linhas para que na primeira coluna os termos a21 e a31 sejam igual a 0. Para isso, considere que:

    • L1 = linha 1

    • L2 = linha 2

    • L3 = linha 3

Então, substituiremos a linha 2 por: L2 = –2L1 + L2

a21 = –2 · 1 + 2 = 0

a22 = –2 · 2 + 1 = –3

a23 = –2 · (–3) + 1 = 7

a24 = –2 · 10 + 3 = –17

Além da linha 2, vamos substituir a linha 3 por: L3 = 3L1 + L3

a31 = 3 · 1 – 3 = 0

a32 = 3 · 2 + 2 = 8

a33 = 3 · (–3) + 1 = – 8

a34 = 3 · 10 – 6 = 24

Analisando os termos da linha três, percebe-se que podemos simplificá-la, dividindo por 8. Então, temos que:

a31 = 0 : 8 = 0

a32 = 8 : 8 = 1

a33 = – 8 : 8 = 1

a34 = 24 : 8 = 3

Substituindo os valores que encontramos na matriz, teremos o seguinte:

Assim, vamos zerar os coeficientes de y na terceira linha a fim de obtermos uma matriz triangular. Para isso, substituiremos L3 por L3 → L2 + 3L3.

a31 = 0 + 3 · 0 = 0

a32 = –3 + 3 · 1 = 0

a33 = 7 + 3 · (–1) = 4

a34 = –17 + 3 · 3 = –8

A nova matriz escalonada será:

Agora podemos reescrever essa matriz como um sistema:

Desse modo, pela terceira equação, temos que:

4z = –8

z = – 8 : 4

z = –2

Substituindo z por – 2 na segunda linha, temos que:

–3y + 7 (–2) = –17

–3y – 14 = –17

–3y = –17 + 14

–3y = –3

y = –3 : (–3)

y = 1

Por fim, substituindo y = 1 e z = – 2 na linha 1, temos que:

x + 2 · 1 – 3 (–2) = 10

x + 2 + 6 = 10

x – 8 = 10

x = 10 – 8

x = 2

Concluímos, então, que o conjunto de soluções dessa equação é (2, 1, –2)

Leia também: Método da adição para solução de sistemas lineares

Exercícios resolvidos sobre sistemas lineares

Questão 1

(Consulpam) O valor de x no sistema linear a seguir é:

A) 1

B) 2

C) 3

D) 4

Resolução:

Alternativa B

Para encontrar o valor de x pela regra de Cramer, calcularemos o valor do determinante D da matriz incompleta e também do determinante Dx.

D = 2 ⋅ 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 ⋅ 3 + 3 ⋅ 1 ⋅ (−1) − 3 ⋅ 2 ⋅ 3 − (−1) ⋅ 1 ⋅ 2 − 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = −13

Agora, substituindo a primeira coluna pela coluna das variáveis independentes, temos:

Dx = 19 ⋅ 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 ⋅ 7 + 3 ⋅ 12 ⋅ (−1) − 7 ⋅ 2 ⋅ 3 − (−1) ⋅ 1 ⋅ 19 − 1 ⋅ 12 ⋅ 1 = −26

Sabemos que x é a divisão entre Dx e D:

x = Dx : D

x = (–26) : (–13)

x = 2

Questão 2

(Idib) É correto afirmar que a regra de Cramer é um método utilizado para:

A) desenvolver operação com conjuntos.

B) determinar o volume de um cone utilizando uma esfera.

C) determinar o resultado de uma progressão geométrica infinita.

D) solucionar sistemas lineares.

Resolução:

Alternativa D

Como vimos, a regra de Cramer é um método utilizado para encontrar as soluções de sistemas lineares.

Por: Raul Rodrigues de Oliveira

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