Conhecida também como função quadrática, a função do 2º grau é a função com lei de formação f(x)=ax^2+bx+c. Seu gráfico no plano cartesiano é conhecido como parábola.
A função do 2º grau é conhecida também como função quadrática ou função polinomial do 2º grau. A função do 2º grau é a função de \(f: \mathbb{R} \to \mathbb{R} \) que tem como lei de formação a expressão f(x) = ax2 + bx + c, com a ≠ 0, sendo a, b e c números reais. Podemos representar o gráfico da função de 2º grau no plano cartesiano, e esse gráfico gera uma imagem conhecida como parábola. A parábola pode ser côncava para cima ou para baixo, dependendo do valor de a, e o vértice da parábola é o ponto mínimo quando a parábola tem concavidade para cima ou o ponto máximo quando a parábola tem concavidade para baixo. Outros pontos importantes da parábola são as raízes. A função do 2º grau pode ter 2 raízes, que são os valores de x quando f(x) = 0; graficamente são os pontos em que a parábola corta o eixo x.
Leia também: O que é uma função do 1º grau?
Resumo sobre a função do 2º grau
- A função do 2º grau é conhecida também como função quadrática ou função polinomial do 2º grau.
- A função é do 2º grau quando ela é uma função \(f: \mathbb{R} \to \mathbb{R} \) com lei de formação é f(x) = ax2 + bx + c, sendo a, b, c \(\in \mathbb{R} \), e a ≠0.
- As raízes, ou zeros da função quadrática, são os valores de x que fazem com que f(x)=0.
- A função do 2º grau pode ter até 2 raízes.
- Para calcular o vértice da parábola e para calcular as raízes da função do 2º grau, existem fórmulas específicas.
- O gráfico da função do 2º grau é conhecido como parábola.
- A parábola pode ter concavidade para cima se a > 0 ou para baixo se a < 0.
- O vértice da função do 2º grau é o valor máximo ou mínimo da função.
- A função de 2º grau possui valor mínimo se sua concavidade for para cima e máximo se sua concavidade for para baixo.
O que é uma função do 2º grau?
Também conhecida como função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, a função do 2º grau é a função que possui domínio e contradomínio no conjunto dos números reais, ou seja, \(f: \mathbb{R} \to \mathbb{R} \) com lei de formação f(x) = ax2 + bx + c, sendo a, b e c \(\in \mathbb{R} \) e a ≠ 0. Vamos ver alguns exemplos a seguir:
Exemplos:
- \(f(x) = 2x^2 + 3x - 15\)
- \(f(x) = x^2 + 2\)
- \(f(x) = 3x^3 - 5x\)
- \(f(x)= \frac{x^2}{3}+ 2x + 3\)
Todos os exemplos acima são exemplos de função quadrática, e na função quadrática é importante sabermos identificar cada um dos seus coeficientes, ou seja, o valor de a, b e c.
- y = 2x2 + 3x - 15
a = 2, b = 3 e c = - 15
- y = x2 + 2
a = 1, b = 0 e c = 2
- y = 3x3 - 5x
a = 3 b = - 5 e c = 0
- \(y= \frac{x^2}{3}+ 2x + 3\)
\(a=\frac{1}{3} , b = 2\ e\ c = 3 \)
Importante: Independentemente da ordem, a é sempre o termo que acompanha x², b é o termo que acompanha x e c é o termo independente. Exemplo:
- y = 2x2 - 3x + 5
- y = – 3x + 5 + 2x2
Os exemplos representam a mesma função, somente a ordem dos termos é que está diferente, mas em ambas temos que: a = 2, b = - 3 e c = 5.
Como calcular o valor numérico da função do 2º grau?
Para calcular o valor numérico da função do 2º grau, substituímos o valor de x em sua lei de formação, realizamos os cálculos necessários, que dependem da lei de formação, e encontramos o valor de y, que é o mesmo que o valor de f(x), como nos exemplos a seguir:
Exemplo 1:
Dada a função de lei de formação f(x) = x2 - 3x + 4, encontre o valor numérico da função quando:
- x = 1
\(f(1)=12 - 3 \cdot 1 + 4\)
\(f(1)=1 - 3 + 4\)
\(f(1)=-2+4\)
\(f(1)=2\)
Então, quando x = 1, y = 2.
- x = - 2
\(f(-2)=(-2)^2-3 \cdot (-2) +4\)
\(f(-2)=4+6+4\)
\(f(-2)=10+4\)
\(f(-2)=14\)
Então, quando x = - 2, y = 14.
Exemplo 2:
Dada a função de lei de formação f(x) = 2x2 - 8, encontre o valor numérico da função quando:
- x = 2
\(f(2)=2\cdot 2^2-8\)
\(f(2)=2\cdot 4-8\)
\(f(2)=8-8\)
\(f(2)=0\)
Se x = 2, y = 0.
- x = - 5
\(f(-5)=2\cdot (5^2)-8\)
\(f(-5)=2\cdot 25-8\)
\(f(-5)=50-8\)
\(f(-5)=42\)
Se x = - 5, y = 42.
Raízes da função do 2º grau
Também chamada de zero da função, a raiz da função do 2º grau é o valor de x que faz com que f(x) = 0. A função do 2º grau pode ter duas raízes, uma raiz ou nenhuma. Para encontrar as raízes de uma função do 2º grau devemos igualar a lei de formação a 0 e calcular as raízes da função utilizando a fórmula de Bhaskara.
Exemplo 1:
Dada a função f(x) = 2x2 - 5x + 3, temos que 1 é raiz dessa função, pois:
\(f(1)=2\cdot 1^2-5⋅1+3\)
\(f(1)=2-5+3\)
\(f(1)=-3+3\)
\(f(1)=0\)
Exemplo 2:
Encontre as raízes da função do 2º grau f(x)=x2 - 4x - 5.
Resolução:
Primeiro encontraremos a, b e c e calcularemos o valor de Δ.
a = 1, b = - 4 e c = - 5
\(\Delta = b^2 - 4ac\)
\(\Delta = (-4)^2 - 4\cdot 1 \cdot (-5)\)
\(\Delta = 16+20\)
\(\Delta = 36\)
Conhecendo o valor de delta, vamos aplicar a fórmula de Bhaskara:
\(x = {-b\ \pm\ \sqrt{\Delta} \over 2a}\)
\(x = {-(-4)\ \pm\ \sqrt{36} \over 2\ \cdot\ 1}\)
\(x =\frac {4\ \pm\ 6} {2}\)
\(x_1 =\frac {4 + 6} {2} = \frac {10} {2} = 5\)
\(x_2 =\frac {4 - 6} {2} = \frac {-2} {2} = -1\)
Então, as raízes dessa função são x = 5 ou x = -1.
Importante: O valor do delta nos permite saber quantas raízes a função do 2º grau possui.
- Se Δ > 0 → a função possui duas raízes reais distintas.
- Se Δ = 0 → a função possui uma única raiz real.
- Se Δ < 0 → a função não possui raiz real.
Gráfico da função de 2º grau
O gráfico de uma função do 2º grau possui o formato conhecido como parábola. Essa parábola pode ter concavidade para cima ou para baixo, dependendo do valor do coeficiente a.
Quando a for positivo a parábola possui concavidade para cima. O vértice da parábola nesse caso é o ponto mínimo da parábola.
Quando a for negativo, a concavidade da parábola será para baixo. O vértice nesse caso é o ponto máximo da parábola.
→ Vértice da parábola
O vértice da parábola é o ponto mínimo ou máximo do gráfico da função do 2º grau. Para encontrar as coordenadas de x e y do vértice, utilizamos uma fórmula específica.
\(x_v=\frac{-b}{2a}\)
\(y_v=\frac{-Δ}{4a}\)
Exemplo:
Encontre o vértice da função de 2º grau y = x2 - 4x - 5.
Resolução:
Nessa função, temos que a = 1, b = - 4 e c = - 5.
Então:
\(x_v=\frac{-b}{2a}=\frac{-(-4)}{2\ \cdot\ 1}=\frac{4}{2}=2\)
Calculando o delta, sabemos que:
\(Δ=b^2-4ac\)
\(\Delta = (-4)^2 -4\cdot 1 \cdot (-5)\)
\(\Delta = 16+20\)
\(\Delta = 36\)
Então:
\(y_v=\frac{-Δ}{4a}=\frac{-36}{4\ \cdot\ 1}=\frac{-36}{4}=-9\)
Logo, o vértice da função é o ponto V(2, -9).
Como construir um gráfico da função do 2º grau?
Para construir o gráfico da função do 2º grau, precisamos calcular os zeros da função, encontrar a coordenada do seu vértice e verificar em qual ponto o gráfico da função toca o eixo y.
Os pontos x1 e x2 são as raízes da função, o ponto V é o seu vértice e o ponto c é o ponto em que a parábola toca o eixo y.
Exemplo:
Represente o gráfico da função f(x) = x2 - 4x + 3.
Resolução:
Primeiro vamos calcular os zeros dessa função:
x2 - 4x + 3 = 0
a = 1, b = - 4 e c = 3
Então temos que:
\(\Delta = b^2 - 4ac\)
\(\Delta = (-4)^2 - 4\cdot 1\cdot 3 \)
\(\Delta = 16-12\)
\(\Delta = 4\)
Calculando o valor de Δ, agora vamos substituir na fórmula de Bhaskara:
\(x = {-b \pm \sqrt{\Delta} \over 2a}\)
\(x = {-(-4)\ \pm\ \sqrt{4} \over 2\cdot 1}\)
\(x =\frac {4\pm 2} {2 }\)
\(x_1 =\frac {4+2} {2 }= \frac {6} {2}=3\)
\(x_2 =\frac {4-2} {2 }= \frac {2} {2}=1\)
Agora o segundo passo, já que sabemos o valor das raízes. Encontraremos o vértice da parábola:
\(x_v = \frac {-b}{2a} =\frac {-(-4)}{2\ \cdot \ 1} = \frac {4}{2} = 2\)
\(y_v = \frac {-\Delta}{4a} =\frac {-4}{4\ \cdot \ 1} = \frac {-4}{4} = -1\)
\(V(2,-1)\)
O terceiro passo é encontrar o ponto em que a função toca o eixo y. Basta calcular f(0).
f(0) = 02 - 4 ⋅ 0 + 3
f(0) = 3
Importante: Para qualquer função, f(0) = c, ou seja, o ponto em que a função toca o eixo y é igual ao valor do termo independente.
Agora vamos marcar esses 4 pontos encontrados no plano cartesiano, que representaremos por X1(1,0), X2(3,0), C(0,3) e V(2,-1), e fazer sua representação gráfica:
Para saber mais detalhes sobre o gráfico da função do 2º grau, clique aqui.
Exercícios resolvidos sobre função do 2º grau
Questão 1
Um arqueiro atira uma flecha, e a altura f(x) em metros após x segundos é dada pela função quadrática:
f(x) = - 2x2 + 8x + 1
Qual é a altura máxima alcançada pela flecha?
A) 9 metros
B) 12 metros
C) 13 metros
D) 15 metros
E) 18 metros
Resolução:
Alternativa A.
Dada a função f(x) = - 2x2 + 8x + 1, a altura máxima será o valor de y do vértice da função:
Calculando yv, temos que:
a = - 2, b = 8 e c =1
\(\Delta = b^2 - 4ac\)
\(\Delta = 8^2 - 4\cdot (-2)\cdot 1\)
\(\Delta = 64 + 8 \)
\(\Delta = 72 \)
Agora, temos que:
\(y_v = \frac {-\Delta}{4a} =\frac {-72}{4\ \cdot \ (-2)} = \frac {-72}{-8} = 9\)
Questão 2
(Enem) Para evitar uma epidemia, a Secretaria de Saúde de uma cidade dedetizou todos os bairros, de modo a evitar a proliferação do mosquito da dengue. Sabe-se que o número f de infectados é dado pela função f(t) = - 2t2+ 120t (em que t é expresso em dia e t = 0 é o dia anterior à primeira infecção) e que tal expressão é válida para os 60 primeiros dias da epidemia.
A Secretaria de Saúde decidiu que uma segunda dedetização deveria ser feita no dia em que o número de infectados chegasse à marca de 1600 pessoas, e uma segunda dedetização precisou acontecer.
A segunda dedetização começou no:
A) 19º dia.
B) 20º dia.
C) 29º dia.
D) 30º dia.
E) 60º dia.
Resolução:
Alternativa B.
Queremos o valor de t para que – 2t2 + 120t = 1600.
Logo, temos que:
- 2t2 + 120t - 1600 = 0
a = – 2; b = 120 e c = – 1600
\(\Delta = (-120)^2 - 4\cdot 2\cdot 160\)
\(\Delta = 14400 – 12800\)
\(\Delta = 1600\)
Conhecendo o valor de Δ, temos que:
\(t = {-b \pm \sqrt{\Delta} \over 2a}\)
\(t = {-120 \pm \sqrt{1600} \over 2\cdot (-2)}\)
\(t =\frac {-120 \pm 40} { -4}\)
\(t_1 =\frac {-120+ 40} { -4} =\frac {-80} { -4} = 20\)
\(t_2 =\frac {-120- 40} { -4} =\frac {-160} { -4} = 40\)
Sabemos que t2 tem valor maior que t1, logo a segunda dedetização será no 20º dia.
Fontes
Dante, L. R. (2017). Matemática: Contexto e Aplicações. 1ª edição. Editora Ática.
Giovanni Jr., J. R., Ruy, J., & Bonjorno, J. R. (2019). Matemática: Contexto e Aplicações. 2ª edição. Editora FTD.
Iezzi, G., de Souza, C. M. F., de Oliveira, H., & de Oliveira, V. (2019). Fundamentos de Matemática Elementar. 11ª edição. Editora Atual.