O processo de Unificação Italiana foi um dos principais acontecimentos políticos do século XIX.
Após a Era Napoleônica, a Europa passou a viver um verdadeiro surto nacionalista, em grande parte estimulado pelo processo de destruição do Estado Absolutista empreendido por Napoleão Bonaparte. O fundamento da ordem, no século XIX, não provinha mais da figura do monarca, mas das Constituições Nacionais. A partir do ano de 1830 e, sobretudo no ano de 1848, vários levantes com forte caráter popular passaram a ocorrer. O próprio conceito de povo, tal como o entendemos hoje, foi desenvolvido nessa época de eferverscência política. O processo de Unificação Italiana, ocorrido na segunda metade do século XIX, inseriu-se nesse contexto.
O Congresso de Viena, realizado entre 1814 e 1815, quando o império de Napoleão estava em processo de declínio, dividiu a Península Itálica em vários reinos. No ano de 1848, em meio às convulsivas revoltas que estouraram na Europa, houve, também na Península Itálica, a primeira tentativa de unificação de todos esses pequenos reinos, levada a cabo por Carlos Alberto.
O principal motivo do levante de 1848 era o domínio que o Império Austríaco exercia sobre os italianos, que ainda eram tratados como súditos. O fracasso do empreendimento de Carlos Alberto contra o Império Austríaco e a ruína do primeiro esboço de Estado Nacional Italiano levaram as lideranças da geração seguinte a buscarem alianças com outras potências, como França e Grã-Bretanha, para lutarem contra a Áustria e a sua aliada histórica, a Rússia.
Esses novos líderes eram Vitor Emmanuel II, filho de Carlos Alberto, Camilo di Cavour, Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi. Os dois primeiros eram representantes da nobreza e da alta burguesia dos reinos italianos, principalmente do reino de Piemonte. Os outros dois representavam a pequena burguesia e as classes populares. Garibaldi, em especial, liderava o exército dos “Camisas Vermelhas”, que teve um papel fundamental no processo de unificação.
Tal como ocorreria com a Unificação Alemã alguns anos mais tarde, as guerras moldaram o formato da nação. O Conde Camilo di Cavour liderou um projeto, conhecido como Risorgimento (Ressurgimento), que pretendia contemplar todos os anseios divergentes. O reino de Piemonte, ao qual Cavour estava ligado, liderou a unificação.
Ao longo da década de 1860, uma sucessão de guerras e de alianças foi necessária para a Itália torna-se um só Estado. Em 1870, o processo estava praticamente concluído. Foi nesse mesmo ano que foi deflagrada a Guerra Franco-Prussiana, que resultaria na Unificação Alemã.
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