Esparta foi uma das mais importantes pólis da Grécia Antiga, caracterizada pelo seu forte militarismo.
Esparta foi uma das mais importantes pólis da Grécia Antiga, caracterizada pelo seu forte militarismo. Teve sua origem associada à migração dos dórios, povo indo-europeu que invadiu a região por volta do século XII a.C. Caracterizada por uma sociedade rigidamente hierarquizada, onde espartanos, periecos e hilotas ocupavam distintas posições sociais, Esparta governava-se por uma combinação peculiar de monarquia, oligarquia e elementos democráticos, com dois reis compartilhando o poder e uma assembleia popular, a Apella, exercendo influência significativa. Sua religião enfatizava os deuses guerreiros, enquanto a educação espartana, conduzida pela Agoge, era intensamente militarista desde a infância dos indivíduos. Economicamente, Esparta baseava-se na agricultura e na guerra, desencorajando o comércio e valorizando a simplicidade.
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Resumo sobre Esparta
- Esparta foi uma das mais importantes pólis da Grécia Antiga, caracterizada pelo seu forte militarismo.
- Foi fundada pelos dórios, um povo indo-europeu que invadiu a Grécia no século XII a.C., contribuindo para sua ascensão como potência militar e política.
- Na sociedade espartana, havia uma rígida hierarquia, enquanto sua política misturava monarquia, oligarquia e elementos democráticos.
- A sociedade espartana era estratificada em espartanos, periecos e hilotas, com os espartanos dominando o poder político e militar, enquanto os hilotas serviam como escravos do Estado.
- Esparta era governada por dois reis, que compartilhavam o poder com uma assembleia popular conhecida como Apella.
- A religião espartana enfatizava os deuses guerreiros, como Ares e Artemis Orthia, com rituais frequentemente associados à guerra e à coesão social.
- A educação em Esparta, caracterizada pelo sistema Agoge, era rigorosa e voltada para o treinamento militar desde a infância dos indivíduos, visando produzir soldados obedientes e disciplinados.
- A economia de Esparta era baseada principalmente na agricultura e na guerra, desencorajando o comércio e a busca por riqueza material, enquanto os hilotas realizavam a maior parte do trabalho agrícola.
- Esparta desempenhou um papel crucial nas Guerras Persas, especialmente na Batalha de Termópilas, além de estar envolvida em conflitos internos e externos com outras cidades-estado gregas, como Atenas e Tebas.
- O declínio de Esparta foi gradual, marcado por uma combinação de fatores internos e externos.
- A antiga Esparta estava localizada na região do Peloponeso, no Sul da Grécia, e hoje essa área faz parte da moderna Grécia.
Origem de Esparta
Uma das mais famosas cidades-estado da Grécia Antiga, Esparta teve sua origem envolta em lendas e mitos. Segundo a tradição, Esparta foi fundada pelos dórios, um povo de origem indo-europeia que invadiu a Grécia continental por volta do século XII a.C. A migração dórica é um evento histórico controverso, mas é amplamente aceito que contribuiu significativamente para a formação de Esparta como uma potência militar e política na região do Peloponeso.
Características de Esparta
→ Sociedade espartana
A sociedade espartana era rigidamente hierarquizada, com uma estrutura que se concentrava principalmente na preparação e manutenção do poder militar. Em Esparta, os cidadãos eram divididos em três classes principais: espartanos, periecos e hilotas. Os espartanos, descendentes dos dórios, formavam a elite dominante, detentora do poder político e militar. Os periecos eram habitantes livres, porém não cidadãos, que viviam nas áreas circundantes à cidade. Por fim, os hilotas eram os servos do estado espartano, responsáveis pela produção agrícola e outras tarefas servis.
→ Política de Esparta
A política em Esparta era voltada principalmente para a manutenção da supremacia militar. O sistema político era uma mistura peculiar de monarquia, oligarquia e elementos democráticos. A cidade era governada por dois reis, que compartilhavam o poder e atuavam como líderes militares supremos. Além dos reis, havia uma assembleia popular conhecida como Apella, composta por espartanos com mais de 30 anos, que votavam em questões importantes para o Estado.
→ Religião de Esparta
A religião em Esparta tinha uma forte ligação com a tradição militar e a manutenção da ordem social. Os espartanos adoravam diversos deuses e deusas, com destaque para Ares, o deus da guerra, e Artemis Orthia, uma deusa associada à caça e à virilidade. Os rituais religiosos frequentemente incluíam competições atléticas e festivais que reforçavam os valores guerreiros e a coesão social.
→ Educação de Esparta
A educação em Esparta era uma das mais rigorosas e disciplinadas da Grécia Antiga, sendo centralizada no sistema conhecido como Agoge. Desde a infância, os meninos espartanos eram submetidos a um treinamento militar intensivo, que visava prepará-los para se tornarem soldados obedientes e disciplinados. A educação espartana enfatizava a resistência física, o trabalho em equipe e o senso de dever para com o Estado.
→ Economia de Esparta
A economia de Esparta era baseada principalmente na agricultura e na guerra. Os espartanos valorizavam a simplicidade e a frugalidade, desencorajando o comércio e a busca por riqueza material. A terra era dividida igualmente entre os cidadãos espartanos, com o Estado controlando a produção agrícola por meio do trabalho dos hilotas. A falta de interesse em atividades econômicas mais amplas pode ter contribuído para a estagnação econômica de Esparta em comparação com outras cidades-estado gregas.
Veja também: Atenas — detalhes sobre outra importante pólis da Grécia Antiga
Principais acontecimentos que ocorreram em Esparta
A história de Esparta está repleta de eventos marcantes que moldaram seu destino e influenciaram o cenário político e militar da Grécia Antiga. Entre esses acontecimentos, destacam-se as Guerras Persas, nas quais Esparta desempenhou um papel crucial ao liderar a resistência grega contra a invasão persa. A Batalha de Termópilas, em particular, tornou-se lendária pela resistência espartana contra as forças persas, personificada pela bravura do rei Leônidas e seus soldados.
Além das Guerras Persas, Esparta esteve envolvida em conflitos internos com outras cidades-estado gregas, como Atenas e Tebas. Esses conflitos frequentemente resultavam em alianças temporárias e traições políticas, refletindo a natureza volátil das relações entre as cidades-estado gregas.
Fim de Esparta
O declínio de Esparta foi um processo gradual, marcado por uma combinação de fatores internos e externos. A Guerra do Peloponeso, um conflito prolongado entre Atenas e Esparta, enfraqueceu significativamente ambas as cidades-estado, deixando-as vulneráveis a ameaças externas e revoltas internas.
Além dos conflitos com Atenas, Esparta enfrentou desafios internos, incluindo tensões sociais entre os espartanos e os periecos, bem como revoltas dos hilotas, que buscavam libertação do jugo espartano. Esses conflitos internos minaram a coesão e a estabilidade de Esparta, enfraquecendo sua posição como potência dominante na região do Peloponeso.
Que país hoje está no lugar da antiga Esparta?
A antiga cidade de Esparta estava localizada na região do Peloponeso, no Sul da Grécia. Hoje, essa área faz parte da moderna Grécia. Não há uma nação específica que ocupe o exato local da antiga Esparta, pois o conceito de nações e fronteiras evoluiu significativamente desde os tempos antigos. No entanto, a região do Peloponeso continua a ser uma parte importante da Grécia moderna, com cidades como Esparta e outras antigas cidades-estado gregas sendo preservadas como locais históricos e turísticos.
Curiosidades sobre Esparta
- Mulheres em Esparta: ao contrário de outras cidades-estado gregas, as mulheres em Esparta desfrutavam de um grau incomum de liberdade e autonomia. Elas eram encorajadas a praticar exercícios físicos e podiam possuir propriedades, algo raro na sociedade grega.
- Moeda em Esparta: Esparta era uma das poucas cidades-estado gregas que não utilizava moeda. Em vez disso, o sistema econômico baseava-se na troca de mercadorias e no uso de barras de ferro como forma de pagamento.
- Disciplina militar: a disciplina militar em Esparta era tão severa que os soldados espartanos eram proibidos de usar qualquer tipo de armadura além de seus escudos, acreditando-se que isso os tornaria mais corajosos e confiantes em batalha.
- Ritos de passagem: um dos ritos de passagem mais famosos em Esparta era o Krypteia, no qual os jovens espartanos eram enviados para caçar e matar hilotas como uma forma de provar sua habilidade e coragem.
- Culto à força física: os espartanos valorizavam tanto a força física que, segundo a lenda, recém-nascidos considerados fracos ou defeituosos eram deixados para morrer em uma montanha próxima, como parte de uma prática conhecida como “apogonia”.
Exercícios resolvidos sobre Esparta
Questão 1
Durante o período da Grécia Antiga, a cidade-estado de Esparta destacou-se por suas características sociais, políticas e educacionais singulares. Uma dessas peculiaridades foi o sistema de educação conhecido como Agoge. Nesse contexto, considere as seguintes afirmativas:
I. A educação espartana enfatizava a importância do desenvolvimento intelectual e artístico dos jovens.
II. O sistema Agoge tinha como objetivo preparar os jovens espartanos para a vida política e administrativa da cidade.
III. A Agoge consistia em um rigoroso treinamento militar desde a infância, visando formar soldados disciplinados e obedientes.
IV. O sistema Agoge era exclusivo para os espartanos do sexo masculino, excluindo as mulheres e os periecos.
V. Os hilotas, servos do estado espartano, também passavam pelo sistema Agoge, embora em condições menos rigorosas.
Com base nas afirmativas, assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas:
A) I e II apenas.
B) II e III apenas.
C) II e IV apenas.
D) III e V apenas.
E) III e IV apenas.
Resolução:
Alternativa E.
Enquanto a afirmativa III está correta ao descrever o sistema Agoge como um treinamento militar intensivo, preparando os jovens espartanos para a vida militar, a afirmativa IV está correta ao mencionar que o sistema era exclusivo para os espartanos do sexo masculino. As demais afirmativas estão incorretas, pois a educação espartana não enfatizava o desenvolvimento intelectual e artístico (afirmativa I), e os hilotas não passavam pelo sistema Agoge em condições semelhantes aos espartanos (afirmativas II e V).
Questão 2
Durante a Antiguidade Clássica, Esparta destacou-se como uma das mais poderosas cidades-estado da Grécia, tendo uma sociedade e uma política únicas. Uma das características distintivas da sociedade espartana era sua estrutura social, que compreendia diferentes classes. Considerando essa informação, analise as seguintes afirmativas:
I. Os espartanos eram a elite dominante em Esparta, detentores do poder político e militar.
II. Os periecos, habitantes livres de Esparta, possuíam os mesmos direitos políticos que os espartanos.
III. Os hilotas, servos do estado espartano, desempenhavam funções administrativas e políticas na cidade.
IV. Os periecos eram responsáveis pela produção agrícola em Esparta, enquanto os espartanos se dedicavam exclusivamente à vida militar.
V. Os hilotas constituíam a maior parte da população de Esparta e viviam em condições de escravidão e sujeição.
Considerando as afirmativas, assinale a alternativa correta:
A) I e II apenas.
B) I e IV apenas.
C) II e III apenas.
D) III e V apenas.
E) I e V apenas.
Resolução:
Alternativa E.
Enquanto a afirmativa I está correta ao descrever os espartanos como a elite dominante em Esparta, detentores do poder político e militar, a afirmativa V também está correta ao mencionar que os hilotas constituíam a maior parte da população e viviam em condições de escravidão. As demais afirmativas estão incorretas, pois os periecos não possuíam os mesmos direitos políticos que os espartanos (afirmativa II), os hilotas não desempenhavam funções administrativas e políticas (afirmativa III) e os espartanos não se dedicavam exclusivamente à vida militar (afirmativa IV).Parte superior do formulário
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Créditos de imagem
[1] TRAJAN 117 / Wikimedia Commons (reprodução)
[2] Nickthegreek82 / Κούμαρης Νικόλαος / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
COMMELIN, P. Mitologia Grega e Romana. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2007.