Símbolos da Festa Junina

Os símbolos da Festa Junina são diversos. Alguns dos mais populares são: a fogueira, as bandeirinhas, os fogos de artifício, as brincadeiras, os trajes e as comidas típicas.

As bandeirinhas de São João e os balões são símbolos da Festa Junina.

Os símbolos da Festa Junina são muitos, como a fogueira, o balão, as roupas típicas, a quadrilha, as comidas típicas, entre tantos outros. A Festa Junina é uma das festas mais populares do Brasil, sendo comemorada nas cinco regiões do nosso país. Celebração iniciada há milhares de anos como festas pagãs que comemoraram os solstícios de verão no Hemisfério Norte, as celebrações foram incorporadas pelo cristianismo, que se apropriou de alguns símbolos e acrescentou outros às manifestações que se tornaram a Festa Junina atual.

Em Portugal a festa era chamada de “Joanina”, uma vez que o auge das festividades ocorria no dia de São João, 24 de junho. Ao chegar ao Brasil, via colonizadores portugueses, a Festa Junina se modificou, recebendo influência de povos indígenas e africanos.

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Resumo sobre símbolos da Festa Junina

  • Os símbolos da Festa Junina são a fogueira, as bandeirinhas, as comidas e os trajes típicos, os três santos católicos, e outros.

  • A Festa Junina é a segunda maior festa popular do país, atrás apenas do Carnaval.

  • A Festa Junina celebra os dias de Santo Antônio, São João e São Pedro.

  • A fogueira de São João representa atualmente a anunciação do nascimento do santo, mas as fogueiras eram utilizadas em celebrações de solstício há milhares de anos.

  • A quadrilha é a dança principal da Festa Junina; originária da Europa, chegou ao Brasil através da colonização lusitana.

  • A culinária das festas juninas é fortemente influenciada pela cultura indígena e europeia.

  • Os trajes típicos da Festa Junina são inspirados em antigos trajes utilizados nas áreas rurais do Brasil.

  • As brincadeiras típicas das festas juninas, como o pau-de-sebo e a pescaria, também são considerados símbolos da festividade.

Os principais símbolos da Festa Junina

Fogueira

A fogueira é um dos principais símbolos da Festa Junina. O fogo foi utilizado em rituais de solstício de verão, na Europa, desde a Pré-História. Na Antiguidade e na Alta Idade Média diversos povos realizavam rituais de solstício, como egípcios, celtas, gregos e vikings.

No final da Antiguidade a Igreja Católica passou a associar as festas de solstício de verão a João Batista, comemorado no dia 24 de junho. A fogueira foi incorporada aos ritos católicos e passou a fazer parte das Festas Juninas.

No Brasil, a Festa Junina ocorre na época de solstício de inverno, período mais frio em nosso país, o que faz com que as pessoas reúnam-se em volta da fogueira para se aquecer, além de cozinhar alimentos como batata-doce, pinhão e milho.

Os três santos católicos

Santo Antônio, São João e São Pedro, os três santos celebrados na Festa Junina.[1]

Três santos católicos, Santo Antônio, São João e São Pedro, também são símbolos das Festas Juninas. Antigamente, em Portugal, a Festa Junina era chamada de Festa Joanina, uma vez que ocorria no dia de São João. Com o passar do tempo as festas também passaram a celebrar o dia de Santo Antônio e de São Pedro.

  • Santo Antônio, o santo casamenteiro

O dia de Santo Antônio, 13 de junho, é uma das datas mais importantes da Igreja Católica no Brasil. O santo foi canonizado em 1232, e a data de sua morte foi escolhida pela Igreja como a sua data no calendário litúrgico. Antônio integrou inicialmente a ordem dos agostinianos, mas ao saber da fundação da ordem criada por Francisco de Assis, passou a fazer parte desta.

Ele foi missionário no Norte da África e professor no norte da Itália; passou os últimos anos da sua vida na cidade de Pádua, onde faleceu em 1231. No Brasil o santo é conhecido como casamenteiro, e para ele são realizadas diversas simpatias com o objetivo de encontrar a pessoa amada. Em alguns lugares ele também ajuda a encontrar objetos e causas perdidas.

  • São João, o Batista

O dia é de São João é 24 de junho; segundo a tradição oral esta é sua data de nascimento, ocorrida seis meses antes do nascimento de Jesus. Maria, mãe de Jesus, era irmã de Isabel, mãe de João. João foi uma espécie de profeta, anunciando a chegada do cordeiro de Deus, Jesus de Nazaré. Foi João que batizou Jesus nas águas do Rio Jordão, daí a forma pela qual é conhecido, São João Batista.

Entre os anos de 26 e 28 d.C. João Batista foi condenado à morte pelo governante judeu Herodes Antipas, sendo decapitado e tendo sua cabeça apresentada em uma bandeja ao governante. A celebração do dia de São João foi estabelecida pela Igreja Cristã ainda no século IV.

  • Santo Pedro, o primeiro papa

O dia de São Pedro é comemorado em 29 de junho, dia do martírio do santo. No mesmo dia é celebrado o dia de São Paulo, também martirizado nessa data. Nascido como Simão, era pescador e, após a pesca milagrosa, tornou-se apóstolo de Cristo, sendo rebatizado por ele como Pedro, que significa pedra. Após a morte de Jesus, se mudou para Roma, onde fundou a Igreja Católica, sendo considerado seu primeiro papa.

Pedro foi martirizado em Roma, sendo crucificado de ponta-cabeça no dia 29 de junho. São Pedro era o santo mais venerado nas áreas agrícolas do Brasil, e para ele eram feitas orações para a chuva e bons tempos. Geralmente ele é representado com uma chave na mão, sendo o portador da chave das portas do céu.

Bandeirinhas de São João

As bandeirinhas de São João, chamadas também de bandeirolas ou simplesmente bandeirinhas de Festa Junina, são outro ícone das Festas Juninas. Provavelmente todo brasileiro, ao ver uma rua enfeitada com bandeirinha de São João, associa rapidamente a visão à Festa Junina.

Bandeirolas no centro histórico de Salvador.[2]

Não sabemos ao certo quando elas surgiram, mas eram um elemento presente nas festas brasileiras no século XIX. Atualmente elas podem ser feitas de diferentes materiais, como papel, tecido ou plástico.

Comidas típicas

As comidas de Festa Junina são outro símbolo das festividades. Nas festas em Portugal, o trigo era o principal ingrediente, mas ele era cultivado em pequena quantidade no Brasil. Os portugueses agregaram diversos ingredientes da culinária indígena à culinária praticada na América, como:

  • milho;

  • batata-doce;

  • mandioca;

  • amendoim;

  • pinhão;

  • abóbora.

Todos esses alimentos indígenas passaram a ser os ingredientes básicos das comidas da Festa Junina, como:

  • curau;

  • pamonha;

  • canjica (mungunzá);

  • bolo de fubá;

  • pipoca;

  • tapioca;

  • pé-de-moleque;

  • paçoca;

  • doce de abóbora.

Esses alimentos são bons exemplos da fusão entre a culinária lusitana e a indígena. O quentão, o vinho quente, a maçã-do-amor, cocada, tapioca, cuscuz e o arroz-doce são outras comidas típicas da Festa Junina.

As comidas típicas da Festa Junina têm origem nas culinárias portuguesa e indígena.

Junho é o principal mês de colheita do milho, colhido geralmente em abundância em nosso país; por esse motivo ele é atração central das Festas Juninas. Foi a cultura caipira, fruto da cultura indígena e europeia, a responsável pela introdução do milho nas festas juninas.

Quadrilha

As quadrilhas são muito populares, especialmente na região Nordeste.[3]

A quadrilha é outro símbolo da Festa Junina. A dança é originária da Inglaterra, mas se popularizou na França, e foi graças e esse último país que a quadrilha chegou ao Brasil. Por aqui a quadrilha passou a ser inicialmente dançada pela elite, mas se popularizou rapidamente, sobretudo no Nordeste. Na quadrilha, a noiva grávida, o noivo, o padre, o delegado, o juiz e o pai da noiva são personagens comuns.

Trajes típicos

Homens e mulheres vestem chapéu de palha, o que mostra a origem camponesa da Festa Junina. Os homens usam calça jeans, geralmente com remendos. Eles também usam camisa xadrez, populares em Portugal no século XIX. O bigode e o cavanhaque eram símbolos de masculinidade, usados pela maioria dos homens até o início do século XX.

As mulheres usam tradicionalmente um vestido colorido, floridos ou xadrez. A maquiagem é exagerada, costume entre a nobreza europeia em séculos passados.

Balão

O balão de papel de ar quente existe há quase dois milênios e há muito tempo foi usado para enviar mensagens, como na antiga China, onde foi inventado e servia para mandar mensagens militares. No Brasil os balões passaram a ser soltos ao entardecer do dia dos santos, anunciando o início das comemorações.

Balões de papel são usados na decoração das festas. Atualmente, é proibido soltar balões de ar quente.

Na atualidade, pela Lei de Crimes Ambientais, fabricar, comercializar ou soltar balões é considerado crime. A lei foi criada porque, todos os anos, os balões provocavam diversos incêndios no Brasil. Mesmo proibidos eles ainda são soltos em diversos lugares.

Brincadeiras

As brincadeiras de Festa Junina também fazem parte da memória de quase todos os brasileiros, como o pau-de-sebo, a pescaria, o jogo das argolas, o tomba-lata e a boca do palhaço.

O pau-de-sebo é uma brincadeira típica das Festas Juninas, embora hoje ela se torne cada vez mais rara. Um tronco sem casca, bem alto, era colocado na vertical, e nele era esfregado gordura animal, que o tornava extremamente escorregadio. No topo do pau é colocado uma nota de dinheiro ou alguma prenda. Quem conseguisse escalar o pau-de-sebo e recolher a prenda, a levava para casa.

O que significam os símbolos juninos?

Nem todos os símbolos da Festa Junina possuem um significado específico, como as comidas típicas que são consumidas durante quase todo o ano, mas alguns símbolos juninos possuem significado.

Segundo a tradição católica, a mãe de João Batista, Isabel, acendeu uma fogueira para anunciar para a sua irmã, Maria, a mãe de Cristo, o nascimento de João Batista. É por esse motivo que a fogueira é geralmente acessa no dia de São João, 24 de junho.

Originalmente a fogueira era acessa em rituais de solstício, pelos antigos povos germânicos, e tinha por objetivo espantar maus espíritos e pragas e garantir, dessa forma, boas colheitas.

A fogueira geralmente é acesa no dia 24 de junho, Dia de São João.

As bandeirolas são geralmente associadas aos três santos das festas juninas, Santo Antônio, São João e São Pedro. Antigamente bandeiras com a figura dos santos eram erguidas nas festas, sendo, com o tempo, substituídas pelas bandeirolas coloridas. Alguns historiadores acreditam que os portugueses passaram a confeccionar tais bandeirinhas após entrarem em contato com povos budistas na Ásia.

O traje típico da festa representa o trabalhador rural, o chamado “caipira”, que até o início do século XX era comum no interior do Brasil. Mas devemos ter cuidado com os estereótipos; muitas vezes o caipira era visto como uma pessoa isolada do mundo, com pouco conhecimento e recursos. Essa realidade do homem do campo mudou muito nas últimas décadas, mas o antigo estereótipo persiste.

Saiba mais: Principais festas, personagens e lendas do folclore brasileiro

Algumas curiosidades sobre os símbolos da Festa Junina

  • A quadrilha, dança típica da Festa Junina, é uma influência da cultura francesa na cultura brasileira. A palavra “quadrilha” é originária do idioma francês “quadrille”, assim como a palavra “balancê”, muito usada na Festa Junina, que se origina da palavra “balancer”.

  • Segundo dados do Ministério do Turismo, as Festas Juninas movimentaram, em 2022, cerca de 3,4 bilhões de reais na economia brasileira, além de gerar 10 mil empregos diretos.

  • Em 2023 a cidade de São João, no Paraná, acendeu a maior fogueira de São João já registrada, com 53 metros de altura, a altura de um prédio de cerca de 17 andares.

  • O título de maior festa de São João do mundo é disputado entre as cidades de Caruaru e Campina Grande; todos os anos uma delas alega ser a maior.

Créditos das imagens

[1] Zvonimir Atletic / Sidney de Almeida / Attila JANDI / Shutterstock (adaptado)

[2] ThalesAntonio/ Shutterstock

[3] Cacio Murilo/ Shutterstock

Fontes

CATTANI, L.; BOIERAS, G. Festas populares do Brasil. Editora Manole, São Paulo, 2005.

NUNO, F. Santo Antônio. Editora Petra, Rio de Janeiro, 2016.

RIES, J. A ciência das religiões: história, historiografia, problemas e método. Editora Vozes, São Paulo, 2019.

Por: Jair Messias Ferreira Junior

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