Revolução dos Cravos

A Revolução dos Cravos foi um golpe pacífico que ocorreu no dia 25 de abril de 1974, em Portugal. O golpe pôs fim no salazarismo e instaurou a democracia no país.

A Revolução dos Cravos ocorreu no dia 25 de abril de 1974, em Portugal.[1]

A Revolução dos Cravos foi uma revolução pacífica que pôs fim na longa ditadura salazarista. Esse regime autoritário, caracterizado pela repressão política e econômica, enfrentou crescente descontentamento devido à guerra colonial e à falta de liberdades individuais. O golpe liderado pelo Movimento das Forças Armadas resultou em uma transição pacífica para a democracia, marcada pela fraternização entre civis e militares.

A revolução ocorreu em Portugal, em 25 de abril de 1974, e não só derrubou o regime ditatorial como também inspirou expressões culturais, como música, literatura, cinema e televisão.

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Resumo sobre a Revolução dos Cravos

  • A Revolução dos Cravos foi um golpe pacífico ocorrido em 25 de abril de 1974, em Portugal.

  • Foi liderado pelo Movimento das Forças Armadas e resultou na queda da ditadura salazarista e na instauração de um governo democrático.

  • Na época, Portugal era governado pela Ditadura Salazarista, um regime autoritário caracterizado pela repressão política e econômica.

  • As principais causas da revolução foram a guerra colonial, que gerou descontentamento entre a população e as Forças Armadas, e a repressão política do regime ditatorial.

  • A revolução foi pacífica, marcada pela fraternização entre civis e militares, com pouca violência.

  • As principais consequências incluem o fim da ditadura salazarista, a independência das colónias africanas, a modernização econômica e social de Portugal e a integração na Comunidade Econômica Europeia.

Antecedentes históricos da Revolução dos Cravos

A Ditadura Salazarista

Portugal, durante boa parte do século XX, foi governado por um regime autoritário conhecido como o Estado Novo, liderado por António de Oliveira Salazar e, posteriormente, Marcelo Caetano. Esse regime, conhecido como Ditadura Salazarista, caracterizava-se por uma forte repressão política, censura, falta de liberdades individuais e econômicas, e uma economia altamente centralizada.

António de Oliveira Salazar ascendeu ao poder em 1932 e implementou um regime que se manteve até a Revolução dos Cravos, em 1974. Durante esse período, Portugal viveu um isolamento internacional significativo devido à sua política colonialista em África, nomeadamente em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, que alimentou uma guerra de guerrilha prolongada.

O regime salazarista justificava-se numa ideologia de conservadorismo, autoritarismo e nacionalismo, promovendo um nacional-catolicismo que tinha como base a tradição e a ordem.

Causas da Revolução dos Cravos

A Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974, foi motivada por uma série de fatores que se acumularam ao longo dos anos. Um dos principais motivos foi a guerra colonial que Portugal travava em África. A guerra estava a causar um grande desgaste financeiro e humano ao país, além de criar um crescente descontentamento entre a população e as Forças Armadas, responsáveis por lutar nesses conflitos.

Além disso, a repressão política e a falta de liberdades individuais também desempenharam um papel crucial. A censura da imprensa, a perseguição de opositores políticos e a ausência de um sistema político democrático levaram a um crescente desejo de mudança por parte da população.

Veja também: Revolução de Avis — outro momento de crise política na história de Portugal

Cronologia da Revolução dos Cravos

Manifestante sobre um tanque, celebrando a queda do salazarismo, em 1974.[2]
  • No dia 25 de abril de 1974, um grupo de militares liderados pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) lança um golpe de Estado pacífico, conhecido como a Revolução dos Cravos, derrubando o regime de Marcelo Caetano.

  • Após a rendição do governo, os militares instauram uma junta de governo provisória.

  • O povo português saiu às ruas em massa para celebrar a queda do regime e exigir reformas democráticas.

  • Nos dias seguintes, são libertados presos políticos, a censura é abolida e são anunciadas eleições livres para uma Assembleia Constituinte.

Como foi a Revolução dos Cravos?

A Revolução dos Cravos foi marcada por uma atmosfera de esperança e euforia. Ao contrário de muitos golpes militares, que resultaram em violência e instabilidade, este foi um golpe pacífico, caracterizado pela fraternização entre civis e militares. Os militares, liderados pelo Movimento das Forças Armadas, tinham como objetivo principal restaurar a democracia em Portugal.

Eles contaram com o apoio da população, que saiu às ruas em massa para celebrar o fim da ditadura e exigir liberdade e democracia.

Por que a Revolução dos Cravos recebeu esse nome?

Os civis ofereciam cravos vermelhos aos soldados, que os colocavam nos canos das espingardas, daí o nome “Revolução dos Cravos”.

Durante a revolução, civis ofereciam cravos e os soldados os colocavam nos canos das espingardas.

A transição para a democracia foi relativamente pacífica, com poucos incidentes de violência. O novo governo provisório iniciou um processo de reformas políticas, econômicas e sociais, visando à construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Relação entre a Revolução dos Cravos e a cultura

Na música

A Revolução dos Cravos teve um impacto significativo na música portuguesa, sendo celebrada em várias canções que expressam a esperança e a alegria do povo. Uma das músicas mais emblemáticas desse período é “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, que se tornou o hino não oficial da revolução.

A canção “Grândola, Vila Morena”, que se tornou um hino não oficial da revolução, gravada em um memorial, em Portugal.[3]

Na literatura

Na literatura, a Revolução dos Cravos inspirou uma nova geração de escritores a explorar temas como liberdade, democracia e justiça social. Autores como José Saramago e António Lobo Antunes emergiram como vozes importantes na literatura portuguesa, trazendo uma nova perspectiva sobre a sociedade e a política.

No cinema

O cinema português também refletiu os acontecimentos da Revolução dos Cravos, com filmes que abordam questões sociais e políticas. O filme Capitães de Abril, de Maria de Medeiros, por exemplo, retrata os eventos que levaram à queda da ditadura e a ascensão da democracia em Portugal.

Na televisão

Na televisão, a Revolução dos Cravos foi amplamente coberta pelos meios de comunicação social, proporcionando ao povo português uma visão detalhada dos acontecimentos. Os debates políticos e as entrevistas com os líderes do novo governo ajudaram a informar e envolver a população no processo de transição para a democracia.

Principais consequências da Revolução dos Cravos

A Revolução dos Cravos teve várias consequências significativas para Portugal:

  • Fim do regime autoritário e instauração da democracia: a queda da ditadura salazarista e a implementação de um regime democrático foram as mudanças mais imediatas e importantes resultantes da revolução.

  • Independência das colônias africanas: após a revolução, Portugal concedeu a independência a Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, pondo fim na guerra colonial.

  • Modernização econômica e social: o novo governo democrático implementou reformas econômicas e sociais que visavam modernizar o país e promover o desenvolvimento econômico e social.

  • Integração europeia: a transição para a democracia permitiu a Portugal integrar-se na Comunidade Econômica Europeia (atual União Europeia), o que trouxe benefícios econômicos e políticos para o país.

Saiba mais: Como aconteceu o Golpe Civil-Militar no Brasil, em 1964?

Exercícios resolvidos sobre a Revolução dos Cravos

1. A Revolução dos Cravos não apenas marcou a transição para a democracia em Portugal, como também influenciou diversas expressões culturais do país. Um exemplo marcante dessa influência pode ser observado na música, especialmente na canção “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso. Essa música:

a) é uma composição clássica que remonta à era medieval portuguesa.

b) celebra a riqueza cultural das aldeias portuguesas antes da revolução.

c) tornou-se o hino não oficial da revolução, sendo tocada durante o golpe militar.

d) critica as injustiças sociais do regime salazarista, mas não foi associada à revolução.

e) foi censurada pelo regime ditatorial e só pôde ser tocada após a revolução.

Resposta correta: c)

“Grândola, Vila Morena” foi escolhida como sinal para iniciar a revolução, sendo transmitida na rádio portuguesa como uma senha para os militares agirem. A canção, com sua letra evocativa de liberdade e solidariedade, tornou-se um símbolo poderoso da Revolução dos Cravos.

2. A Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal, em 25 de abril de 1974, foi um evento histórico que teve repercussões além do âmbito político, influenciando também a cultura do país. Uma das formas como essa revolução se manifestou na cultura foi por meio do cinema. Um exemplo marcante desse impacto cultural pode ser observado no filme Capitães de Abril, dirigido por Maria de Medeiros. Esse filme:

a) é um documentário que narra os eventos da Revolução dos Cravos por meio de imagens de arquivo.

b) foi produzido antes da revolução e previu com precisão os eventos que ocorreriam.

c) narra os eventos que levaram à queda da ditadura e à ascensão da democracia em Portugal.

d) critica a revolução como um evento desnecessário e prejudicial para o país.

e) é uma comédia que faz uma sátira dos acontecimentos políticos em Portugal na época.

Resposta correta: c)

Capitães de Abril é um filme que retrata os acontecimentos que culminaram na Revolução dos Cravos, desde os preparativos até a execução do golpe militar que derrubou o regime ditatorial em Portugal. O filme é uma representação dramática e fiel dos eventos históricos que marcaram essa transição política no país.

Créditos das imagens

[1] Henrique Matos/ Wikimedia Commons

[2] Wikimedia Commons

[3] Liliana Marmelo/ Shutterstock

Fontes

FREIXO, A. de. Repercussões da Revolução dos Cravos. Tensões Mundiais, [S. l.], v. 5, n. 8, p. 247–264, 2018. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/tensoesmundiais/article/view/697

SECOO, L. A Revolução dos Cravos. São Paulo: Alameda, 2010.

Por: Tiago Soares Campos

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