Plano Marshall

O Plano Marshall foi uma iniciativa dos Estados Unidos para fornecer ajuda econômica e técnica aos países europeus devastados pela Segunda Guerra Mundial.

Fotografia de George C. Marshall, autor do Plano Marshall, em 1948.

O Plano Marshall foi uma iniciativa dos Estados Unidos lançada pelo secretário de Estado George C. Marshall em 1947, visando fornecer ajuda econômica e técnica aos países europeus devastados pela Segunda Guerra Mundial para restaurar suas economias, promover a estabilidade política e evitar a expansão do comunismo. No contexto de uma Europa em ruínas e com a ameaça do comunismo crescente, o plano foi concebido após negociações entre líderes norte-americanos e europeus, culminando na aprovação da Lei de Assistência Estrangeira de 1948 pelo Congresso dos EUA, que destinou 13 bilhões de dólares para a reconstrução europeia ao longo de quatro anos.

Leia também: Guerra Fria — o conflito que influenciou o cenário global logo após a Segunda Guerra

Resumo sobre o Plano Marshall

  • O Plano Marshall foi uma iniciativa dos Estados Unidos para fornecer ajuda econômica e técnica aos países europeus devastados pela Segunda Guerra Mundial.
  • Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa estava em ruínas, com cidades destruídas, infraestrutura em colapso e economia em frangalhos, enquanto a União Soviética expandia sua influência na Europa Oriental.
  • O Plano Marshall foi concebido após o discurso de George C. Marshall em Harvard em 1947, envolvendo negociações entre oficiais norte-americanos e líderes europeus.
  • O Plano Marshall tinha como objetivos principais a recuperação econômica das nações europeias, a estabilização política para conter o avanço do comunismo, a promoção da integração econômica europeia para garantir a paz e a prosperidade a longo prazo, e a criação de mercados para produtos norte-americanos, beneficiando também a economia dos EUA.
  • O Plano Marshall teve um impacto significativo na recuperação econômica europeia, aumentando a produção industrial, reconstruindo a infraestrutura e estabilizando as moedas.

Videoaula sobre o Plano Marshall

O que foi o Plano Marshall?

O Plano Marshall, oficialmente denominado Programa de Recuperação Europeia (European Recovery Program – ERP), foi uma iniciativa dos Estados Unidos para a reconstrução da Europa após a devastação causada pela Segunda Guerra Mundial. Proposto pelo secretário de Estado norte-americano George C. Marshall, em um discurso na Universidade de Harvard em 5 de junho de 1947, o plano visava fornecer ajuda econômica e técnica aos países europeus que tinham sido destruídos durante a guerra.

O objetivo principal era restaurar as economias europeias, promover a estabilidade política e evitar a propagação do comunismo, que estava ganhando força em diversos países devastados pela guerra.

Contexto histórico do Plano Marshall

O fim da Segunda Guerra Mundial deixou a Europa em ruínas. Cidades inteiras foram destruídas, a infraestrutura estava em colapso e a economia estava em frangalhos. Além disso, havia uma escassez generalizada de alimentos e outros bens essenciais. A devastação da guerra resultou em milhões de desabrigados e em um cenário de incerteza política e social.

Nesse contexto, a Guerra Fria estava começando a tomar forma. A União Soviética, sob a liderança de Josef Stalin, estava expandindo sua influência na Europa Oriental, onde estabeleceu regimes comunistas. A ameaça do comunismo preocupava profundamente os Estados Unidos e seus aliados ocidentais, que temiam que a instabilidade econômica e política na Europa Ocidental pudesse levar ao avanço do comunismo naquela região.

A Europa precisava desesperadamente de assistência para reconstruir suas economias e estabilizar suas sociedades. No entanto, a ajuda tinha que ser coordenada e abrangente, algo que o Plano Marshall procurava oferecer.

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Criação do Plano Marshall

O Plano Marshall foi concebido em um momento de grande necessidade e incerteza. Após o discurso de George C. Marshall em Harvard, ficou claro que os Estados Unidos estavam dispostos a assumir um papel ativo na recuperação da Europa. A concepção do plano envolveu uma série de discussões e negociações entre oficiais norte-americanos e líderes europeus.

Em julho de 1947, representantes de 16 países europeus se reuniram em Paris para discutir a criação de um plano de recuperação econômica conjunta. O Comitê de Cooperação Econômica Europeia (OEEC), precursor da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi estabelecido para coordenar a distribuição da ajuda.

O Congresso dos Estados Unidos aprovou a Lei de Assistência Estrangeira de 1948, que oficializou o Plano Marshall. O plano previa a alocação de cerca de 13 bilhões de dólares (equivalente a aproximadamente 130 bilhões de dólares hoje) em assistência econômica e técnica para a Europa ao longo de quatro anos, de 1948 a 1952.

Objetivos do Plano Marshall

O Plano Marshall tinha múltiplos objetivos interligados:

  1. Recuperação econômica: o objetivo principal era reconstruir as economias devastadas da Europa, restaurando a produção industrial e agrícola, reconstruindo a infraestrutura e estabilizando as moedas.
  2. Estabilidade política: ao melhorar as condições econômicas, esperava-se reduzir o apelo do comunismo e estabilizar os governos democráticos na Europa Ocidental.
  3. Integração econômica europeia: o plano incentivava a cooperação econômica entre os países europeus, promovendo a integração econômica como um meio de garantir a paz e a prosperidade a longo prazo.
  4. Abertura de mercados: o Plano Marshall também visava criar mercados para produtos norte-americanos, ajudando a economia dos Estados Unidos ao promover o comércio internacional.

Implantação do Plano Marshall

A implementação do Plano Marshall foi uma tarefa complexa que envolveu a cooperação de múltiplos atores. A OEEC desempenhou um papel crucial na coordenação da distribuição da ajuda, enquanto os Estados Unidos estabeleceram a Administração de Cooperação Econômica (ECA) para supervisionar o programa.

Os fundos do Plano Marshall foram utilizados de diversas maneiras:

  1. Assistência financeira direta: grandes somas de dinheiro foram concedidas aos países europeus para estabilizar suas economias e iniciar projetos de reconstrução.
  2. Materiais e equipamentos: os Estados Unidos forneceram materiais de construção, maquinaria, veículos e outros equipamentos necessários para a reconstrução.
  3. Assistência técnica: especialistas norte-americanos forneceram assistência técnica em áreas como agricultura, engenharia e administração pública.
  4. Créditos e empréstimos: além da ajuda direta, o plano também envolveu a concessão de créditos e empréstimos para facilitar o comércio e os investimentos.

Consequências do Plano Marshall

O Plano Marshall teve consequências significativas e duradouras para a Europa e para o mundo:

  1. Recuperação econômica: o plano foi amplamente bem-sucedido em alcançar seus objetivos de recuperação econômica. A produção industrial europeia aumentou consideravelmente, a infraestrutura foi reconstruída e as moedas se estabilizaram.
  2. Integração europeia: o Plano Marshall ajudou a fomentar a integração econômica europeia, pavimentando o caminho para a criação de instituições como a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e, eventualmente, a União Europeia.
  3. Estabilidade política: a melhoria das condições econômicas reduziu o apelo do comunismo na Europa Ocidental, contribuindo para a estabilização de governos democráticos.
  4. Relações transatlânticas: o plano fortaleceu as relações entre os Estados Unidos e a Europa, estabelecendo uma base sólida para a aliança transatlântica que se manifestaria mais tarde na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
  5. Precedente para assistência internacional: o Plano Marshall estabeleceu um precedente para futuros programas de assistência internacional, mostrando que a ajuda econômica pode ser uma ferramenta eficaz para promover a paz e a prosperidade.

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Exercícios resolvidos sobre o Plano Marshall

1. Em 1947, após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava devastada, com suas cidades destruídas, economias em frangalhos e milhões de desabrigados. Nesse cenário, a União Soviética expandia sua influência na Europa Oriental, estabelecendo regimes comunistas. Para evitar a disseminação do comunismo na Europa Ocidental e promover a recuperação econômica, os Estados Unidos, sob a liderança do secretário de Estado George C. Marshall, lançaram o Plano Marshall. Qual dos seguintes objetivos NÃO estava entre as principais metas do Plano Marshall?

a) Recuperar as economias devastadas da Europa.

b) Promover a integração econômica entre os países europeus.

c) Estabelecer novas rotas comerciais marítimas.

d) Estabilizar governos democráticos na Europa Ocidental.

e) Conter a propagação do comunismo na Europa.

Resposta correta:

Letra c). Embora a recuperação econômica, a estabilização política e a contenção do comunismo fossem objetivos centrais do Plano Marshall, a criação de novas rotas comerciais marítimas não estava entre as principais metas do programa. O foco estava na reconstrução econômica e na promoção da estabilidade política para evitar a expansão da influência soviética na Europa Ocidental.

2. O Plano Marshall, ou Programa de Recuperação Europeia, foi uma iniciativa dos Estados Unidos para a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial. Como o Plano Marshall contribuiu para a criação de instituições europeias que promoveram a integração econômica do continente?

a) Financiando diretamente a criação do Banco Central Europeu.

b) Promovendo a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA).

c) Estabelecendo a Organização das Nações Unidas (ONU) na Europa.

d) Criando a União Europeia logo após a implementação do plano.

e) Fundando a Organização Mundial do Comércio (OMC) para regular o comércio europeu.

Resposta correta:

Letra b). O Plano Marshall incentivou a cooperação econômica entre os países europeus, o que culminou na criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) em 1951. A CECA foi um precursor significativo da União Europeia e marcou o início da integração econômica do continente, promovendo a paz e a prosperidade a longo prazo através da colaboração econômica.

Fontes

KARNAL, Leandro; PURDY, Sean. História dos Estados Unidos. São Paulo: Contexto, 2007.

IZECKHSON, Vitor. Estados Unidos: uma história. São Paulo: Contexto, 2021.

GRANT, Susan-Mary. História Concisa dos Estados Unidos da América. São Paulo: Edipro, 2014.

Por: Tiago Soares Campos

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