Pergaminho

O pergaminho era uma superfície feita para a escrita que surgiu na Grécia, no século II a.C., e se tornou o meio de registro mais popular usado na antiguidade.

O códice era um tipo de livro feito com folhas de pergaminho amarradas e organizadas em páginas.[1]

O pergaminho é uma superfície para a escrita que surgiu no século II a.C., sendo a forma mais popular durante uma parte da Idade Antiga e da Idade Média. O surgimento do pergaminho fez com que ele substituísse o papiro como superfície mais utilizada. Era produzido com a pele de alguns animais.

Ele foi criado em Pérgamo, uma cidade grega na Ásia Menor, e seu processo de produção era bastante longo. O pergaminho era um item bastante caro e, por isso, era frequentemente reutilizado pelos escribas.

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Resumo sobre pergaminho

  • O pergaminho era uma superfície para escrita, sendo uma das mais populares da antiguidade.

  • Era produzido a partir da pele de animais, como ovelhas e vacas.

  • O processo de produção de um pergaminho durava semanas e isso o tornava um item muito caro.

  • Os pergaminhos reutilizados eram chamados de palimpsetos.

  • Existia um tipo de pergaminho de luxo que era chamado de velino. Era produzido com a pele de vitelos.

O que é um pergaminho?

O pergaminho é uma superfície utilizada para a escrita, sendo extremamente comum em parte da Idade Antiga e da Idade Média. Foi bastante popular nesses períodos mencionados e essa popularidade é explicada pela resistência desse item, que era produzido com a pele de animais. O pergaminho era bem mais resistente que o papiro, por exemplo.

Um grande problema que atrapalhou uma maior disseminação do papiro foi o fato de que o processo de produção desse item era bastante longo e também caro. O preço do pergaminho, como veremos, motivou a sua reutilização.

Atualmente, acredita-se que o pergaminho tenha se originado em Pérgamo, uma cidade grega na Ásia Menor (atual Turquia). A invenção desse item aconteceu no século II a.C. e sua popularização em grande escala só aconteceu na Idade Média.

Evolução da escrita na antiguidade

A escrita é um dos avanços mais significativos da história humana e a primeira forma de escrita que surgiu foi a cuneiforme, uma criação dos sumérios por volta de 3500 a.C. Realizada em blocos de argila, essa escrita foi criada para fazer um controle sobre mercadorias que eram vendidas.

Os sumérios utilizavam a argila, mas outros povos desenvolveram outras superfícies para registrar sua escrita. Assim, madeira, gesso, cera, pedras, entre outros se tornaram locais propícios para registros escritos. A superfície para escrita mais comum de toda a antiguidade foi o papiro.

O papiro foi criado pelos egípcios e era produzido por meio de hastes de uma planta também conhecida como papiro (Cyperus papyrus). Essa planta era encontrada facilmente nas margens do rio Nilo, em especial na região do Delta. O papiro se tornou tão popular que foi a superfície mais utilizada durante muito tempo até por povos como os gregos e os romanos.

As hastes do papiro eram cortadas em tiras muito finas, e essas tiras eram colocadas umas sobre as outras — umas na horizontal e outras na vertical. A colocação das tiras dessa maneira criava uma superfície que passava por secagem, polimento e envernização. Depois de todo esse processo, a superfície estava pronta para ser utilizada na escrita.

No Egito, o papiro era muito utilizado para fazer registros religiosos e governamentais, embora pudesse ser comprado para fins particulares, mas isso era feito apenas por uma minoria, pois era uma mercadoria cara no Egito. O papiro também não era muito resistente à ação do tempo.

O pergaminho, por sua vez, também tinha um processo de produção bastante longo e isso também contribuía para o seu encarecimento. Mesmo assim, a criação do pergaminho fez com que ele se tornasse mais popular, desbancando o predomínio do papiro.

Veja também: A invenção da imprensa no século XV

Qual a origem do pergaminho?

A hipótese mais aceita sobre a criação do pergaminho afirma que o seu surgimento se relaciona com um desentendimento entre duas autoridades: Eumenes II e Ptolomeu. Esse desentendimento se iniciou com o desejo de Eumenes II, rei de Pérgamo, de construir uma grande biblioteca em sua cidade.

Incomodado com essa informação, Ptolomeu, faraó egípcio, decidiu interromper a venda de papiro para Pérgamo. Isso aconteceu porque Ptolomeu desejava que apenas a cidade egípcia de Alexandria possuísse uma grande biblioteca. Como Eumenes II não conseguia mais comprar papiro do Egito, já que a venda para ele estava interrompida, ele decidiu incentivar a criação de uma alternativa.

A alternativa que surgiu foi exatamente o pergaminho, uma superfície que era produzida com a pele de animais, como vacas, cabras, ovelhas, entre outros. Os gregos referiam-se a essa superfície como pergaméne, uma referência direta à cidade de Pérgamo.

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Como era produzido o pergaminho?

A produção de um pergaminho era um processo que durava várias semanas e se iniciava com a lavagem da pele para que as impurezas fossem retiradas do couro do animal. Essa pele depois passavam por uma secagem e, em seguida, era esticada para tornar o couro mais maleável e mais facilmente dobrável.

A produção do pergaminho se encerrava com uma raspagem que retirava os últimos pelos de couro e com o seu polimento. Uma vez finalizado esse processo, o pergaminho poderia ser utilizado para registro da escrita.

O preço elevado desse item fazia com que ele fosse reutilizado por diversas vezes pelos escribas, pois era uma superfície de grande durabilidade. Para que isso fosse possível, era necessário fazer uma raspagem da superfície do pergaminho para apagar o que já havia sido escrito. Esses pergaminhos reutilizados recebiam o nome de palimpsetos.

A produção do pergaminho permitiu o surgimento do códice, basicamente o livro moderno, marcado por possuir uma sequência de folhas de pergaminho que eram organizadas como páginas. Essas folhas eram amarradas por uma linha e protegidas por uma capa dura.

Existia também o pergaminho velino, produzido a partir do couro de vitelos, isto é, de animais recém-nascidos. Esse pergaminho possuía um preço mais elevado ainda porque era considerado de melhor qualidade, sendo mais macio e mais flexível. O pergaminho só perdeu popularidade por volta do século XV com a popularização do papel.

Créditos da imagem:

[1] Paolo Certo e Shutterstock

Por: Daniel Neves Silva

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