Patrimônio Histórico

Danças, sons, comidas e lugares: vários elementos podem ser abarcados pela noção de patrimônio.
Todas as vezes que falamos sobre um patrimônio, logo imaginamos aquela imagem clássica de uma estátua posta em destaque em uma praça ou prédio público. Em outras ocasiões, a referida concepção também está articulada a uma visão em que este patrimônio só é visto naquilo que é muito velho ou que já atravessou o olhar de várias gerações. No entanto, podemos ampliar essa noção quando refletimos sobre o lugar que o termo em referência ocupa em nossas vidas.

Sem dúvida, não podemos acreditar que um patrimônio tem a mágica capacidade de falar por si só a respeito de um tempo. O patrimônio deve ser visto como um lugar de aprendizado em que não só alguns técnicos sabem dizer o significado histórico do lugar apreciado. Antes de tudo, é fundamental que um patrimônio nasça a partir da capacidade de reconhecimento e ativação de lembranças que um lugar ou objeto podem exercer sobre a coletividade.

Nesse processo de identificação, não podemos ficar apenas presos aos patrimônios que ocupam um determinado espaço físico. Além do lugar, podemos ver a construção de um patrimônio em uma manifestação cultural regularmente exercida por um grupo ou em certos hábitos que marcam o cotidiano de várias pessoas. Por meio de tal ampliação de conceito, podemos ver as comidas e bebidas típicas, como a cachaça e o pão de queijo, alcançarem a condição de patrimônio imaterial.

No caso dos chamados patrimônios materiais – onde incluímos casas, prédios e obras de arte, tal atribuição condiciona-se à organização de um trabalho de preservação. De acordo com a abrangência do patrimônio em questão, podemos observar três categorias básicas de patrimônio: federal, estadual e municipal. Em casos bastante especiais, vemos que alguns conseguem atingir o patamar de “patrimônio da humanidade”, título esse conseguido através da UNESCO.

Assim que observamos a oficialização de um patrimônio, este passa a exigir uma série de cuidados especiais, ligadas à sua manutenção e preservação. Várias equipes de pesquisadores, estudiosos e cientistas entram em ação para catalogar e tomar várias ações nesse sentido. Em alguns casos, ocorre um minucioso e difícil trabalho de recuperação de algumas características originais, somente alcançadas com o uso de tecnologia avançada.

Sob tal aspecto, o reconhecimento do patrimônio não abrange somente a recuperação do passado ou de obras que despertem a sensação do belo. Senzalas, cadeias, e ruínas também podem compor a formação destes elementos culturais e educativos sedimentados no tempo passado. Por fim, vale lembrar que os patrimônios mudam ao longo do tempo, e que a sua função essencial é firmar sentidos que interajam ativamente com nosso tempo presente.
Por: Rainer Sousa

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