Osíris é uma divindade egípcia, sendo considerado o deus da morte e da vida após a morte. Também tinha ligação com a fertilidade e a nobreza, sendo bastante popular.
Osíris é uma divindade egípcia que fez parte da religiosidade desse povo na Antiguidade, sendo um dos deuses mais populares do panteão egípcio. Era principalmente conhecido como deus da morte e da vida após a morte, sendo o condutor do julgamento que definiria o destino dos mortos. No entanto, ele também tinha forte relação com a fertilidade e com a nobreza.
Os egípcios acreditavam que Osíris era o responsável por ensinar valores civilizatórios para a humanidade, sendo também o transmissor do conhecimento sobre agricultura. Ele era casado com Ísis e pai de Hórus. Alguns símbolos vinculados a Osíris são: a mumificação, o atef, a cor verde, entre outros.
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Resumo sobre Osíris
- Osíris era uma divindade presente na religiosidade egípcia, sendo uma das mais populares.
- Era considerado o deus dos mortos e da vida após a morte, tendo também uma forte relação com a fertilidade e com a nobreza.
- Os egípcios consideravam que o conhecimento civilizatório havia sido transmitido à humanidade por Osíris.
- Era casado com Ísis e juntos tiveram um filho, chamado Hórus.
- Os historiadores acreditam que o culto a Osíris surgiu no período Pré-Dinástico, popularizando-se séculos depois.
Quem foi Osíris?
Osíris era um importante deus na religiosidade dos egípcios na Antiguidade. Tradicionalmente conhecido como deus dos mortos e da vida após a morte, Osíris passou por uma transformação na cultura egípcia ao longo do tempo, uma vez que era inicialmente um deus relacionado com a fertilidade.
Apesar dessa transformação, Osíris ainda era tido como um deus da fertilidade, embora sua relação com a morte e com a vida após a morte tenha se tornado a sua marca mais evidente. Os egípcios consideravam Osíris o senhor do mundo dos mortos, sendo também o responsável pelo julgamento de todos que morriam.
Osíris, no entanto, não sentenciava quem iria para o paraíso e quem seria condenado, uma vez que, na mitologia egípcia, o que determinava isso era a pesagem do coração (que representava as ações da pessoa) com uma pena (símbolo de justiça para os egípcios).
Na mitologia egípcia, Osíris era apresentado como filho de Geb (Terra) e Nut (Céu), além de ser irmão de Set, Néftis, Ísis e Hórus, o Antigo. Ísis também era a sua esposa, com quem ele gerou um filho, que se chamava Hórus (que não era o mesmo Hórus, o Antigo). Osíris é a forma latinizada do nome pelo qual os egípcios o chamavam. Para os egípcios, Osíris era Usir, traduzível como “poderoso” ou “soberano”.
História de Osíris
Os historiadores apontam que as primeiras evidências do culto a Osíris na cultura egípcia remetem ao período da Quinta Dinastia (século XXV a.C.), embora existam historiadores que afirmem que já na Primeira Dinastia havia evidências de um culto a Osíris sob um de seus epítetos (entre os séculos XXXII a.C. e XXIX a.C.).
De toda forma, os historiadores acreditam na teoria de que o culto a Osíris tenha se originado no período Pré-Dinástico (6000-3150 a.C.), mas que tenha se popularizado a partir do período mencionado, tornando-se mais popular ainda durante a Dinastia Ptolomaica (323-30 a.C.).
Existem historiadores que apontam que o culto a Osíris pode ter sido importado da Síria, mas outros defendem a ideia de que o deus, na verdade, teria sido um rei muito popular do período Pré-Dinástico e que foi divinizado após a sua morte.
Representação de Osíris
Osíris era representado de forma antropomórfica, isto é, em forma humana, tendo uma fisionomia magra, o rosto com uma barba curta e as pernas mumificadas. Sua representação como uma divindade mumificada reforça a sua relação com a morte, a vida após a morte e as práticas funerárias egípcias, mas também é uma referência ao seu mito mais conhecido.
Ele também é representado com um atef, uma coroa usada pelos faraós. Isso porque Osíris era um deus com forte relação com a nobreza, uma vez que era considerado o primeiro de todos os faraós. Outros de seus símbolos que remetem à nobreza egípcia são um cajado e um mangual (ferramenta utilizada com a colheita de grãos), segurados em cada mão. Esses símbolos eram vistos pelos egípcios como sinais de autoridade e fertilidade.
Para os egípcios, Osíris era o senhor da Terra, sendo o responsável pelo conhecimento civilizatório que a humanidade possuía. Na cultura egípcia, foi Osíris quem estabeleceu as leis, as tradições e transmitiu conhecimento sobre questões importantes, como a agricultura. Ele era considerado um bom governante que fez a terra do Egito prosperar.
→ Símbolos de Osíris
Entre os símbolos de Osíris, destacam-se:
- Atef: coroa usada pelos faraós, símbolo da nobreza egípcia.
- Cajado: símbolo de nobreza vinculado à autoridade.
- Mangual: ferramenta utilizada na colheita de grãos, sendo um símbolo da fertilidade da terra.
- Cor verde: símbolo de renascimento para os egípcios.
- Mumificação: Osíris foi mumificado na mitologia egípcia, e, em sua imagem, tem as pernas enfaixadas, em referência a esse processo e simbolizando sua ligação com a vida após a morte.
- Djed: pequena estaca que representava a ideia de estabilidade para os egípcios.
Leia mais: Anúbis — deus egípcio também relacionado com a morte e a mumificação, era representado como um chacal
Mito de Osíris
O mito mais conhecido de Osíris faz menção a ele, Ísis, Néftis e Set. Nesse mito, Osíris era o faraó e em seu reinado havia paz e prosperidade. Ele era amado e respeitado pela população e casado com Ísis. O sucesso e o prestígio de Osíris causavam inveja em Set, seu irmão.
Movido pela inveja, Set conspirou o assassinato do próprio irmão. O mito tem diferentes versões, com Osíris sendo assassinado por Set ou então aprisionado por ele e lançado ao Rio Nilo dentro de uma armadilha. De toda forma, Osíris foi morto por artimanha de Set, e seu corpo foi levado pelas águas até Biblos, na Fenícia.
Ísis partiu à procura do corpo de seu marido, encontrando-o na Fenícia. Ela o levou de volta para o Egito, mas Set descobriu o que estava acontecendo, encontrou o corpo e o esquartejou em dezenas de partes, espalhando-as pelo Egito. A quantidade de partes varia de acordo com a versão do mito.
Ísis iniciou a busca de cada uma dessas partes, encontrando todas, menos o pênis de Osíris. Ela realizou um ritual para ressuscitar o marido, durante o qual engravidou magicamente de um filho com ele. Dessa gravidez nasceu Hórus, filho do casal. Osíris, por sua vez, não podia permanecer no mundo dos vivos, pois uma parte de seu corpo estava em falta.
Com isso, ele foi reinar no mundo dos mortos, conduzindo o julgamento daqueles que morriam. Ísis e Hórus sofreram durante muito tempo com a perseguição de Set, mas, eventualmente, Hórus derrotou o inimigo e assassino de seu pai.
Fontes
BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
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