Durante o período clássico, a resistência dos gregos contra os persas ficou registrada em obras clássicas produzidas pelo dramaturgo Ésquilo e o historiador Heródoto. Nas chamadas Guerras Médicas, temos um curioso relato que mostra como os gregos conseguiram vencer as imensas fileiras de soldados que compunham o exército persa. Ainda hoje, esse embate atrai a atenção de várias pessoas e, recentemente, rendeu a realização do filme “300”, dirigido por Zack Snyder.
Apesar de fornecer ricas informações sobre a cultura espartana e o confronto contra os persas, essa produção artística é focada em padrões estéticos de um filme de ação “blockbuster”. Para atrair o interesse do grande público, a narrativa apresentada acaba empregando elementos que estão visivelmente distantes dos dados históricos ligados a esse acontecimento. Contudo, quais são os elementos que passam “batidos” aos olhos de quem se envolve com um filme tão bem produzido?
Um primeiro dado incoerente de “300” aparece na educação militar do rei Leônidas. Nas primeiras cenas, o jovem príncipe passa um tempo abandonado na floresta e tem que enfrentar um enorme lobo para sobreviver. Apesar de impor provas severas aos jovens, a educação espartana não era a mesma para os seus cidadãos. Geralmente, os membros da realeza tinham um treinamento mais brando para que a própria linhagem estivesse assegurada.
Enfatizando que Leônidas teve que se voltar contra os líderes de sua cidade-Estado para lutar, os éforos são representados como um bando de sacerdotes disformes e asquerosos. Seja do ponto de vista estético, quanto moral. Contudo, esses personagens da vida política espartana não cumpriam nenhum tipo de função religiosa. Na verdade, eles eram escolhidos pelos membros da cidade e, durante a invasão persa, defenderam o avanço das tropas espartanas.
No começo das guerras Greco-pérsicas, os relatos contam que os gregos consultaram os conselhos do lendário Oráculo de Delfos. Em resposta às preces gregas, o guia espiritual disse que os helenos deveriam se entregar imediatamente aos estrangeiros. No filme, o conselho é o mesmo. Entretanto, o oráculo da região de Delfos estava bem distante das imediações de Esparta e, provavelmente, não teria sido consultado pelo heroico rei Leônidas.
Sendo uma das mais famosas lendas do período clássico, o filme e a literatura sobre o tema sugerem que os espartanos só foram definitivamente abatidos por causa da traição de Efialtes. De fato, esse traidor da causa espartana existiu e indicou a trilha de Amôpaia em troca de favores cedidos pelo rei Xerxes. Entretanto, suas motivações foram meramente pessoais e não tinham nada a ver com algum ressentimento gerado pela política eugênica do rei Leônidas, conforme relata o filme.
Finalmente, na última parte do filme, o rei de Esparta se encontra com o rei Xerxes para uma tentativa de negociação. Reafirmando sua xenofobia, o líder dos espartanos zomba do pedido de clemência persa e, não satisfeito, atinge o suntuoso rei estrangeiro com um golpe de lança. De acordo com os dados históricos, o rei da Pérsia era mantenedor de um exército numeroso e, por isso, nunca dispôs de seu tempo para tentar convencer pessoalmente o destemido Leônidas.
Apesar de fornecer ricas informações sobre a cultura espartana e o confronto contra os persas, essa produção artística é focada em padrões estéticos de um filme de ação “blockbuster”. Para atrair o interesse do grande público, a narrativa apresentada acaba empregando elementos que estão visivelmente distantes dos dados históricos ligados a esse acontecimento. Contudo, quais são os elementos que passam “batidos” aos olhos de quem se envolve com um filme tão bem produzido?
Um primeiro dado incoerente de “300” aparece na educação militar do rei Leônidas. Nas primeiras cenas, o jovem príncipe passa um tempo abandonado na floresta e tem que enfrentar um enorme lobo para sobreviver. Apesar de impor provas severas aos jovens, a educação espartana não era a mesma para os seus cidadãos. Geralmente, os membros da realeza tinham um treinamento mais brando para que a própria linhagem estivesse assegurada.
Enfatizando que Leônidas teve que se voltar contra os líderes de sua cidade-Estado para lutar, os éforos são representados como um bando de sacerdotes disformes e asquerosos. Seja do ponto de vista estético, quanto moral. Contudo, esses personagens da vida política espartana não cumpriam nenhum tipo de função religiosa. Na verdade, eles eram escolhidos pelos membros da cidade e, durante a invasão persa, defenderam o avanço das tropas espartanas.
No começo das guerras Greco-pérsicas, os relatos contam que os gregos consultaram os conselhos do lendário Oráculo de Delfos. Em resposta às preces gregas, o guia espiritual disse que os helenos deveriam se entregar imediatamente aos estrangeiros. No filme, o conselho é o mesmo. Entretanto, o oráculo da região de Delfos estava bem distante das imediações de Esparta e, provavelmente, não teria sido consultado pelo heroico rei Leônidas.
Sendo uma das mais famosas lendas do período clássico, o filme e a literatura sobre o tema sugerem que os espartanos só foram definitivamente abatidos por causa da traição de Efialtes. De fato, esse traidor da causa espartana existiu e indicou a trilha de Amôpaia em troca de favores cedidos pelo rei Xerxes. Entretanto, suas motivações foram meramente pessoais e não tinham nada a ver com algum ressentimento gerado pela política eugênica do rei Leônidas, conforme relata o filme.
Finalmente, na última parte do filme, o rei de Esparta se encontra com o rei Xerxes para uma tentativa de negociação. Reafirmando sua xenofobia, o líder dos espartanos zomba do pedido de clemência persa e, não satisfeito, atinge o suntuoso rei estrangeiro com um golpe de lança. De acordo com os dados históricos, o rei da Pérsia era mantenedor de um exército numeroso e, por isso, nunca dispôs de seu tempo para tentar convencer pessoalmente o destemido Leônidas.
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