O olho de Hórus foi um símbolo da religiosidade egípcia relacionado com Hórus, o deus dos céus. Os egípcios acreditavam que era um amuleto que trazia proteção e cura.
O olho de Hórus foi um símbolo muito tradicional da religiosidade egípcia, sendo associado com Hórus, deus dos céus e uma das divindades mais tradicionais dessa religião. Os egípcios costumavam usá-lo como amuleto e acreditavam que ele possuía poderes mágicos, trazendo a cura para doenças e protegendo seus portadores de males.
Os historiadores acreditam que esse símbolo se estabeleceu durante o Antigo Império, sendo muito popular durante toda a história egípcia, estando presente também em templos e tumbas. O olho de Hórus também se relacionava diretamente com as batalhas travadas entre Hórus e Set nos mitos egípcios.
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O que era o olho de Hórus?
O olho de Hórus era um tradicional símbolo presente na religiosidade egípcia, fazendo referência a um dos olhos de Hórus, deus dos céus e uma das principais divindades do panteão egípcio. Os egípcios consideravam o olho de Hórus como um amuleto que lhes garantia proteção contra males e cura quando eram acometidos por alguma doença. Os egípcios usavam o olho de Hórus como amuleto.
Os egípcios chamavam esse símbolo de wedjat, e os mitos egípcios afirmavam que Hórus havia perdido esse olho durante uma batalha contra Set. O olho teria sido regenerado graças à ajuda de Tot, deus da Lua. Hórus, então, teria oferecido o olho curado para Osíris, seu pai, que vivia na vida após a morte.
O olho de Hórus era um símbolo que também estava muito presente nos ritos funerários egípcios, inclusive nas tumbas, e também era encontrado nos templos religiosos. Como era um símbolo com poderes mágicos para os egípcios, era muito comum que ele fosse encontrado na sua arte, principalmente do Antigo Império (2686-2181 a.C.) até o período da dominação romana no Egito (30 a.C.-641 d.C.).
Havia também uma crença, na religiosidade egípcia, de que os olhos de Hórus correspondiam ao Sol e à Lua. Isso gera algum debate entre os historiadores sobre quando essa associação pode ter se consolidado, e acredita-se que ela se estabeleceu a partir do Novo Império (1550-1070 a.C.).
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História do conflito entre Hórus e Set
Hórus era filho de Osíris e Ísis, e durante muito tempo foi perseguido por Set, seu tio, conhecido pelos egípcios como o deus da violência e da desordem. A inimizade entre Set e Hórus se iniciou antes mesmo de Hórus nascer. Set conspirou para assassinar Osíris, seu irmão, a quem sentia um ódio e uma inveja muito grandes.
Osíris foi o primeiro faraó egípcio, considerado um governante justo e sábio, e era amado pelo povo. Isso causava a inveja de Set, e esse sentimento piorou porque sua esposa, Néftis, o traiu com Osíris (Néftis enganou Osíris, disfarçando-se de Ísis), e dessa traição nasceu Anúbis. Depois disso, Set planejou e executou um plano para assassinar o próprio irmão.
Posteriormente, Osíris foi ressuscitado pela esposa, Ísis, mas não pôde ficar no mundo dos vivos porque faltava uma parte de seu corpo (esquartejado por Set). Com a ida de Osíris para o mundo dos mortos, o trono que lhe pertencia foi usurpado por Set, que passou a perseguir Ísis e seu filho, Hórus.
Hórus teve de passar anos escondido de Set, e, depois de tornar-se adulto, retornou para exigir o trono que havia pertencido a seu pai. Ele exigiu perante os deuses que Set fosse julgado por suas ações e que o trono lhe fosse entregue. Os deuses ficaram do lado de Hórus, com exceção de Rá, que o considerava muito jovem, propondo que batalhas deveriam ser realizadas entre os dois deuses.
Hórus e Set travaram batalhas durante décadas, com os dois lados se ferindo nos conflitos, mas com Hórus se sobressaindo ao final de todos os combates. No final, Hórus conseguiu provar que Set era culpado, fazendo com que ele fosse banido para o deserto, e Hórus pôde retomar o trono egípcio.