Para que a situação da exclusão e desigualdade social não acabasse em revoltas, a administração imperial de Roma estabeleceu a “política do pão e circo”.
Com o passar do tempo, vemos que a hegemonia das elites na ocupação dos cargos públicos e políticos romanos tiveram um claro efeito na economia e na sociedade daqueles tempos. Proprietários de terra e comerciantes ampliaram os seus poderes com a aquisição de novas terras, a compra de escravos e o alcance de privilégios de ordem diversa. Em contrapartida, os cidadãos mais pobres e os plebeus acabavam sendo excluídos desse processo de crescimento e tendo grandes dificuldades para sobreviver.
Para que essa situação de exclusão e desigualdade não acabasse determinando a realização de revoltas, a administração imperial decidiu estabelecer a chamada “política do pão e circo”. Nessa medida, o governo de Roma realizava grandes espetáculos, nos quais a população plebeia gastava parte de seu tempo assistindo a disputas esportivas e a lutas entre os gladiadores. Durante a mesma ocasião, alimentos e trigo eram fartamente distribuídos para a população menos favorecida.
Ao longo do tempo, acreditava-se que o “pão e circo” foi uma tática que conseguiu subverter as diferenças sociais e econômicas por meio do assistencialismo. Em diversos textos contemporâneos observamos que a instituição do “pão e circo” foi utilizada no intuito de criticar ações governamentais em que os menos favorecidos eram ludibriados com a concessão de favores e diversão. Propondo esse tipo de uso, acaba-se tendo a impressão de que o “pão e circo” romano retinha a insatisfação dos plebeus.
Na verdade, “o pão e circo” romano não atingia a totalidade da população de Roma, que, na época, tinha mais de um milhão de habitantes. Uma pequena parte dessa população pobre tinha direito aos benefícios do Estado, e nem todos os plebeus tinham como acessar as arenas onde os espetáculos aconteciam. Além disso, as arenas também funcionavam como um espaço em que os plebeus manifestavam a sua insatisfação com relação ao preço dos alimentos e à cobrança de impostos.