A nobreza feudal caracterizava-se pela hierarquia e pela relação de fidelidade ao senhor a quem tinha jurado servir.
A aristocracia, ou a nobreza, da época medieval era constituída precisamente por indivíduos que possuíam detenção de terras e algum tipo de influência ou poder político. O título nobiliárquico para cada indivíduo era outorgado por reis e senhores feudais segundo uma hierarquia, que se dividia, esquematicamente, entre alta nobreza e pequena (ou baixa nobreza). Na alta nobreza figuravam aqueles poucos que detinham títulos como os de príncipes, arquiduques, duques, marqueses e condes. Já a baixa nobreza contava com um número mais elevado de nobiliárquicos, cujos títulos eram os de viscondes, barões e cavaleiros.
Aquele que recebia o título de cavaleiro geralmente se caracterizava por ser especialista em armas, isto é, destacava-se por ter habilidade com lança, espada, escudo e dedicar-se a atividades como a guerra e a caçada, que marcavam o seu modo de vida. Ademais, os cavaleiros viviam do trabalho dos camponeses que ficavam sob seu domínio nas terras que lhe pertenciam. Isso lhes garantia a estabilidade para dedicar-se à atividade militar. Em alguns casos, os rendimentos do cavaleiro também vinham de algum suserano, ou senhor, a quem devia fidelidade. Para maiores detalhes, consultar estes artigos: Propriedade de terra no mundo medieval e Relações de servidão no mundo medieval.
As vitórias em combates davam aos nobres cavaleiros, além de prestígio, prêmios e recompensas que eram recebidos de seus senhores. A moral do nobre assentava-se exatamente na fidelidade ao senhor por meio de juramento, que, se quebrado, figurava entre a maior das ofensas da classe aristocrática. Outras características dos nobres eram o seu orgulho e a sua coragem. O historiador especialista em história medieval, Marc Bloch, assim se referiu ao orgulho do nobre medieval:
“Uma teoria então muito difundida representava a comunidade humana como dividida em três «ordens»: aqueles que oram, aqueles que lutam e aqueles que trabalham. E isto, de acordo unânime, pondo o segundo muito acima do terceiro. Mas o testemunho da epopeia vai ainda mais longe; o soldado não hesitava em considerar a sua missão superior até à do especialista da oração. O orgulho é um dos ingredientes essenciais de toda a consciência de classe. O dos «nobres» da era feudal foi, acima de tudo, um orgulho de guerreiro.” (Bloch, Marc. A sociedade feudal. Edições 70, Lisboa. 1987, p. 324).
Esse orgulho guerreiro tornou-se fonte para vários romances épicos e canções de gesta. Muitas histórias de cavalaria, como os contos e lendas do Rei Arthur, inspiraram-se no universo da nobreza medieval. O romance considerado fundador da narrativa moderna também teve como base esse tipo de história, trata-se de Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes.