Modernização na Rússia Czarista no século XIX

Alexandre II e a modernização na Rússia no século XIX

No século XIX, o Império Russo passou por uma rápida modernização econômica que trouxe consigo o desenvolvimento da urbanização e industrialização na Rússia. Desde o século XVI a Rússia tinha como principal forma de governo o Absolutismo, representado na pessoa do Czar (Imperador Russo), cujas principais características eram o poder absoluto e arbitrário com o apoio da nobreza proprietária de terras e da Igreja Ortodoxa Russa.

Os governos Czaristas tiveram como principal característica a exploração da grande maioria da população russa composta por camponeses, que viviam em situação deplorável nas terras dos nobres, pois a Rússia era predominantemente agrária. O campesinato levava uma vida permeada por dificuldades: carência na alimentação, não tinham vestimentas adequadas para o intenso clima frio da Rússia, a maioria trajava andrajos e botas de papelão.

A partir de 1850, o Czar Alexandre II, que governou a Rússia entre 1855 a 1881, foi o responsável por implantar a modernização no Império. No ano de 1861 aboliu as relações de servidão entre os camponeses e os nobres proprietários de terra. Incentivou a modernização da economia Russa, implantando um desenvolvimento industrial com financiamento de capitais estrangeiros (principalmente da Inglaterra e França), instalou uma rede ferroviária interligando distantes regiões do Império. Mesmo assim, a Rússia Czarista era um país de contrastes, de um lado havia a maior extensão territorial do mundo e de outro, uma grande população rural, cerca de 80%.

A industrialização ocorreu basicamente em duas cidades, São Petersburgo e Moscou, que se encontravam na parte ocidental do Império. Com a rápida modernização (urbanização e industrialização) implantada na segunda metade do século XIX e com a abolição da servidão aconteceu uma migração para as cidades, camponeses foram trabalhar como operários nas indústrias, outros continuaram sendo explorados no campo.

Os operários das indústrias que constituíam a emergente classe social que surgiu na Rússia no século XIX, se encontravam em condições extremas de exploração: péssimos salários, nenhuma legislação trabalhista, falta de segurança e uma carga horária diária de 12 a 16 horas.

As péssimas condições de vida, tanto dos camponeses quanto dos operários, ocasionou uma crescente insatisfação com o czarismo e influenciou a difusão do pensamento marxista no meio urbano. Surgia, então, a disseminação das ideias socialistas e a articulação de manifestações e greves entre os proletariados russos, culminando no ensaio geral de 1905.

Por: Leandro Carvalho

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