Leon Trotsky

Leon Trotsky ficou conhecido como um revolucionário que teve papel de destaque na revolução promovida pelos bolcheviques na Rússia em 1917.

Leon Trotsky foi um dos revolucionários mais importantes durante a Revolução Russa.[1]

Leon Trotsky foi um revolucionário russo que teve papel de protagonismo durante a Revolução Outubro de 1917, momento em que os bolcheviques tomaram o poder da Rússia. Liderou o Soviete de Petrogrado, negociou a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial e comandou o Exército Vermelho durante a Guerra Civil Russa. Foi assassinado por um agente stalinista em 1940.

Acesse também: NEP — política econômica aplicada durante o governo de Lenin

Resumo sobre Trotsky

  • Nasceu em Ianovka, em 1879, e foi durante a sua adolescência que teve contato com o marxismo.

  • Liderou o Soviete de São Petersburgo/Petrogrado, em 1905 e 1917.

  • Negociou a saída da Rússia da Primeira Guerra, no conhecido Tratado de Brest-Litovsk.

  • Liderou o Exército Vermelho durante a Guerra Civil Russa.

  • Foi assassinado no México por um agente stalinista, em 1940.

Nascimento e juventude de Trotsky

Lev Davidovich Bronstein (o sobrenome também é encontrado na forma Bronshtein) nasceu no dia 7 de novembro de 1879. Conhecido internacionalmente como Leon Trotsky, nasceu na cidade de Ianovka, que fazia parte do Império Russo e atualmente é parte da Ucrânia.

Trotsky nasceu em uma família de judeus que se assimilou à cultura russa e ucraniana, sendo que em sua casa os idiomas correntes eram exatamente o russo e o ucraniano, e não o iídiche, como a maioria dos judeus. Os pais de Trotsky, David Leontyevich Bronstein e Anna Lvovna, eram fazendeiros que tinham prosperado.

Sua educação foi iniciada quando ele tinha nove anos de idade, em Odessa, para onde foi enviado. Lá ele realizou seus estudos, e os relatos contam que ele era um bom estudante, embora haja observações de que também era um aluno rebelde. Em 1896, mudou-se para Nikolaiev a fim de continuar estudando.

Vida política de Trotsky

Em Nikolaiev, Trotsky teve acesso ao marxismo pela primeira vez em sua vida, encontrando nessa cidade grupos nos quais se estudava e debatia os ideais marxistas. Seu envolvimento com os ideais revolucionários contribuiu para que ele abandonasse o curso de Matemática em que estava matriculado em Odessa.

Trotsky se envolveu com a fundação do Sindicato de Trabalhadores do Sul da Rússia e atuou na produção e distribuição de folhetos para convencer os trabalhadores a se filiarem ao sindicato. Seu envolvimento com o sindicato rendeu a ele a sua primeira prisão. Preso em 1898, Trotsky foi julgado em 1900 e condenado a quatro anos de exílio na Sibéria.

Permaneceu no exílio até 1902, quando decidiu fugir. Nesse momento, ele já fazia parte do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) e foi para Londres. Foi durante a sua fuga que ele assumiu o pseudônimo “Leon Trotsky”. Ele afirmou que esse era o nome de um dos carcereiros na prisão em que esteve.

Trotsky defendia a atuação do partido como força revolucionária para a derrubada da monarquia czarista na Rússia, e em Londres passou a atuar na elaboração de um jornal revolucionário, o Iskra.

Esse foi um período de aproximação entre Leon Trotsky e Vladimir Lenin, um dos revolucionários mais atuantes da Rússia. Essa aproximação foi testada, no entanto, por conta da divisão que abalou a estrutura do POSDR em 1903. Internamente, o partido se dividiu em duas tendências, propostas por Lenin e por Julius Martov. O primeiro defendia um partido com comando centralizado, mas o segundo defendia um partido descentralizado e com mais liberdade para os membros atuarem.

Existia também desentendimentos sobre a forma como o socialismo seria implantado na Rússia, e essa divisão levou ao surgimento de dois blocos: bolcheviques e mencheviques. Lenin se tornou líder daqueles, enquanto Trotsky alinhou-se, naquele momento, a estes.

  • Videoaula sobre Governo Lenin

Vida revolucionária de Trotsky

Em 1905, a Rússia foi abalada por grandes protestos de trabalhadores, e esse acontecimento recebeu o nome de Revolução de 1905. Os protestos em São Petersburgo, mais especificamente o Domingo Sangrento, motivaram Trotsky a retornar à Rússia para ajudar no trabalho revolucionário.

Em São Petersburgo, Trotsky assumiu o comando do soviete da cidade. Os sovietes eram conselhos populares formados pelos trabalhadores. Sua atuação no soviete chamou a atenção das autoridades russas, o que levou a uma intervenção policial e a sua consequente prisão. Essa prisão resultou em uma nova sentença para exílio na Sibéria, em 1906.

Antes mesmo de chegar à Sibéria, Trotsky fugiu, estabelecendo-se, a princípio, em Viena, mas depois passou por diversas cidades europeias. Quando começou a Primeira Guerra Mundial, Trotsky se estabeleceu como um dos intelectuais revolucionários que mais rechaçavam o conflito.

  • Participação na Revolução Russa de 1917

As opiniões antiguerra de Trotsky o tornaram uma pessoa indesejada para as autoridades dos locais em que vivia, e, assim, ele foi deportado da França e da Espanha e enviado para Nova York, nos Estados Unidos. Ao retornar para a Europa, Trotsky encontrou o seu país em efervescência. A monarquia czarista havia sido derrubada pelos mencheviques e um governo provisório foi formado.

A guerra havia criado as condições para que a monarquia caísse na Rússia, e os ideais revolucionários avançaram pelo país em 1917. Esse período também ficou marcado pela aproximação de Trotsky com os bolcheviques. Assim, quando a Revolução de Outubro aconteceu e alavancou os bolcheviques ao poder da Rússia, Trotsky era, oficialmente, um quadro do partido.

Trotsky teve papel muito importante no comando do Soviete de Petrogrado.

Durante esse período revolucionário, Trotsky atuou novamente como líder do Soviete de Petrogrado (a cidade mudou de nome durante a Primeira Guerra Mundial). Ele, assim como todos os bolcheviques, lutava pela derrubada do governo provisório. Em outubro, um levante armado de bolcheviques colocou fim no governo provisório.

Com o sucesso da Revolução de Outubro, Trotsky assumiu o comissariado responsável pela diplomacia russa e logo pôs-se a negociar a saída da Rússia da guerra. Do seu trabalho saiu o Tratado Brest-Litovsk, em que os russos aceitaram uma série de imposições feitas pela Alemanha para render-se.

Depois do tratado, Trotsky abandonou esse comissariado para assumir o Comitê Revolucionário Militar. À frente desse comitê, ele realizou um dos trabalhos mais importantes de sua carreira revolucionária e atuou na formação do Exército Vermelho, a força militar bolchevique que defendeu o governo estabelecido com a Revolução de Outubro. Trotsky liderou as tropas russas que lutaram contra as forças brancas durante a Guerra Civil Russa, conflito travado entre 1918 e 1921.

Acesse também: Comunismo de guerra — aplicado durante a Guerra Civil Russa

Decadência e morte de Trotsky

O sucesso do Exército Vermelho na Guerra Civil Russa contribuiu para elevar a reputação de Trotsky, fazendo dele o segundo homem mais influente de toda a Rússia, atrás apenas de Lenin, governante do país. No entanto, adoecimento do líder marcou o início da decadência de Trotsky nos quadros de comando do partido e da Rússia.

Os problemas de saúde Lenin iniciaram uma briga pela sucessão do poder. Josef Stalin se aliou a Grigory Zinoviev e Lev Kamenev para enfraquecer a posição de Trotsky. Posteriormente, Stalin, Zinoviev e Kamenev disputaram o poder entre si, e, por fim, Zinoviev, Kamenev e Trotsky se uniram para impedir o fortalecimento de Stalin.

Stalin, por sua vez, era uma figura muito influente na burocracia do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), e isso contribuiu para que ele assumisse o poder soviético. Stalin usou o seu poder para isolar Trotsky progressivamente, e este acabou sendo expulso do Politburo, importante comitê do governo, e do PCUS, em 1927.

Casa no México onde Trotsky viveu e foi assassinado, em 1940.[2]

Em 1928, Trotsky foi enviado para exílio no Cazaquistão, e, em 1929, foi expulso da União Soviética. Sua família também sofreu intensa perseguição, e grande parte de seus familiares diretos foi morta nos expurgos da década de 1930. Trotsky ainda foi acusado de realizar uma conspiração contra Stalin e foi condenado à morte, em 1936.

Trotsky estava no exílio e tinha passado por Turquia, França e Noruega, até que se estabeleceu no México, em 1937. Lá ele viveu com Diego Rivera e sua esposa, a famosa artista Frida Kahlo. Em 20 de agosto de 1940, foi vítima, em sua própria casa, na Cidade do México, de um ataque promovido por um agente de Stalin. Foi golpeado com uma picareta e os ferimentos do golpe levaram-no ao falecimento no dia seguinte.

Leia mais: Grande Expurgo — período marcado por perseguições, prisões e execuções dos opositores do regime stalinista

Vida pessoal de Trotsky

Ao longo de sua vida, Trotsky casou-se duas vezes e teve quatro filhos. Sua primeira esposa foi Aleksandra Sokolovskaya, com quem se casou quando estava no exílio na Sibéria. Teve duas filhas com ela, Nina e Zinaida. Quando fugiu do exílio, deixou esposa e filhas para trás, e logo depois disso, divorciou-se de Aleksandra.

Em 1903, casou-se com Natalia Sedova, e também teve dois filhos com ela, Lev e Sergei. Natalia acompanhou Trotski por toda a sua vida, incluindo os momentos ruins, como o exílio para a Sibéria e a expulsão da União Soviética. Ela não foi alvo do ataque que matou Trotsky em 1940.

  • Videoaula sobre União Soviética

Créditos das imagens

[1] Olga Popova e Shutterstock

[2] Freda Bouskoutas e Shutterstock

Por: Daniel Neves Silva

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