História do Islamismo

O Islamismo desenvolveu-se como religião e como civilização, isto é, constituiu-se como uma civilização ancorada em preceitos religiosos.

Livro sagrado do Islamismo, o Alcorão

Por Islamismo não se compreende apenas uma religião, mas também uma civilização que se desenvolveu a partir de uma crença religiosa e expandiu-se por regiões como o Oriente Médio, o norte da África e o sul da Europa. O termo islam significa submissão, isto é, inclinação à crença em Allá (Deus). Nesse sentido, o muçulmano é o submisso, aquele que se submete à crença tanto em Allá quanto no livro sagrado do Alcorão, que contém as revelações do profeta Mohammed, ou Maomé, fundador do Islamismo.

O Islamismo originou-se no século VII d.C., na região da Península Arábica, a partir das revelações que, segundo a tradição, o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel, enviado por Deus. Os povos da Península Arábica até o século VII praticavam culto a vários deuses, sendo assim politeístas. Entre esses cultos, estavam a adoração de animais, plantas, astros e pedras sagradas, sendo a principal pedra adorada a Caaba. Maomé foi o responsável por propagar a mensagem monoteísta nessa região, defendendo a existência de um só Deus, criador de tudo e de todos.

As bases do Islamismo são comuns ao Judaísmo e ao Cristianismo. As três religiões são monoteístas e acreditam no Deus que guiou Abraão e seus descendentes. Entretanto, ao contrário dos judeus e dos cristãos, os seguidores do Islamismo concebem a descendência do povo árabe a partir de Ismael, filho de Abraão, e não de Isaque, o outro filho desse mesmo patriarca. Há também diferenças teológicas específicas em relação ao Cristianismo, como a rejeição da concepção trinitária de divindade. Os muçulmanos não acreditam que Jesus seja filho de Deus e que, além de haver um Deus Pai e um Deus Filho, haja ainda o Espírito Santo que deles emana. O islã acredita, ao contrário, que há uma só pessoa divina, o pai criador.

A despeito das divergências, no livro sagrado do Islamismo, o Alcorão, há muitas referências a Jesus, considerado um homem santo, e à sua mãe Maria, sendo que essa última é mais citada no referido livro do que nos Evangelhos, além de ter recebido, segundo a tradição cristã, a revelação de que seria a mãe do Filho de Deus por meio do anjo Gabriel, o mesmo que revelou a Maomé os preceitos do monoteísmo islâmico.

A defesa do monoteísmo e rejeição dos cultos politeístas ocasionaram a Maomé uma série de perseguições por parte dos chefes políticos e religiosos que viviam nas imediações de Meca, que o impeliram a fugir para a cidade de Yatreb, atualmente Medina. Essa fuga ficou conhecida como Hégira. Nos anos que se seguiram, Maomé conseguiu organizar um grande exército em torno de sua figura e, progressivamente, unificar as tribos árabes e difundir a fé islâmica no processo conhecido como jihad – guerra santa. Uma das características mais veementes da habilidade que Maomé teve ao difundir a fé islâmica foi preservar o culto à pedra Caaba, em Meca, bem como a peregrinação a essa cidade – fenômeno que já era praticado pelas tribos politeístas, mas que foi ressignificado pelo islã.


Peregrinação a Meca e cerimônia em torno da pedra Caaba

A doutrina islâmica, portanto, estruturou-se em cinco pilares, que são seguidos até hoje: a crença em Allá e no profeta Maomé como único profeta; a oração feita cinco vezes ao dia, com o corpo voltado para Meca; a ação de caridade; a peregrinação à cidade de Meca ao menos uma vez na vida; e o jejum no mês do Ramadã (que prevê a privação de comida, bebida e relações sexuais entre o nascer e o pôr do sol).

Com a morte de Maomé, no ano de 632, seus sucessores, os califas Abu-Béquer, Omar, Otman e Ali, encarregaram-se de expandir o Islamismo para todo o Oriente Médio e também para outras regiões. No entanto, as linhagens sucessórias posteriores entraram em conflito, ocasionando uma série de contestações à autoridade dos califas. Esses conflitos acabaram dividindo os muçulmanos entre dois grupos principais, os xiitas e os sunitas. O processo de expansão levou ainda à formação de dois califados principais, os Omíadas e os Abássidas. Esse último permaneceu até o século XII.

Por: Cláudio Fernandes

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