Império Carolíngio

O Império Carolíngio formou-se a partir do reino dos francos, sob o governo de Carlos Magno, no século VII.

Carlos Magno foi o principal rei da linhagem dos francos e deu corpo ao Império Carolíngio

Após a queda do Império Romano do Ocidente, vários povos bárbaros invadiram, saquearam e estabeleceram-se nas regiões que eram de domínio imperial. Os germanos eram um desses principais povos e deles se originaram os francos, que se estabeleceram na região que hoje está entre a França e a Alemanha. Ao longo do século VII e VIII, os francos governaram uma extensa faixa de terra, tendo conseguido formar um império a partir do reinado de Carlos Magno, império esse que, graças ao nome de seu fundador, passou a ser denominado como Império Carolíngio.

As raízes do Império Carolíngio remetem aos fins do século VII, quando havia, nos domínios francos, muita desordem e ameaça de desagregação. Quem administrava a região era a dinastia do merovíngios, fundada pelo franco Meroveu. Entretanto, com as graves crises na administração, a referida dinastia transferiu os poderes a um de seus mais destacados prefeitos (a denominação completa era “prefeito do palácio real”), chamado Carlos Martel.

Carlos Martel havia se tornado célebre por derrotar os muçulmanos, em 732, que tentaram invadir os domínios do reino franco. Sua capacidade como estrategista militar e sua boa articulação administrativa logo o conduziram a um patamar superior ao que havia conseguido a dinastia merovíngia. Seu filho, Pepino, o breve, foi responsável por banir os últimos representantes dos merovíngios do poder no reino franco e, em 751, foi sagrado rei dos francos com a anuência do Papa.

À época de Pepino, o breve, o reino franco já havia alcançado relativa estabilidade e resolvido boa parte dos problemas que o acometiam anteriormente. Mas foi somente quando seu filho, Carlos Magno, assumiu o poder em 768 que o reino franco cresceu exponencialmente e transformou profundamente a Europa na Alta Idade Média.

Carlos Magno subjugou os lombardos no sul da Europa, avançou sobre o norte conquistando enormes dimensões de terras onde hoje é a atual Alemanha, submeteu os saxões ao seu poder e converteu-os ao cristianismo, sua religião pessoal. No ano de 800, em face do enorme poder que havia conseguido e do sucesso de dar certa unidade ao território europeu, Carlos Magno foi coroado imperador, em Roma, pelo então Papa Leão III.

Era a primeira vez, após a queda do Império Romano, que, na Europa, aparecia um Império Ocidental. O império de Carlos Magno, ou Império Carolíngio, era o gérmen do que viria a ser o Sacro Império Romano-Germânico. Durante sua permanência no poder, Carlos Magno foi responsável não apenas pela unidade no território europeu, mas também pelo estímulo ao desenvolvimento econômico, cultural e intelectual.

Um dos exemplos desses estímulos foi o fomento dado aos mosteiros para a aplicação da Regra de São Bento, que se tornou um modelo civilizacional para toda a Europa, e não apenas para os clérigos. Essa fase ficou conhecida como Renascimento Carolíngio.

O sucessor de Carlos Magno foi seu filho, Luís, o Pio, no ano de 814. Luís procurou sustentar os domínios do império o quanto pôde até o ano de sua morte, em 840. Porém, novos problemas rondavam os domínios do Império Carolíngio. Um dos principais eram as novas invasões bárbaras, expressas sobretudo na figura dos Vikings. O império acabou sendo dividido em três partes pelos herdeiros de Luís, o Pio, por meio do chamado Tratado de Verdum.

Por: Cláudio Fernandes

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