A História dos Jogos Olímpicos remonta à Antiguidade, apesar de tais jogos terem se popularizado mesmo na Idade Contemporânea.
Hoje em dia, com o mundo globalizado e a grande capacidade de cobertura midiática de grandes eventos internacionais, é muito comum sabermos, no que se refere aos jogos olímpicos, o nome de grandes medalhistas de determinado esporte. Entretanto, a despeito de estarmos acostumados com a periodicidade dos eventos olímpicos e de sua repercussão nas mais diversas culturas, geralmente não sabemos qual é a origem desses jogos nem o porquê de terem o nome de “olímpicos”. Pois bem, para que possamos compreendê-los de forma melhor, é necessário que saibamos um pouco de sua história.
A história dos jogos olímpicos remonta à antiga civilização grega. O qualificativo “olímpico” e o nome próprio para defini-los, no plural, Olimpíadas, referem-se diretamente a uma das cidades-estado da Grécia Antiga: Olímpia. Segundo a mitologia grega, foi em Olímpia que o herói Hércules decidiu inaugurar jogos esportivos para comemorar a execução do primeiro de seus famosos “doze trabalhos”. Há outro mito que diz que, em 776 a.C., um grego chamado Corobeu teria vencido a primeira prova dos jogos olímpicos. Corobeu teria corrido na cidade de Elis até o estádio de Olímpia, dando início, assim, ao que hoje se conhece por atletismo.
A despeito dessas narrativas lendárias, a cidade de Olímpia tornou-se, de fato, a partir do século VIII a.C., o centro de atividades esportivas praticadas por cidadãos (geralmente guerreiros) das cidades-estado gregas. Essas atividades, assim como hoje, eram realizadas de quatro em quatro anos e estavam associadas aos períodos de tréguas que as cidades viviam. Além disso, havia uma dimensão religiosa fundamental nesse contexto. Na abertura dos jogos, em Olímpia, eram prestados sacrifícios e cultos ao deus Zeus, considerado pai do herói Hércules.
Com o avançar da história e a sucessão de impérios e reinados que assimilaram e, em dada medida, desarticularam a herança da civilização grega, a prática dos jogos olímpicos enquanto proposta de valorização da trégua e da relação pacífica entre civilizações acabou por ser relegada ao esquecimento. Todavia, isso não quer dizer que a prática de esportes, muitos deles violentíssimos, não tivesse continuado em outras épocas, como a do Império Romano.
O fato é que o caráter de “tentar promover a paz” entre as nações por meio da competição esportiva, que hoje está intimamente associado às Olimpíadas, só veio a ser elaborado no fim do século XIX. O grande responsável pelo reavivamento dos jogos olímpicos na contemporaneidade foi o aristocrata suíço Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin. Desde 1892, quando foi realizado o 5º aniversário da União das Sociedades Francesas dos Esportes Atléticos, até 1896, quando foram realizados os Jogos Olímpicos de Verão, em Antenas, capital grega, marco da retomada das antigas Olimpíadas, o Barão de Coubertin e seu amigo grego Demetrius Vikelas trabalharam incessantemente para que suas ideias transformassem-se em realidade. Todavia, como diz a pesquisadora Katia Rúbio, após mais de 110 anos de competições, “os Jogos Olímpicos da Era Moderna já sofreram interrupção por causa das duas Grandes Guerras e boicotes promovidos por países de várias partes do continente, sob diversas alegações, indicando que o Movimento Olímpico não está alheio às questões sociais e políticas do mundo contemporâneo como desejava Pierre de Coubertain.” [1]
Os jogos olímpicos na contemporaneidade, apesar dos vários entraves que a própria sociedade globalizada lhes impôs, ainda continuam sendo símbolos de integração entre as nações, seguindo a proposta do desenvolvimento do espírito esportivo no mundo todo.
NOTAS
[1] RUBIO, Katia. Jogos Olímpicos da Era Moderna: uma proposta de periodização. ev. bras. educ. fís. esporte (Impr.), São Paulo, v. 24, n.1, p. 57.