Guerras Púnicas

As Guerras Púnicas foram conflitos que ocorreram entre Roma e Cartago entre os séculos III e II a.C.

Cartago foi a principal inimiga de Roma à época da expansão dessa última

Entre os séculos IV a.C., III a.C. e II a.C., a República Romana conseguiu transformar-se em uma enorme potência em franca expansão territorial. Essa expansão começou nos domínios da própria Península Itálica, onde a cidade se desenvolveu e de onde passou a estender os seus domínios para outras regiões da Europa, tanto na base continental quanto em direção ao Mar Mediterrâneo. Contudo, no âmbito do Mar Mediterrâneo, havia outra cidade-estado, situada no Norte da África (na atual Tunísia), que também buscava o monopólio comercial, político e militar. Essa cidade era Cartago. Assim, a guerra entre Roma e Cartago tornou-se inevitável.

Cartago era uma cidade fundada por fenícios, que eram conhecidos pelos romanos sob o nome de punis. Por essa razão, as guerras contra os cartagineses passaram ficaram conhecidas como Guerras Púnicas. Ao todo, foram três guerras: duas ocorridas no século III a.C. e uma ocorrida no século II a.C. No entanto, antes das duas cidades enfrentarem-se, alguns acordos foram firmados entre elas, como os tratados comerciais ao longo do período de 348 a 306 a.C. Outro tratado foi feito no ano de 279 a.C. com vistas a confrontar o rei Pirro, de Épiro e da Macedônia, que tinha domínios sobre o Sul da Itália.

Com a morte de Pirro, em 272 a.C., Roma ficou com grande parte da região sul da Península Itálica e passou a concentrar os seus esforços expansionistas nas ilhas do Mediterrâneo. Entretanto, algumas dessas ilhas estavam sob domínio cartaginês. Os acordos entre as duas potências não puderam prosseguir e o conflito não tardou a acontecer. A Primeira Guerra Púnica começou no ano de 264 a.C. e estendeu-se até o ano de 241 a.C.. Essa guerra foi vencida por Roma, que ficou com a posse das ilhas da Sicília, Córsega, Sardenha e Lípare, além da influência sobre o Estreito de Messina.

A Segunda Guerra Púnica ocorreu no fim do século III a.C., entre os anos de 218 e 201 a.C. O estopim dessa segunda guerra foi a invasão da cidade de Sagunto, parceira comercial de Roma, pelo general cartaginês Aníbal. Aníbal promoveu grandiosas batalhas contra os exércitos romanos, chegando a avançar sobre territórios já conquistados por Roma e a ameaçar as próprias fronteiras dessa cidade-estado. Apesar das grandes vitórias de Aníbal, os romanos, liderados pelo militar Cipião, o Africano, conseguiram derrotar o general cartaginês.

Com a segunda derrota, os cartagineses foram obrigados a pagar uma indenização de 10 mil talentos (moeda) para os romanos, além de terem de ceder praticamente todos os seus territórios a Roma, bem como seus prisioneiros de guerra e seus escravos. Os domínios de Cartago passaram a restringir-se à costa africana, onde a cidade estava assentada.

Entretanto, em 146 a.C., os romanos promoveram a Terceira Guerra Púnica, cercando e destruindo por completo a cidade, arrasando as terras férteis com sal e escravizando a população sobrevivente.

Por: Cláudio Fernandes

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