Guerra do Peloponeso foi um conflito envolvendo as cidades-estado Antenas e Esparta, no século V a.C., e teve impacto direto no final do período clássico da Grécia Antiga.
A Guerra do Peloponeso foi um conflito entre as duas principais cidades-estado da Grécia Antiga: Atenas e Esparta. Ocorrida entre os anos de 431 a.C. e 404 a.C., essa guerra colocou frente a frente os dois maiores e mais temíveis exércitos da Antiguidade. Apesar dos breves períodos de paz, a Guerra do Peloponeso mobilizou toda a Grécia Antiga e foi vencida pelos espartanos.
Apesar da vitória, Esparta não conseguiu manter sua hegemonia e foi derrotada pelos tebanos em 371 a.C. O fim do período clássico da história grega correspondeu à invasão das tropas macedônicas lideradas por Alexandre, o grande, em 338 a.C.
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Resumo sobre a Guerra do Peloponeso
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Foi um conflito entre Atenas e Esparta, entre os anos de 431 a.C. e 404 a.C., mobilizando os dois maiores exércitos da Antiguidade.
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Atenienses e espartanos dividiam o domínio da Grécia Antiga por meio das alianças que fizeram com outras cidades.
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Apesar de alguns momentos de trégua, a Guerra do Peloponeso foi intensa e as batalhas aconteceram tanto em solo grego como no mar.
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A guerra foi vencida por Esparta, mas o desgaste do conflito foi tanto que a cidade-estado não conseguiu manter sua hegemonia na Grécia, sendo derrotada pelos tebanos.
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As consequências da guerra foram o fim do período clássico da história grega e a invasão do exército macedônico sob a liderança de Alexandre, o Grande, em 338 a.C.
Contexto histórico da Guerra do Peloponeso
Até o século V a.C., Atenas e Esparta eram as duas principais cidades-estados da Grécia Antiga e cada uma tinha características particulares. Por estar próxima ao litoral, Atenas desenvolveu um comércio marítimo intenso com povos do Oriente e do norte da África. Além disso, a política se abriu para a participação dos cidadãos pela implantação da democracia.
Foi nessa cidade que surgiu a filosofia e sua explicação do mundo com base no pensamento racional. Já Esparta, encravada na península do Peloponeso, não tinha o mesmo movimento e a mesma abertura da cidade rival. Os espartanos praticavam a agricultura como principal atividade econômica e, desde cedo, preparavam-se para a guerra com formações militares rígidas.
A ascensão de Atenas e Esparta na Grécia Antiga acirrou as disputas entre si. Reconhecendo isso, as outras cidades tentaram se aliar a elas no intuito de obterem benefícios militares caso entrassem em guerra. Contar com o apoio de um dos exércitos mais poderosos e temidos da Antiguidade era um fator decisivo em uma guerra.
Por isso, atenienses e espartanos fundaram alianças com as cidades gregas baseadas no pagamento de impostos e no fornecimento de soldados e suprimentos militares para os períodos de guerra, em troca do apoio militar de Atenas e Esparta. Essa política de alianças fez com que as duas principais cidades-estados gregas começassem uma guerra entre si sem acontecer qualquer agressão entre elas. As alianças fundadas foram:
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Liga de Delos: formada pelos atenienses;
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Liga do Peloponeso: formada pelos espartanos.
Por meio dos acordos firmados nas ligas, caso uma das cidades integrantes fossem ameaçadas por outra liga, Atenas ou Esparta poderiam enviar seus soldados para o ataque. Dessa forma, o conflito seria ampliado e colocaria atenienses e espartanos frente a frente no campo de batalha.
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Corinto foi uma cidade grega com importante influência na história grega por conta da sua localização privilegiada. Estando na região do Peloponeso, próximo ao golfo de Corinto, essa cidade enriqueceu-se por meio do comércio marítimo.
Devido às posições de destaque na Grécia, Corinto foi disputada por atenienses e espartanos. Antes do início da Guerra do Peloponeso, os coríntios faziam parte da liga comandada por Esparta, o que não intimidou Atenas a tentar a sua conquista.
A disputa pelo istmo que conectava a península do Peloponeso com a Grécia Continental foi travada entre Corinto e a cidade grega de Mégara. Por conta das políticas de alianças estabelecidas previamente, Atenas ficou do lado de Mégara enquanto os coríntios tiveram o apoio dos espartanos, no conflito entre as duas cidades, nos anos de 460 a.C. até 445 a.C.
O embate terminou, em 445 a.C, por meio de um acordo de paz entre os beligerantes. Para alguns estudiosos da história grega, o conflito entre Corinto e Mégara pode ser considerado a Primeira Guerra do Peloponeso.
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Estopim da Guerra do Peloponeso
Apesar da trégua, o clima beligerante permaneceu entre os gregos. Em 440 a.C., Samios e Mileto entraram em guerra, e Atenas interviu derrubando o governo de Mileto para favorecer Samios. A intervenção ateniense provocou revolta entre as cidades integrantes da Liga de Delos, que ameaçaram abandoná-la. Essa ameaça de rompimento se tornou explícita durante a guerra entre Atenas e Esparta tempos depois.
Um conflito determinante para o início da Guerra do Peloponeso ocorreu entre as cidades de Córcira e Epidamno. Como nos embates anteriores, as duas cidades pediram ajuda para Atenas e Corinto. Enquanto Córcira solicitou apoio ateniense, Epidamno recebeu ajuda dos corintos. Durante o conflito, Atenas conseguiu neutralizar as forças de Corinto e impingiu um embargo econômico à Mégara, para que as demais cidades gregas não apoiassem os corintos.
Essa ação ateniense fez com que Mégara e Corinto pedissem a intervenção de Esparta no confronto. Reunida a Liga do Peloponeso, Esparta decidiu declarar guerra a Atenas tendo como justificativa a quebra do acordo de paz de 445 a.C.
Quais são os principais acontecimentos da Guerra do Peloponeso?
A Guerra do Peloponeso foi marcada por momentos de intensas batalhas, mas também por períodos de trégua. Ao longo dos 27 anos de combate, espartanos e atenienses alternaram nas vitórias. O equilíbrio demonstrava a força militar das duas cidades-estados:
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Espartanos: organizavam suas ações por terra.
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Atenienses: preparavam seus ataques pelo mar.
Quando os espartanos atacaram Ática, onde se localizava Atenas, o governador ateniense Péricles convocou os camponeses para se abrigarem dentro dos muros da cidade, abandonando os campos. Dessa forma, os inimigos não teriam meios de se alimentarem. Em contrapartida, Atenas usou sua frota naval para atacar o exército espartano e reforçou o contato com os integrantes da Liga de Delos, a fim de manter o fornecimento de grãos.
Atenas teve a chance de desferir o golpe mortal contra Esparta quando os soldados espartanos voltaram para a sua cidade para fazer a colheita. Porém a assembleia ateniense não autorizou o ataque, demonstrando a falta de unidade nas decisões de Atenas durante a Guerra do Peloponeso.
Além dessa questão política, uma peste se alastrou entre os atenienses, matando 1/3 dos moradores da cidade. Péricles morreu vítima dessa doença.
Em 421 a.C., Esparta e Atenas fizeram um acordo de paz que deveria ter duração de 50 anos, conhecido como Paz de Nícias. O acordo foi quebrado em 414 a.C., colocando novamente em confronto as forças militares espartana e ateniense.
Fim da Guerra do Peloponeso
Com o rompimento do acordo de paz e a volta da Guerra do Peloponeso, Atenas investiu contra Esparta. Os atenienses fizeram uma aliança militar, em 418 a.C., com a cidade de Argos, inimiga dos espartanos, mas tal aliança fracassou. Desentendimentos políticos entre os políticos atenienses interferiram na guerra, pois não havia unidade nas decisões militares atenienses.
Em 415 a.C., Esparta tomou as minas de prata que pertenciam a Atenas no intuito de sufocar a cidade financeiramente. Sem recursos para investir no exército, os atenienses sofreram significativas derrotas para Esparta.
Isso fez com que várias cidades aliadas à Atenas buscassem uma aproximação com os espartanos. A derrota para Esparta em 405 a.C., na batalha de Egospótamo, fez com que Atenas perdesse a sua última rota de grãos para alimentar seus moradores e soldados.
Nessa reta final da Guerra do Peloponeso, Esparta contava com o apoio da Pérsia. Atenas foi cercada pelos soldados espartanos e se rendeu em 404 a.C., encerrando seu período de domínio sobre a Grécia Antiga. A cidade foi invadida por Esparta e sua frota naval desfeita.
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Consequências da Guerra do Peloponeso
A Guerra do Peloponeso pôs fim no poderio grego no mundo antigo e encerrou o período clássico da história grega, ou seja, o momento de apogeu dos gregos. Vitoriosa, a cidade de Esparta se tornou a principal da Grécia Antiga. Por onde havia democracia ateniense, instalou-se governos oligárquicos tal qual era em Esparta.
A hegemonia espartana sobre os gregos durou pouco. O modo severo de viver imposto por Esparta causou descontentamento, e, em algumas cidades, a democracia foi restaurada. Ocorreu o ressurgimento de Atenas da destruição após o final da Guerra do Peloponeso, o que garantiu a permanência da democracia em seus domínios.
Esparta entrou em guerra com a cidade de Tebas, em 371 a.C., e foi derrotada. Porém a força grega, que, por tanto tempo, dominou o mundo antigo, foi derrotada em 338 a.C., quando o exército macedônico, liderado por Alexandre, o Grande, invadiu a Grécia e a integrou ao seu império.
Exercícios resolvidos sobre a Guerra do Peloponeso
Questão 1
(ESPM) Se os atenienses tivessem resistido à tentação de abusar de sua força de potência principal da confederação para obter uma limitada vantagem nacional, a pressão econômica no sentido de uma união política mais firme provavelmente teria mantido viva a Confederação de Delos, em bases voluntárias. Com o tempo, isso poderia ter levado a alguma forma de unificação política voluntária do mundo helênico num todo. O curso seguido nesse momento crítico pela política ateniense orientada por Péricles provocou a eclosão da luta fratricida e o colapso da civilização helênica.
(Arnold Toynbee. Helenismo: História de uma Civilização)
A situação descrita pelo texto provocou a luta fratricida conhecida como:
A) Guerras Púnicas.
B) Guerra do Peloponeso.
C) Guerras Médicas.
D) Guerras da Gália.
E) Guerras Germânicas.
Resolução:
Alternativa B
As dissidências políticas em Atenas durante a Guerra do Peloponeso foram determinantes para a sua derrota para Esparta.
Questão 2
(FGV) Sobre a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), é correto afirmar que
A) as suas origens encontram-se num momento especial da história ateniense, pois a sua democracia atingia então o seu máximo desenvolvimento.
B) a vitória militar de Atenas permitiu a ampliação dos direitos de cidadania, com a incorporação dos estrangeiros nas instâncias da democracia ateniense.
C) a sua mais importante decorrência foi a criação da democracia ateniense, fruto do contato de Atenas com a cidade-estado de Esparta.
D) a vitória de Atenas, aliada aos tebanos, permitiu que a democracia fosse levada a todas as cidades-estado, além de aumentar o poderio militar grego.
E) a surpreendente vitória de Corinto permitiu o seu expansionismo territorial pela Ásia Menor e a consolidação da democracia em Esparta.
Resolução:
Alternativa A
O desenvolvimento de Atenas fez com que Esparta reagisse, evitando o seu domínio sobre a Grécia Antiga.
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[1] Thanasis F / Shutterstock