Guerra Fria

A Guerra Fria foi o conflito político e ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética, que se estendeu de 1947 até 1991, quando a União Soviética colapsou.

Durante a Guerra Fria, houve grande equilíbrio de força militar entre a União Soviética e os Estados Unidos.

Guerra Fria foi um conflito ideológico e político entre os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Nesse conflito os dois países buscaram aumentar sua influência na geopolítica global e reduzir a do seu adversário.

Durante a Guerra Fria as duas superpotências criaram arsenais atômicos capazes de destruí-las mutuamente, o que fez com que as duas evitassem uma guerra aberta. A Guerra Fria opôs dois modos de produção, o socialismo e o capitalismo, e dois modos de vida, o “American way of life” e o modo de vida soviético.  

A Guerra Fria terminou em 1991, quando a União Soviética colapsou, mas ela deixou consequências que perduram ainda hoje, como as disputas entre a Rússia e China e os Estados Unidos e seus aliados ocidentais, a Guerra da Ucrânia e a Guerra Azerbaijão-Armênia.

Leia também: Segunda Guerra Mundial — tudo sobre um dos conflitos mais importantes da história

Resumo sobre Guerra Fria

  • Guerra Fria foi a oposição do bloco soviético contra o bloco norte-americano, que ocorreu entre 1947 e 1991.

  • O período foi marcado pelo medo de um conflito nuclear entre Estados Unidos e União Soviética.

  • É atribuída a George Orwell a criação do termo “Guerra Fria”.

  • Pela “teoria da destruição mútua assegurada”, as duas superpotências da Guerra Fria não poderiam entrar em guerra.

  • A Guerra da Coreia, do Vietnã e do Afeganistão ocorreram no contexto da Guerra Fria.

  • O mundo bipolar começou a ser construído no final da Segunda Guerra Mundial, quando Estados Unidos e União Soviética dividiram o mundo em duas áreas de influência.

  • Otan foi a aliança militar criada pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria e o Pacto de Varsóvia, a aliança militar comandada pela União Soviética.

  • A corrida espacial ocorreu durante a Guerra Fria.

  • O Muro de Berlim se tornou um dos principais símbolos da Guerra Fria.

  • Em 1989 o Muro de Berlim foi derrubado, e, em 1991, a União Soviética foi desfeita.

Videoaula sobre Guerra Fria

Antecedentes históricos da Guerra Fria

Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, ocorreu a Revolução Russa, comandada pelos bolcheviques, e que levou à implementação do primeiro governo socialista no mundo. Em 1922 ocorreu a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, composta pela união de 15 repúblicas: Rússia, Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Quirquistão, Letônia, Lituânia, Moldávia, Tajiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão.

Uma semana antes do início da Segunda Guerra Mundial, Stalin e Hitler assinaram o Pacto Ribbentrop-Molotov, também chamado de Pacto de Não Agressão. Pelo pacto, os dois países se comprometeram a não se atacar, além de dividir o território da Polônia entre si.

Em 1941, com o ataque japonês a Pearl Harbour e a invasão nazista ao território soviético, Estados Unidos e União Soviética passaram a lutar juntos contra as forças do Eixo.

Durante a guerra, diversas conferências foram realizadas entre os líderes dos Aliados, a maioria delas contou com a presença dos “Três Grandes”: Churchill, Stalin e Roosevelt, líderes do Reino Unido, União Soviética e Estados Unidos, respectivamente. Entre as principais conferências do período estão a de Teerã, Yalta e Potsdam.

Nas conferências os Aliados definiram que os nazistas seriam julgados por um tribunal internacional em Nuremberg, que a Alemanha seria desnazificada e desmilitarizada; além de definirem como seria o novo mapa-múndi, estabelecendo quais países ficariam sob a influência da União Soviética ou dos Estados Unidos no mundo pós-guerra.

Após o fim da Segunda Guerra os antigos aliados, Estados Unidos e União Soviética, foram gradativamente se afastando politicamente. As duas potências começaram uma corrida armamentista e a interferir na política interna de diversos países, buscando implementar seu modelo político-econômico em todo o mundo. A disputa entre as duas superpotências deu origem à chamada Guerra Fria.

Veja também: Qual o significado da expressão “cortina de ferro” na Guerra Fria?

Quando começou a Guerra Fria?

A maior parte dos historiadores defende que a Guerra Fria se iniciou em 12 de março de 1947, quando o presidente Harry Truman fez um discurso de apenas 37 segundos no Congresso Americano no qual defendeu o que ficou conhecido como Doutrina Truman, doutrina segundo a qual os Estados Unidos deveriam evitar a expansão do comunismo no mundo.

Harry Truman, em 1947, fazendo o discurso que impulsionou a Guerra Fria.

Principais causas da Guerra Fria

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética se tornaram as duas superpotências globais. Os dois países possuíam modos de produção diferentes, socialista e capitalista, e possuíam políticas expansionistas, objetivando espalhar pelo mundo seu modo de produção e modo de vida. Essas foram as principais causas que levaram ao atrito entre Estados Unidos e União Soviética.

Por que o nome “Guerra Fria”?

Mas ela só foi uma guerra “fria” por causa do poderio atômico das duas nações. George Orwell, célebre escritor de A Revolução dos Bichos e 1984, escreveu logo após os bombardeios atômicos ao Japão que, com a criação de bombas atômicas pelas duas nações, se iniciaria um período de “guerra fria” entre elas.

Os Estados Unidos testaram sua primeira bomba atômica em 1945 e, apenas quatro anos depois, a União Soviética testou sua primeira bomba com sucesso. Em 1952 os norte-americanos testaram sua primeira bomba de hidrogênio, centenas de vezes mais destrutiva do que as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Três anos depois os soviéticos testaram sua primeira bomba de hidrogênio.

A chamada “teoria da destruição mútua assegurada” foi responsável por a guerra ser “fria”, uma vez que EUA e URSS não poderiam entrar em conflito direto.

As características da Guerra Fria

Corrida armamentista

Durante toda a Guerra Fria as duas superpotências fizeram pesados investimentos em pesquisas militares e na ampliação das suas forças armadas. Mísseis balísticos intercontinentais, satélites espiões, submarinos nucleares, aviões supersônicos e diversas outras tecnologias bélicas foram desenvolvidas no período. Para saber mais sobre a corrida armamentista, clique aqui.

Polarização global e intervenção das superpotências

A Guerra Fria dividiu o planeta em dois blocos, o socialista e capitalista. União Soviética e Estados Unidos interferiram na política interna de diversos países do mundo, buscando garantir sua influência nesses países.

Na América Latina os Estados Unidos financiaram, e mesmo colaboraram militarmente, em diversos golpes de Estado, como no Brasil, Chile e Argentina. O mesmo fez a União Soviética em sua área de influência no Leste da Europa e Ásia, intervindo militarmente na Hungria, Checoslováquia e Afeganistão, por exemplo.

No processo de descolonização da África, iniciado após o fim da Segunda Guerra, União Soviética e Estados Unidos participaram ativamente, apoiando grupos políticos e militares com o objetivo de que os governos independentes adotassem seu modo de produção e sistema político.

Disputas indiretas

Uma vez que a “destruição mútua” impediu que Estados Unidos e União Soviética entrassem em guerra aberta, as duas nações passaram a competir em diversas áreas, como na corrida espacial, militar e nos esportes.

Nas Olimpíadas os soviéticos lideraram o quadro de medalhas em 1956, 1960, 1972, 1976, 1988; os norte-americanos venceram em 1952, 1964 e 1968. Na Olimpíada de 1980, que ocorreu em Moscou, os Estados Unidos lideraram um boicote aos soviéticos por causa da invasão do Afeganistão, ocorrida no ano anterior.

Sessenta países, entre eles Argentina, Chile, Japão, Israel, Alemanha Ocidental e Uruguai, não participaram da Olimpíada. Em 1984 a Olimpíada ocorreu em Los Angeles; dessa vez foi a vez do bloco soviético boicotar os Jogos Olímpicos.

Quais foram os acontecimentos mais importantes da Guerra Fria?

Bombas nucleares

O desenvolvimento de armas de fissão e fusão nuclear, assim como os mísseis balísticos intercontinentais, foi uma marca da Guerra Fria. No auge da Guerra Fria os Estados Unidos chegaram a ter mais de 30 mil bombas nucleares em seu arsenal e a União Soviética, mais de 40 mil|1|. A maior bomba testada durante a Guerra Fria foi a bomba Tzar, também grifada como Czar. Ela liberou 57 megatons de potência, cerca de 4 mil vezes mais do que a bomba lançada em Hiroshima.

Otan x Varsóvia

Durante a Guerra Fria dois blocos militares se formaram, a Otan e o Pacto de Varsóvia. Em 4 de abril de 1949, foi fundada a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos e que contava inicialmente com 12 países.

Em maio de 1955 a República Federal da Alemanha passou a integrar a Otan e passou se rearmar. Desde as conferências durante a Segunda Guerra, Estados Unidos e União Soviética se comprometeram a desmilitarizar seus territórios na Alemanha, e, com a adesão da Alemanha Ocidental à Otan, a União Soviética decidiu criar sua própria aliança militar, também militarizando a Alemanha Oriental.

O Pacto de Varsóvia foi oficialmente chamado de Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência. O tratado que fundou o pacto foi assinado em 14 de maio de 1955 pela União Soviética e outros sete países socialistas da Europa Ocidental.

Muro Berlim

Trecho do Muro de Berlim fotografado em 1986. Do lado socialista, foi criada uma área de exclusão fortemente vigiada.[1]

Nas conferências realizadas no final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética dividiram o território alemão em duas áreas de influência, a capitalista e a socialista. O mesmo ocorreu com Berlim, que foi dividida em duas áreas de influência e ocupadas respectivamente por tropas norte-americanas e soviéticas após o conflito.

Com a escalada da Guerra Fria os soviéticos resolveram isolar a Berlim Ocidental, construindo um muro ao redor do enclave. Em 13 de agosto de 1961 o Muro de Berlim foi construído, se tornando um dos símbolos da Guerra Fria.

Guerra da Coreia

A Coreia foi dividida entre Estados Unidos e União Soviética nas conferências realizadas no final da Segunda Guerra. O território ao norte do paralelo 38 foi ocupado pelos soviéticos e o território ao sul, pelos norte-americanos. No final da década de 1940 as duas superpotências retiraram suas tropas da Península Coreana, deixando o país dividido em dois: Coreia do Norte e Coreia do Sul.

Em 1950 a Coreia do Norte ultrapassou o paralelo 38, invadindo o Sul e conquistando territórios que empurraram as tropas sul-coreanas para o extremo sul da península. Foi nesse momento que os Estados Unidos entraram no conflito, empurrando as tropas comunistas cada vez mais para o Norte. A União Soviética e a China deram apoio logístico para os norte-coreanos, enviando armas, equipamentos e aviões para o país.

Com os reforços norte-americanos o exército socialista foi empurrado para o Norte, na fronteira com a China. A China enviou então parte do seu exército para ajudar os norte-coreanos, o que mudou novamente o panorama da guerra, e os exércitos capitalistas foram empurrados para a região inicial do conflito, o paralelo 38. Em julho de 1953 as duas Coreias assinaram uma armistício que colocou fim ao conflito. Para saber mais sobre o conflito na Coreia, clique aqui.

Crise dos Mísseis

Foi o momento no qual o mundo esteve mais próximo de uma guerra nuclear. Em outubro de 1961, aviões norte-americanos localizaram em Cuba mísseis nucleares soviéticos, originando a chamada Crise dos Mísseis. Após negociações tensas entre Kennedy e Kruschev, um acordo foi selado entre as duas superpotências.

Os soviéticos retiraram seus mísseis da ilha, e os Estados Unidos se comprometeram a nunca mais tentar invadir Cuba; também se comprometeram a retirar seus mísseis nucleares que haviam sido instalados no mesmo ano na Turquia.

Guerra do Vietnã

O Vietnã foi outro território dividido entre norte-americanos e soviéticos durante a Guerra Fria. O Vietnã do Norte se tornou comunista, com capital em Hanói e o Vietnã do Sul, capitalista, com a capital em Saigon. Em 1959, tropas do Vietnã do Norte e do Sul entraram em guerra; o Norte passou a receber apoio econômico e militar dos soviéticos e o Sul, dos Estados Unidos.

Em 1965, os Estados Unidos entraram diretamente na Guerra do Vietnã, enviando centenas de milhares de soldados para a guerra. Os norte-americanos enfrentaram grandes dificuldades na guerra, sofrendo com as condições nas úmidas florestas tropicais do Sudeste Asiático, pela falta de apoio da população do país e pela tática de guerra de guerrilhas adotada pelos norte-vietnamitas.

Em 1973 as tropas norte-americanas foram cercadas em Saigon, deixando às pressas o país e não conseguindo evitar que todo o Vietnã se tornasse um país socialista. Para saber mais sobre essa guerra, clique aqui.

Corrida espacial

Ela começou em 4 de outubro de 1957, quando os soviéticos colocaram na órbita da Terra o primeiro satélite artificial, o Sputnik I. No mês seguinte os soviéticos colocaram o primeiro ser vivo no espaço, a cadela Laica. Em 12 de abril de 1961 os soviéticos também colocaram o primeiro ser humano no espaço, o cosmonauta Iuri Gagarin.

Selo norte-americano da década de 1970 representando a acoplagem das naves Apollo e Soyuz.[2]

Em 1962, John Kennedy fez seu famoso discurso no qual afirmou que, até o fim daquela década, norte-americanos pisariam na Lua. E de fato os norte-americanos conseguiram o feito, em 20 de julho de 1969, quando Neil Armstrong pisou no satélite natural da Terra.

A corrida espacial se encerrou em 1975, com a missão Apollo-Soyuz. Nessa missão uma nave norte-americana acoplou em uma nave soviética, e astronautas dos dois países confraternizaram no espaço. Para tornar possível a missão, diversos segredos dos programas espaciais dos dois países foram repassados para seus adversários de Guerra Fria.

Participação da Alemanha na Guerra Fria

A Alemanha foi o ponto central da Guerra Fria por se posicionar geograficamente e historicamente no centro do conflito. Nas conferências da Segunda Guerra Mundial os Aliados dividiram a Alemanha em duas zonas de influência, a capitalista e a comunista, e o mesmo foi feito com a capital, Berlim.

As conferências também estabeleceram que a Alemanha seria desmilitarizada e desnazificada. Mas em 1955 a Alemanha Ocidental entrou para a Otan e passou a se militarizar. O fato levou à fundação do Pacto de Varsóvia e à militarização da Alemanha Oriental.

Em 1961 o Muro de Berlim foi construído, tornando-se um dos símbolos da Guerra Fria. Na década de 1980 a União Soviética entrou em grave crise econômica e política. Em 1989, após diversas manifestações na Alemanha e Berlim orientais, o Muro de Berlim caiu. Apenas dois anos depois ocorreu a dissolução da União Soviética.

Brasil na Guerra Fria

O Brasil, desde a Doutrina Monroe, era considerado uma área de influência dos Estados Unidos. No início da Guerra Fria o governo Dutra se aproximou dos Estados Unidos e colocou na ilegalidade o Partido Comunista. Mas seus sucessores mantiveram relativa independência entre as duas superpotências, mantendo relações diplomáticas com ambas.

Em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, assumiu a presidência João Goulart, ex-ministro do Trabalho de Getúlio Vargas e um político de esquerda. Quando Jânio renunciou, João Goulart se encontrava na China, em uma viagem que contaria ainda com a visita do vice-presidente à União Soviética.

No contexto da Guerra Fria, João Goulart foi considerado comunista pela alta cúpula das forças armadas, por parte da elite brasileira e por setores conservadores. Com medo de um alinhamento com a União Soviética, os Estados Unidos apoiaram o golpe de Estado que iniciou a Ditadura Civil-Militar no Brasil, inclusive com o envio de uma esquadra pronta para intervir em caso de resistência armada no país, no que ficou conhecido como Operação Brother Sam.

Durante toda a Ditadura o Brasil se manteve alinhando aos Estados Unidos, perseguindo os opositores no Brasil que eram considerados “agentes soviéticos”.

Como foi fim da Guerra Fria?

Os pesados gastos militares soviéticos levaram a uma grave crise política na década de 1980. A crise econômica enfraqueceu o governo soviético, e diversos movimentos emancipacionistas surgiram nas repúblicas soviéticas e nas satélites.

Em 1985 o Partido Comunista elegeu como primeiro-secretário do partido Mikhail Gorbachev. Ele promoveu dois processos de abertura, a perestroika, processo de abertura econômica, e a glasnost, processo de abertura política. As medidas de Gorbachev aumentaram ainda mais as manifestações por democracia e autonomia no bloco soviético.

Em novembro de 1989 o Muro de Berlim foi derrubado e a Alemanha, unificada. Na União Soviética a crise econômica piorou, assim como a insatisfação popular. Em 26 de dezembro de 1991 o Soviete Supremo da União Soviética reconheceu a independência de todas as repúblicas soviéticas e o fim da URSS. Oficialmente, esse é o fim da Guerra Fria.

Saiba mais: Guerra do Afeganistão — outro conflito que contribuiu para o fim da União Soviética

Quais foram as consequências da Guerra Fria?

A Guerra Fria deixou consequências que perduram ainda hoje. A primeira dessas consequências foram os inúmeros conflitos entre as antigas repúblicas soviéticas, motivados por questões territoriais, étnicas e políticas. O fim da antiga Iugoslávia, por exemplo, gerou diversos conflitos na região, inclusive o genocídio provocado pelos sérvios aos bósnios no início dos anos 1990.

Outras duas repúblicas soviéticas, Azerbaijão e Armênia, ainda estão em guerra por causa da disputa do território de Nagorno-Karabakh. Desde a década de 1990 dezenas de milhares de pessoas perderam a vida nesse conflito.

Em 24 de fevereiro de 2022, tropas da Rússia invadiram o território ucraniano, iniciando a Guerra da Ucrânia. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, alegou que invadiu a Ucrânia para proteger populações russas que moram no país e para impedir o avanço da Otan, a aliança militar norte-americana criada durante a Guerra Fria, em países fronteiriços.

Exercícios resolvidos sobre Guerra Fria

1 - (Enem) Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética não foram um período homogêneo único na história do mundo. (…) dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história desse período foi reunida sob um padrão único pela situação internacional peculiar que o dominou até a queda da URSS.

(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras,1996).

O período citado no texto e conhecido por “Guerra Fria” pode ser definido como aquele momento histórico em que houve:

a) corrida armamentista entre as potências imperialistas europeias ocasionando a Primeira Guerra Mundial.

b) domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte.

c) choque ideológico entre a Alemanha nazista / União Soviética stalinista, durante os anos 30.

d) disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente e as potências orientais, como a China e o Japão.

e) constante confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial.

Alternativa E

Com o fim da Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos e a União Soviética emergiram como as duas superpotências globais. Após o fim da Segunda Guerra Mundial os dois países iniciaram a Guerra Fria, conflito político-ideológico que durou até o fim da URSS, em 1991.

2 - (Enem) Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-se pela fresta aberta pela imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos anos mais tarde, mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos – e depois com seus herdeiros russos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedade socialista tinha um preço definido.

PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul. 2014 (adaptado).

O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram marcadas pelo(a):

a) busca da neutralidade política

b) estímulo à competição comercial

c) subordinação à potência hegemônica

d) elasticidade das fronteiras geográficas

e) compartilhamento de pesquisas científicas

Alternativa C

Durante a Guerra Fria diversos países, principalmente do Leste da Europa, foram considerados repúblicas satélites da União Soviética. Essas repúblicas recebiam recursos econômicos e militares da URSS, mas em troca deviam seguir a política determinada por ela. Cuba, após a Revolução de 1959 e tentativa de invasão da Baía dos Porcos, se alinhou à União Soviética no cenário da Guerra Fria.

O mesmo fez os Estados Unidos com diversos países em sua área de influência, como nas ditaduras da América do Sul, que receberam recursos e apoio político dos norte-americanos.

Nota

|1| SILVA, Felipe Dalcin. Breve Análise do processo de proliferação nuclear e o atual quadro do armamento nuclear. UNESP, São Paulo, 2020. Disponível em https://www.inscricoes.fmb.unesp.br/upload/trabalhos/201853010313.pdf

Créditos das imagens

[1] Noir/ Wikimedia Commons

[2] Boris15/ Shutterstock

Fontes

JUDT, Tony. Pós-guerra: uma história da Europa desde 1945. Editora Objetiva, São Paulo, 2008.

MASSON, Phillippe. A Segunda Guerra Mundial: História e estratégias. Editora Contexto, São Paulo, 2010.

MUNHOZ, Sidnei José. Guerra Fria: história e historiografia. Appris Editora, Curitiba, 2020.   

Por: Jair Messias Ferreira Junior

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