A Guerra do Yom Kippur foi um conflito entre Israel, Egito e Síria que teve apenas 20 dias de duração. Recebeu esse nome por ter ocorrido próximo ao feriado judeu Yom Kippur.
A Guerra do Yom Kippur foi um conflito entre Israel, Egito e Síria que aconteceu durante os dias que antecedem a comemoração do feriado judeu Yom Kippur, termo que significa o “dia do perdão” em hebraico. O conflito entre israelenses e árabes durou apenas 20 dias e ocorreu na região do canal de Suez, devido à ânsia de Israel por assegurar os territórios anexados em guerra anterior, a Guerra dos Seis Dias, de 1967. Diante disso, árabes do Egito e da Síria revidaram. Tal conflito teve consequências em todo o mundo, pois os envolvidos diretamente aumentaram o preço do barril de petróleo em forma de retaliação ao mundo ocidental, apoiante de Israel.
Leia também: Qual é a origem dos conflitos árabe-israelenses?
Resumo sobre a Guerra do Yom Kippur
- Foi um conflito entre Israel, Egito e Síria, e recebeu esse nome por ter ocorrido próximo ao feriado judeu Yom Kippur, que, em hebraico, significa “dia do perdão”.
- Suas causas foram a contrarreação dos países árabes à recente invasão de suas terras pelos israelenses na Guerra dos Seis Dias.
- Foi um conflito de curtíssima duração, com apenas 20 dias.
- Seu fim se deu com a vitória de Israel e a posterior assinatura de acordo de paz.
- Suas consequências foram: a Crise do Petróleo e a visibilidade sobre a questão da Palestina.
Videoaula sobre a Guerra do Yom Kippur
Quais as causas da Guerra do Yom Kippur?
As principais causas da Guerra do Yom Kippur foram questões territoriais, principalmente, e questões religiosas. No quesito territorial, Israel ergueu fortificações em Suez a fim de proteger territórios que haviam sido anexados na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Síria e Egito se colocaram contra tais construções e, em reação, iniciaram o confronto com israelenses. Isso se deu no dia 6 de outubro de 1973 e coincidiu com os dias de preparativos que antecedem o feriado judaico, Yom Kippur, o “dia do perdão”.
Anteriormente, árabes e israelenses já haviam entrado em conflito desde, pelo menos, 1948, com a criação do estado de Israel, que retirou territórios de diversos países árabes para tanto. Acrescenta-se, ainda, questões religiosas aos conflitos: por exemplo, Jerusalém é uma cidade sagrada tanto para árabes quanto para judeus.
Além de se instalar na região, Israel ainda se expandiu para territórios do Oriente Médio (península do Sinai, uma parte do canal de Suez, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as colinas de Golã), anexando-os na Guerra dos Seis Dias, especialmente os territórios que pertenciam à Síria e ao Egito. Após isso, para obter total domínio da região, os israelenses iniciaram a construção de uma série de fortificações que foram chamadas de Linha Bar-Lev. Sírios e egípcios retaliaram as edificações e pretendiam reconquistar suas terras.
Guerra do Yom Kippur (6 de outubro de 1973)
A Guerra do Yom Kippur iniciou-se no dia 6 de outubro de 1973. Nesse dia os exércitos da Síria e do Egito atacaram conjuntamente bases de Israel na região tomada do canal de Suez. Egito atacou pela água e por pontes. Síria atacou pelas montanhas, as colinas de Golã. Esses ataques foram bem-sucedidos, tendo em vista que poucos homens dos exércitos árabes morreram neles. O principal motivo dessa boa empreitada foi o elemento surpresa, pois os israelenses não esperavam o ataque.
Além disso, há documentado falhas no sistema de inteligência de Israel, pois quem o controlava era filho do ex-presidente egípcio. Em seguida, Israel contra-atacou com sua marinha, atingindo barcos árabes no Mediterrâneo, e seu exército, expulsando o inimigo em terra; assim, conseguiu novamente o domínio do território. Mesmo que os egípcios tivessem avançado, durante o conflito, 15 km da península do Sinai e tido muitas baixas israelenses, isso não impediu que estes últimos também atacassem, ao final, Damasco, a capital síria.
Fim da Guerra do Yom Kippur (26 de outubro de 1973)
Com apenas 20 dias de duração, a Guerra do Yom Kippur foi encerrada no dia 26 de outubro de 1973, e teve como vencedor Israel, que não devolveu os territórios.
Em seguida, cinco anos depois, em 1978, o Egito assinou um Acordo de Paz com os israelenses, reconhecendo seu Estado — foi o primeiro árabe a fazer isso — e retomando relações diplomáticas. O acordo foi assinado em Camp Davi (EUA). Os EUA selaram o acordo, pois tinham interferido no conflito do Yom Kippur. Além deles, a URSS e até a ONU interviram em prol de um cessar-fogo na região. Os soviéticos, inclusive, o fizeram com ameaças de confronto favoravelmente ao povo sírio.
Quais foram as consequências da Guerra do Yom Kippur?
São bastante significativas as consequências geradas pela Guerra do Yom Kippur, como o boicote realizado pelos produtores de petróleo árabes e pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aos apoiantes de Israel. Com isso, o preço do barril de petróleo (a principal fonte de energia para os países ocidentais) subiu exorbitantemente, gerando impactos em bolsas de valores e, por consequência, abrindo a fenda originária da chamada Crise do Petróleo.
Além disso, a Guerra do Yom Kippur mostrou ao mundo a questão da Palestina, que teve suas terras invadidas e dominadas pela criação do Estado de Israel. Assim, a liderança de Yasser Arafat e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) foi fortalecida, evidenciando o descontentamento e a revolta árabe com tal situação. Atualmente, ainda há confrontos entre árabes e israelenses na região. O Ocidente, via EUA, que apoiam Israel, se voltou contra os palestinos.
Veja também: Muro de Israel — o muro que segrega fisicamente Israel e Palestina
Exercícios resolvidos sobre a Guerra do Yom Kippur
Questão 1
(Enem) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes.
A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.
Em 06 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.
Com base no texto, assinale a opção correta.
A) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências europeias no Oriente Médio.
B) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória.
C) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir da decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel.
D) A ação dos governos de Washington e Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe-israelense.
E) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU.
Resolução:
Alternativa B
A guerra do Yom Kippur não ocorreu no momento em que foi instalado o Estado de Israel e, sim, em consequência à Guerra dos Seis Dias, que, por sua vez, foi a terceira guerra árabe-israelense. Seis dias foi o tempo do conflito, por isso o nome. Israel saiu vitorioso e ampliou seu território, extrapolando o que a ONU havia estipulado em 1947.
Questão 2
(Fundep) A Guerra do Yom Kippur deu-se entre os dias 6 e 26 do mês de outubro de 1973 e teve início após um ataque súbito a Israel organizado por Síria e Egito. O nome do conflito remete ao feriado da cultura judaica chamado Yom Kippur, pois na data da celebração, Síria e Egito ultrapassaram as barreiras do cessar-fogo nas Colinas de Golã e no Monte Sinai, que pertenciam a Israel.
Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/guerra-do- yom-kippur/.
O feriado da cultura judaica chamado Yom Kippur é o(a)
A) festejo do ano-novo judaico.
B) memória da entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.
C) celebração da libertação do cativeiro babilônico.
D) celebração do grande Dia do Perdão dos Pecados.
Resolução:
Alternativa D
Yom Kippur significa “dia do perdão” em hebraico e é um feriado judaico.
Crédito de imagem
[1] Unidade de porta-voz da IDF / Wikimedia Commons (reprodução)
Fonte
VICENTINO, Claudio. DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. v. 2. São Paulo: Scipione, 2011.