Guerra de Trincheiras

Guerra de Trincheiras foi a segunda fase da Primeira Guerra Mundial. Caracterizou-se por grandes e complexas escavações feitas na terra para planejamento de combate.

Soldados alemães fumando, lendo e escrevendo em suas trincheiras durante a Guerra de Trincheiras, a segunda fase da Primeira Guerra Mundial.

A Guerra de Trincheiras (ou Guerra de Posição) foi a segunda fase da Primeira Guerra Mundial (1914–1918) e ocorreu entre os anos de 1915 e 1917. Essa fase é caracterizada por grandes e largas escavações realizadas pelos soldados da Tríplice Aliança e da Tríplice Entente, rivais entre si, para se protegerem dos ataques inimigos e planejarem estratégias de combate.

As trincheiras eram cavadas a uma altura suficiente para um soldado ficar totalmente protegido mesmo estando de pé e eram revestidas com arame farpado, sacas de areia e minas terrestres. A necessidade dessas escavações foi no contexto da Batalha do Marne, um conflito em que as tropas alemãs seguiam à cavalaria, acompanhadas pela infantaria, até o território inimigo — França.

Portanto, as escavações foram realizadas para retardar o avanço da tropa inimiga e para defender o território. Os soldados ficavam mais tempo nas trincheiras vigiando do que combatendo, ocasionando uma pesada pressão psicológica.

Leia também: Como era o cotidiano nas trincheiras?

Resumo sobre a Guerra de Trincheiras

  • A Guerra de Trincheiras foi a segunda fase da Primeira Guerra Mundial e ocorreu entre os anos de 1915 e 1917.
  • Foi caracterizada por grandes e largas escavações revestidas de arame farpado, sacas de areia e minas terrestres para a proteção contra os ataques inimigos.
  • As trincheiras eram comumente divididas em três linhas: a primeira representava a linha de frente que dava acesso à “terra de ninguém”. A segunda era onde ficavam as pesadas artilharias. Já na terceira linha ficavam instalados os abrigos que serviam como hospitais, base administrativa, etc.
  • “Terra de ninguém” era o nome dado ao território (distância) que separava as duas trincheiras rivais. Os soldados que ultrapassavam tal território eram alvejados e bombardeados, portanto ficavam mais tempo vigiando em suas trincheiras do que combatendo.
  • As consequências da Guerra de Trincheiras foram devastadoras. Aproximadamente 8 milhões de pessoas foram mortas e mais de 20 milhões feridas, causando sequelas físicas e psicológicas.

O que foi a Guerra de Trincheiras?

A Guerra de Trincheiras ou Guerra de Posição foi a segunda fase da Primeira Guerra Mundial (1914–1918) e ocorreu entre os anos 1915 e 1917. Esse momento é caracterizado por grandes e largas escavações no chão realizadas por tropas da Tríplice Aliança e da Tríplice Entente, rivais entre si, com obstáculos feitos de sacas de areia, arame farpado e minas terrestres para se protegerem de ataques, planejarem estratégias de combate e para protegerem o território conquistado.

Importante: a Primeira Guerra Mundial é constituída por três fases: Guerra de Movimento (1914), Guerra de Trincheiras ou Guerra de Posição (1915–1917) e Segunda Guerra de Movimento (1918).

Causas da Guerra de Trincheiras

Soldados britânicos em uma trincheira durante a Primeira Guerra Mundial.

O início da Primeira Guerra Mundial, em 1914 — que corresponde à primeira fase da guerra, a Guerra de Movimento —, foi marcado pela movimentação das tropas, principalmente dos alemães da Tríplice Aliança, que seguiam à cavalaria acompanhados pela infantaria até o território inimigo, França, que era da Tríplice Entente. O deslocamento das tropas alemãs era rápido e eficiente, atacando de surpresa o território francês.

Assim, para dominar e defender cada metro do território recém-invadido de um lado e para retardar o avanço da tropa inimiga do outro, surgiu a necessidade de ambos os lados de cavar imensas valas, conhecidas como trincheiras, na tentativa de organizar estratégias de defesa e ataque. O conflito entre alemães e franceses (que tiveram apoio dos britânicos), também conhecido como Batalha do Marne, foi decisivo para o início da Guerra de Trincheiras.

Como era a estratégia da Guerra de Trincheiras?

As trincheiras eram comumente constituídas por três linhas estratégicas:

  • Primeira linha estratégica: era a linha de frente que dava acesso direto à terra de ninguém, ou seja, a terra que representa a distância entre as duas linhas de trincheiras inimigas, visto que nenhuma das tropas combatentes dominava essa área.
  • Segunda linha estratégica: era a linha onde ficavam instaladas pesadas artilharias, grandes metralhadoras, canhões, etc.
  • Terceira linha estratégica: era a linha onde ficavam barracas ou abrigos semelhantes que serviam como hospital, base administrativa/de planejamento, tropas reservas, dormitórios, refeitórios, etc.

Percebe-se que as trincheiras não eram simples escavações, mas sim um complexo com abrigos e também com mecanismos para sustentar a terra, que era úmida naquela ocasião devido às chuvas e à friagem. Os soldados passavam mais tempo vigiando do que lutando contra o inimigo, gerando um intenso desgaste psicológico.

Como era dentro das trincheiras?

Imagem representando uma trincheira. As trincheiras possuíam uma extensão de aproximadamente 645 km.

Fim da Guerra de Trincheiras

Com a entrada dos EUA na Primeira Guerra Mundial em 1917, e com o uso de novas tecnologias como os tanques de guerra e aviões, as forças alemãs foram se enfraquecendo, e a Tríplice Aliança se desfazendo. Esse momento foi marcado pela terceira fase da Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra de Movimento, em que os EUA, com a sua potência armamentista, apoiaram a Tríplice Entente, algo decisivo para o fim da Primeira Guerra Mundial.

Consequências da Guerra de Trincheiras

O resultado da guerra foi aproximadamente 8 milhões de mortos e mais de 20 milhões de feridos. Durante a etapa das trincheiras, os soldados passavam meses entre as escavações expostos a todo tipo de condições climáticas, além dos ataques inimigos. Os que sobreviveram tiveram graves sequelas, tanto físicas quanto psicológicas.

Acesse também: A trégua de Natal que ocorreu no primeiro ano da Primeira Guerra Mundial

Exercícios resolvidos sobre Guerra de Trincheiras

Questão 1

(Cefet) O uso das trincheiras na Primeira Guerra Mundial:

A) acelerou o fim do embate entre os países beligerantes.

B) encerrou as disputas territoriais entre os países europeus.

C) marcou a memória de uma geração de forma traumática.

D) incentivou o seu emprego nas lutas europeias posteriores.

E) garantiu a proteção da população civil dos horrores do conflito.

Resolução:

Alternativa C.

A Guerra das Trincheiras foi traumatizante. Além das pesadas armas utilizadas, os corpos dos soldados mortos não eram retirados do local, o que tornava a vida das trincheiras mais insalubre. As trincheiras passavam por alagamentos, epidemias e infestações de ratos, ou seja, diversos fatores que traumatizaram aqueles que estavam em batalha.

Questão 2

(UFRGS) Sobre a Primeira Guerra Mundial (1914–1918), considere as afirmações abaixo.

I. Caracterizou-se pela chamada “guerra de trincheiras”, que resultou em um nível de mortandade sem precedentes na história europeia, como demonstrado na Batalha do Somme, ocorrida na França.

II. Valeu-se da chamada “guerra química”, com a utilização de substâncias letais como o gás mostarda e o fosgênio, amplamente empregada tanto pela Tríplice Aliança como pela Tríplice Entente.

III. Caracterizou-se como o primeiro conflito em que a aviação militar e a guerra aérea tiveram um papel fundamental.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas I e II.

C) Apenas I e III.

D) Apenas II e III.

E) I, II e III.

Resolução:

Alternativa E.

Todas as afirmações estão corretas. Houve guerra de trincheiras, ataques químicos e a utilização da aviação militar, principalmente por parte dos EUA.

Fontes

MAGNOLI, Demétrio. História das guerras. 5. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2013.

PEDRO, Antonio; LIMA, Lizânia de S.; CARVALHO, Yone de. História do mundo ocidental. 1. ed. São Paulo: FTD, 2005.

SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial: história completa. 1. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2013.

Por: Marcell de Oliveira Ardissao

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