Inserida no contexto da Guerra Fria, a Guerra da Coreia representou a confrontação entre URSS e EUA, criando o receio de uma terceira guerra mundial.
A Guerra da Coreia, conflito que ocorreu na Península da Coreia entre os anos de 1950 e 1953, configurou-se como um dos momentos mais críticos da Guerra Fria. Apesar do acordo de paz de Pan Munjon, assinado em 27 de julho de 1953, os dois países continuavam em guerra até o início da década de 2010.
A península coreana foi ocupada pelo Japão no início do século XX. Durante a II Guerra Mundial, a península foi dividida em duas áreas de intervenção militar entre as tropas soviéticas e estadunidenses, tendo como marco divisor o paralelo 38º, com o objetivo de atacar os japoneses em duas frentes. Após a derrota das tropas nipônicas, a divisão do território se manteve com a Conferência de Ialta de 1945, com áreas de influência dos EUA, no Sul, e outra sob influência da URSS, no Norte.
Em 1948, foram formados dois Estados: a República Popular Democrática, no norte, e a República da Coreia, no Sul. Em decorrência da Guerra Fria e das diferenças entre os dois Estados, a região do paralelo 38º transformou-se em uma área de tensão. A ocorrência da Revolução Chinesa, em 1949, estimulou os coreanos do norte a invadirem a Coreia do Sul, em 1950, conseguindo da última uma rápida capitulação. O intuito era unificar em um Estado toda a península.
Porém, os EUA e seus aliados consideraram a Coreia do Norte invasora e desembarcaram na península, sob o comando do general MacArthur, para defender a Coreia do Sul. Frente a isso, URSS e China também entraram no conflito, apoiando o Estado do Norte.
As batalhas estenderam-se por três anos, deixando um saldo de cerca de três milhões de mortos, entre militares e civis de ambos os lados. Havia o temor de uma terceira guerra mundial e que as bombas atômicas fossem usadas novamente, como pretendia o general MacArthur com um ataque à China.
Entretanto, após a morte de Stálin, houve mudanças na política externa da URSS, que aliada à pressão pelo fim dos conflitos, levou à assinatura do acordo de paz de Pan-Munjon. O paralelo 38º ainda divide os dois países, transformando-se em uma área de constante tensão bélica. Após a década de 1950, os dois países conheceram rumos distintos, sendo que a Coreia do Sul conseguiu um grande desenvolvimento capitalista nos moldes ocidentais, enquanto a Coreia do Norte manteve a estrutura de um capitalismo de Estado semelhante ao soviético.
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